17. Páscoa de 2016 – O mosaico da Verdade

O portal para a Verdade

e para a Eternidade

Cada um que segura a Mensagem nas mãos e que não a lê somente como passatempo, mas se ocupa seriamente com ela, a este o conteúdo que vibra nas palavras também atingirá a alma profundamente.

A ideia de que aqui se tornou possível um acesso que até agora havia ficado fechado para a humanidade se imprime em cada leitor sério.

Mas de onde vem este saber?

Por meio da pesquisa ele nunca poderia ser descoberto, ainda que as correlações lógicas irão encontrar a confirmação por meio da pesquisa em algum momento.

Muito ser humano se encontra temeroso diante deste portal, no temor de não ter mais um solo firme terrenamente.

Se, porém, ele encetar o caminho aqui descrito, não atentando para as amarras rígidas das normas sociais, ele escapará do realismo puro, materialmente palpável, através de um caminho seguro e reconhecerá a si mesmo como um espírito humano – quem ele é, de onde vem, e quais são suas tarefas e metas.

Mas, será muito difícil evitar que o intelecto exerça novamente sua influência. Este reconhece somente nos limites de sua abóbada a lógica que também terá que estar contida, por natureza, nas leis da Criação. Com isso o intelecto procura um apoio, do qual ele necessita somente para si mesmo. Deste modo ele assume o domínio, e com isso o poder de amarrar a Palavra a formas rígidas, pelas quais ela foi incorporada no plano terreno em épocas passadas.

São demais as pessoas que permitem que isso aconteça. Está certo que, ao ler, elas reconhecem a existência de sua alma, pois esta, ao entrar em contato com a Palavra irá se incendiar, caso ainda haja um pouco de chama dentro dela, mas, geralmente se contentam com este calor benfazejo e de paz, gostam de banhar-se neste calor que lhes parece uma libertação despertada pelas palavras de cumprimento ocultas na Mensagem.

Todavia, indolentes, frequentemente retornam ao antigo e se deixam apanhar pela consciência do intelecto, que reconhece somente o lógico daquilo que está escrito e o requer para si.

Na crença de já ter feito de tudo para si com a leitura e com a compreensão das correlações, elas usufruem o aquecimento de sua alma na Luz da Verdade. Mas se enganam com esta sensação de calor e abrigo. O essencial não foi reconhecido e muitos ficam parados na metade do caminho, mesmo quando pensam estar avançando, fato que fazem apenas na compreensão das correlações.

Mas, quem tem o anseio e, devido a isso, procura pelo acesso, não se apoiando somente no querer-compreender ou somente aquecendo a sua alma, para este os portais abrem um mundo cuja existência o toca cada vez mais. Então, ele se apropria de um saber que a consciência terrena jamais consegue seguir, pois este se situa muito além de sua capacidade de compreensão.

Então, motivado pelo anseio indomável de uma profunda saudade de uma espécie de percepção até agora somente conhecida em seus sonhos, mas que deixa soar as cordas de sua intuição como uma lembrança de tempos longínquos, o leitor deve reconhecer a existência de seu espírito. Desperta nele então uma nova consciência, que nada tem a ver com a consciência que ele conhecia até então. Pelo contrário, trata-se da consciência do eu que aqui na Terra é de se sentir como estranha, porém, alimentada com a saudade pela imortalidade de seu “ser”.

Todavia, permanece o fato de que o realismo de seu intelecto o colocará em grandes dúvidas, pois este tem que parar diante desta espécie de percepção. A partir de determinado ponto – que o intelecto não consegue ultrapassar – o ser humano, que pretende utilizar o intelecto para esta finalidade, colocará tudo em dúvida. Esta é a fronteira atrás da qual se encontra abrigada a eternidade do “ser” e o infinito.

O ser humano não consegue ultrapassar esta fronteira com o intelecto, sem com isso ficar confuso. O intelecto consegue abranger, para si, exclusivamente as correlações lógicas.

Ouvi, leitores da Mensagem do Graal, auscultai dentro de vós, pois, por detrás da autoconsciência, uma poderosa consciência está aguardando pelo despertar. Isso é muito mais do que a alma já consegue reconhecer agora. Ela já tem condições de dirigir o seu olhar através do portal, porém, é apenas a consciência espiritual que pode passar por ele. Assim, o espírito está infelizmente acomodado na alma, tantas vezes num indolente fazer nada.

Consequentemente, a Palavra como última possibilidade de transformação da consciência do ser humano não é aproveitada nem mesmo em sua décima parte, embora o espírito já tenha conseguido lançar um olhar através do portal da Verdade.

Sendo assim, a Mensagem é degradada para uma obra sem vida sobre o solo da lógica pura e do mundo dos sentimentos.

Mesmo quando a alma parece jubilar ao entrar em contato, obtendo assim uma ligação com a corrente da Verdade, ainda assim, em paz consigo mesma, ela se encontra sob a ameaça de recair na consciência confortável de sua subsistência.

Devido a isso, e desatenta a todas as trevas que espreitam nos muros diante do portal, e que já tiveram que ser apartadas da Luz, a alma não toma consciência de que se torna um doador desta força.

Que também o espírito é retido dentro das abóbadas da transitoriedade, pois lhe falta a força na intuição para se libertar e passar pelo portal, disso também ele não se torna consciente.

Assim, ele desperdiça seu tempo.

O mosaico da Verdade

Muitos já reconheceram a Mensagem como a Palavra da Verdade, pois ela esclarece a Criação e o mundo. Ela mostra a consequência lógica das correlações, esclarece a causa e o efeito de todo o acontecer na Criação, até embaixo, nas profundezas escuras da Terra.

Mas, este é apenas um lado da Mensagem do Graal.

Este é o lado mais útil para o ser humano terreno e o seu intelecto. Quando o ser humano falece, e com ele também o cérebro, estes reconhecimentos se perdem novamente. Ainda que o ser humano tenha estudado a Mensagem com perfeição.

Se seu espírito não tiver sido elucidado, ele não levará nada disso junto consigo. Ele parte vazio, como se nunca tivesse encontrado a Palavra, embora na Terra já a tenha segurado nas mãos.

Além dos esclarecimentos de causa e efeito, a Palavra também deve atingir a alma profundamente. Ela formará então uma ponte entre o espírito e o intelecto.

Com esta ponte, a Mensagem poderá se tornar uma caixa de construção com muitas pedras de iluminação, que o ajuda a construir um caminho para mergulhar na corrente da Verdade.

O intelecto deve compreender as leis e as correlações, o espírito, porém, deve haurir da Verdade. Ele poderá encontrar cumprimento para cada anseio, porém terá que retirar pedras individuais e ele mesmo juntá-las, formando uma construção. Com a ajuda da intuição, ele nunca colocará uma pedra no lugar errado, pois cada uma delas só serve lá, onde for útil. Porém, cada pedra individual pode se inserir harmonicamente e ao mesmo tempo em muitos lugares e em muitas construções.

Experimentai isso. Não é tão fácil, mas com certeza ireis conseguir se despertardes vossa intuição para isso. Mas, se já estiverdes satisfeitos com o reconhecimento das leis, vossa intuição não despertará.

Para cada pergunta feita pelo anseio, não motivada pela curiosidade, podereis obter a resposta como iluminação, precisais apenas utilizar as pedras certas. Vossa intuição não vos deixará andar por caminhos errados. Se, no entanto, apelardes somente ao intelecto para responder à pergunta, ficareis enganchados na lógica e nunca conseguireis mergulhar no eternamente existente.

Se procurardes a solução de uma pergunta somente na forma sólida da Mensagem, então podereis utilizar para isso somente o intelecto. Este é bom para as ciências, mas não para pesquisar a Verdade. Se vossas perguntas não se basearem no anseio do vosso espírito, pois surgiram somente da sede de saber do intelecto fazendo assim parte do transitório, de qualquer forma as respostas não trarão proveito.

Naturalmente, justamente o intelecto em sua forma rígida pode pesquisar uma área enorme. Por isso ele também se sentirá muito elevado, pois também ele descobre possibilidades para si que devem lhe parecer fantásticas, pois a área é para ele inesgotável. Porém, todo este saber, apesar de sua enorme grandeza aparente, precisa permanecer sempre na materialidade. Falta a vivacidade do espírito que é de constituição bem diferente.

A Mensagem é semelhante a um conjunto de peças de montar, classificadas com precisão, um mosaico de pedras, mas também dobradiças, parafusos e pregos, bem como tintas e materiais ordenados de modo transparente em compartimentos. Esta ordem é a forma sólida da Mensagem. Naturalmente, como fundamento e ponto de partida, ela deverá ser conservada e protegida em qualquer caso.

Esta forma nunca deve ser alterada. Cada dissertação é um compartimento por si só, que reúne em si diferentes partes integrantes do conjunto de construção completo. Nesta ordem, tudo está dividido do modo como o ser humano consegue compreender melhor no início. Compreender as leis, já que somente pelo conhecimento exato, nesta ordem, o conteúdo pode ser utilizado de modo proveitoso. Esta deve ser a tarefa do intelecto terreno. Porém, ele precisa parar no que vai além disso. Haurir e formar, isso somente o espírito consegue. A ponte para isso é a sua alma. Infelizmente, muitos permanecem retidos nesta forma ou na ponte, apenas poucos desenvolvem o seu interior que se expressa somente na capacidade de intuir que se tornou consciente.

Poderíeis também dizer que a Mensagem é o ABC da Verdade, já que ela contém todas as letras. Também podereis denominá-la de partitura de notas musicais para compor uma música, tudo dará sempre no mesmo. Decisivo é que vossa intuição deverá aprender a formar algo com ela.

Em vós foi colocado o anseio de juntar as pecinhas adequadas, de modo que elas resultem numa forma que, pela harmonia e beleza, testemunhem a exatidão da construção. Desta maneira, muitas coisas se iluminarão para vós. Infelizmente, este anseio é guiado para rumos falsos pelo intelecto.

Neste trabalho, o anseio deverá ser o estímulo, a vontade deve ser a ação, e a intuição, o mestre de obras. Logo reconhecereis se aquilo que formastes vibra nas leis. Desta forma, construireis uma ligação com a Luz, de onde a Mensagem fala a vós. Força multiplicada fluirá a vós, com a qual podereis formar tudo para vós de modo cada vez mais claro.

De etapa em etapa o espírito se elevará acima da autoconsciência do intelecto preso à Terra, para então desenvolver plenamente a consciência própria de seu eu.

É somente assim que a Mensagem se tornará viva em vós e através de vós. Tereis que vivenciá-la, aceitá-la em espírito, não deveis ficar pendurados na lógica, mesmo que ao intelecto pareça que isso faça mais sentido, caso contrário, não tereis benefício algum, exceto um esclarecimento que funciona do mesmo modo que vosso mundo transitório.

Por isso hoje, mais uma vez é clamado a vós, não considereis a Mensagem como uma forma sólida, mesmo que ela tenha sido dada a vós deste modo.

Se não tiverdes capacidade de agir assim, vos assemelhareis a uma criança que recebeu uma caixa de peças de montar ou uma paleta de tintas para treinar sua criatividade, mas nunca a usa para criar uma forma, uma imagem ou uma construção, atentando somente para que a ordem na caixa não seja perturbada. Ela não se arrisca por medo de perder a visão geral. Ela apenas fala repetidamente sobre o conjunto de peças de montar que recebeu, porém fica inativa e inerte, pois, com a sua aparente razão pela ordem, suprime o estímulo de formar algo.

Ler a Mensagem com atenção, retirar dela a lógica, ou jubilar com alento em sua alma, não é apenas este o sentido, mas este é somente o começo da jornada no caminho para a Verdade e iluminação. Deveis treinar vossa intuição e aprender junto com ela a formar, dependendo de para onde vosso anseio vos leva.

Agora, muitos irão reconhecer porque foi necessário ter duas formas da Mensagem. Uma delas é o conjunto de peças de montar necessário para a estrutura, que deve surgir primeiro no solo terreno de vossa profunda escuridão. Somente então podereis utilizar também as cores e os materiais da forma mais fina, a fim de configurar a construção em toda a sua magnificência e beleza.

Deste modo, o fundamento se tornou uma boia de salvação, necessária devido à inesperada queda da vossa Terra. Primeiro a alma deverá ser profundamente tocada ou abalada por esta, mas o intelecto também deverá compreender aqui que os seus limites se encontram no limiar da intuição, que ele não pode ultrapassar.

Mais fina em sua espécie e, com isso, também mais poderosa, é a forma original da Mensagem. Ela atua de modo mais intenso sobre a intuição, ela sacode a autoconsciência do espírito. O objetivo é que o espírito não mais se contente com a existência de sua alma consciente de se aquecer abrigada na Luz da Verdade, mas que se eleve acima da autoconsciência do intelecto.

Mas, é justamente aqui que as trevas mais uma vez conseguiram agir de modo astuto através do intelecto. O incendiar da alma ao entrar em contato com a Palavra, que é o que deverá conduzir ao primeiro reconhecimento, a fim de que o anseio no espírito desperte e ele possa romper as barreiras, é encarcerado pelo temor do ser humano de agir de modo errado justamente devido a este desejo.

Assim sendo, ele se detém diante do muro erguido justamente por aqueles que alegam estar ajudando. A crença se estabeleceu como um dogma, de que com o fundamento o espírito já está de posse de tudo o que a humanidade precisa. Se alguém tiver o desejo de olhar também atrás deste muro, ele será advertido com a justificativa de que foi o próprio autor que proibiu isso e que ele, de qualquer forma, poderá obter a resposta a qualquer pergunta no fundamento. Com isso, todos os que se encontram na frente deste muro são amarrados. Somente poucos se conscientizam dos serviços prestados às trevas com isso.

A muitos aflige o anseio por elucidação, cujas pedras preciosas não conseguem encontrar na caixa de peças de montar permitida.

Pode um ser humano agir de modo errado se ele segue o seu anseio?

Somente indolência pode afastá-lo disso, causada pelo desejo de um abrigo benfazejo da alma. O espírito humano que não atende o seu anseio de procurar mais, mas se inclina diante de sua organização e, com isso, diante de seu intelecto, este espírito irá se encontrar horrorizado diante de sua vida quando despertar no além.

O fato de o intelecto colocar sua própria consciência no topo, não é maldade por parte dele. Isso faz parte de sua natureza. Somente por meio do orgulho e da vaidade, que se encontram sempre na tendência de uma alma, e por meio da indolência de um espírito, é possível ao intelecto assumir o domínio. É deste modo que as trevas conseguem penetrar em vós. Portanto, não sois vítimas como muitos gostariam de acreditar.

Vosso anseio sempre age como estímulo porque atrai a força para si. Mas, assim que o domínio é deixado para o intelecto e para os sentimentos, este mesmo anseio é utilizado apenas para proveito dentro da materialidade. Isso se manifesta então pelo egoísmo, vaidade, orgulho, também pela falsa modéstia e todas as facetas e formas de pendores e ainda por dogmas rígidos em questões de fé que não encontramos somente nas igrejas desde a antiguidade, mas também podem ser reconhecidos nos movimentos do Graal na Terra.

Foi assim que aconteceu que também a Palavra da Verdade teve que permanecer em sua forma sólida. A forma que era destinada ao espírito assim que ele perguntasse por isso foi mandada para o exílio pelos responsáveis pelas tomadas de decisão, com base nas deduções lógicas aliadas ao mundo dos sentimentos.

Na antiga sabedoria está escrito: “Somente com a maturidade necessária desperta no aluno o anseio de procurar pelo verdadeiro mestre e isso irá conduzi-lo a ele”. O espírito humano como aluno, a Mensagem original aqui como mestre.

O fato de a Palavra original ser considerada como intocável pelo leitor da “edição de última mão” é o pior dogma, que é rigorosamente protegido pelos dirigentes das vossas organizações.

O engano fatal

Neste ponto, deve ser apontada uma tragédia no desenvolvimento do movimento do Graal na Terra. Apenas há pouco tempo li um escrito anunciado em 17 de agosto de 1948. Somente depois da leitura me tornei consciente de muitas coisas. Esta é uma das últimas pedras no jogo de montar no reconhecimento de tudo o que se desenvolveu de modo errado.

O movimento do Graal, que depois da guerra procurou se reerguer novamente, tomou aparentemente, além da Mensagem, esta anunciação de 1948 como base para a continuação de seu desenvolvimento, pois é nela que se baseia a suposição de que, depois da volta de Imanuel à sua pátria, a Rosa do Amor Divino e o Lírio Puro tiveram que permanecer pessoalmente na Terra.

O que realmente aconteceu naquela época? —

Assim como outrora Wolfram von Eschenbach colocou a história de Parsival de modo ingênuo na materialidade, e expressões como “O portal puro” se transformaram em “O tolo puro”, assim também aconteceu com as pessoas que receberam esta anunciação de 17 de agosto de 1948, tendo que trabalhá-la para a sua época.

Muitas vezes é do desejo da respectiva pessoa interpretar as coisas de modo muito terreno e para o seu ambiente próximo.

Com a anunciação de 1948 (vide aqui) foi registrado algo que ocorreu fora do ambiente terrenal, mas que atuava até a materialidade. Pouco disso realmente se realizou na Terra, mesmo que a materialidade e a Terra sejam mencionadas repetidamente.

Sabemos que a Bíblia igualmente sofre dessa interpretação humana errada. A junção dos conceitos o Filho do Homem e o Filho de Deus é apenas um destes enganos fatais. ——-

Quando na anunciação de 1948 está escrito que Maria e Irmingard são a “Palavra”, isso só pode ter sido dito em sentido figurado, porque elas deveriam atuar na “Palavra”. Mas nunca elas próprias poderão ser a “Palavra”.

Imanuel, o Filho do Homem em Parsival tornou-se a própria Palavra viva com as palavras “Faça-se Luz” o que também é expresso pela afirmação “No início era o Verbo”.

Ninguém poderá se tornar a Palavra no Seu lugar.

Se isso fosse possível, então Ele poderia ter enviado um outro desde o começo, a fim de trazer a Palavra. Mas isso Ele não podia fazer, pois Ele mesmo é a Palavra. Ao trazer a Palavra, Ele trouxe a si mesmo. Com isso a tarefa também estava cumprida.

Mas, na anunciação de 1948 foi escrito não somente que Maria e Irmingard são a Palavra, mas também que elas devem completar a tarefa de Imanuel. Porém nem era necessário completar a Sua tarefa, pois que Ele mesmo já havia feito isso.

Mesmo que os responsáveis da época, e hoje, na Terra quisessem ver isso de outro modo, pois nisso eles podiam justificar a presença física de uma divindade nas duas senhoras. O que é dito aqui não deve diminuir a elevada tarefa dos responsáveis, porém nunca poderia ter se tratado da conclusão da tarefa de Imanuel, assim como aparentemente é expresso na anunciação de 1948.

Devemos aceitar de uma vez por todas que Abd-ru-shin concluiu as suas missões terrenas. Por um lado, como Parsival, trazer para nós uma forma da Verdade, a qual recebemos através da Mensagem e, por outro, através de Imanuel, a retificação da linha através de todos os planos, o que somente Ele pessoalmente poderia realizar.

Esta ancoragem da Luz na Terra somente podia ser feita por Imanuel pessoalmente, executada no momento em que Ele pronunciou a Palavra aqui no plano terreno. O ato de escrever ocorreu para mostrar o caminho ao ser humano individualmente, e isso foi concedido a pedido de Jesus como misericórdia.

O que a humanidade faz com isso é assunto dela. Não havia outra missão para o Filho do Homem cumprir na Terra, a não ser a edificação do Reino de Mil Anos e isso foi motivado pela própria humanidade. Se isso ainda vai acontecer de alguma forma, é incerto, mas se for o caso, com certeza não na Terra em seu estado atual. O manietar de Lúcifer como outra missão se situa fora da materialidade.

Se, na continuação está escrito na anunciação de 17 de agosto de 1948 que a Rosa e o Lírio se fundem num só, isso contradiz as leis da Criação. Assim como também Jesus e o Filho do Homem nunca poderão se fundir num só no plano terreno, isto também não é possível com a Rosa e o Lírio. Também quando é dito que Eles são um em Deus, isso nunca poderá valer para o plano terreno.

Aqui isso só pode significar um processo que descreve as irradiações da Rosa e do Lírio. Estas irradiações podem fluir na mesma medida para as pessoas terrenas Irmingard e Maria. Mas, justamente por isso se torna claro que elas nunca poderiam ser o próprio Lírio e a própria Rosa.

Este tipo de ligação de irradiações só se tornou possível através das muitas almas que se abriram novamente depois das vivências dos anos da guerra.

Isso podia acontecer repetidamente, em determinada hora, até o fim da vida de Irmingard, assim que as condições para isso eram dadas.

Porém, concluir disso que a Rosa Divina e o Lírio teriam que andar pessoalmente sobre a Terra depois da retirada da irradiação da Luz de “Imanuel”, isso não somente contraria as leis da Criação, mas também é uma audácia do espírito humano que se considera como muito importante, como ocorre com frequência.

Num ponto da anunciação de 1948 é dito:

“Encontrando-se no poder e na força de sua tarefa, Maria, a Rosa do Amor e Irmingard, o Lírio Puro, peregrinam sobre a vossa terra”.

Está dito; “peregrinam sobre a vossa terra”. Não está dito: “peregrinam na vossa terra”. Neste contexto, o conceito “terra” significa materialidade.

De acordo com isso, “peregrinam acima da vossa materialidade” é o sentido correto. Isto significa: no reino espiritual até as margens da materialidade mais fina, onde também está ancorado o castelo inferior.

Que desta anunciação foi concluído, na época, que a Rosa e o Lírio ainda se encontravam na Terra, isso se originou do desejo dos envolvidos. Isso se encontra deste modo nas leis da Criação: a Rosa e o Lírio estão ligados a Imanuel, não à humanidade.

Se então, mais adiante está dito na anunciação: “a partir de agora deveis unicamente servir à Rosa e ao Lírio, isso deve chocar um espírito desperto imediatamente em sua intuição”.

Abd-ru-shin nunca pediu dos seres humanos que estes deveriam servir unicamente a Ele. Ele se distanciava muito disso. Deveis servir unicamente a “Deus”. Mas admitir que Ele faz anunciar aos seres humanos que agora eles deviam servir “unicamente” à Rosa e ao Lírio, isso não pode ser harmonizado com o que Ele disse e escreveu.—

A forma de expressão em algumas partes da anunciação mostra nitidamente sob qual influência ela deve ter vindo.

O trágico nisso é que justamente a anunciação de 17 de agosto de 1948 tornou-se posteriormente a base de todos os esforços do movimento do Graal. Quem ainda se admira de tantos desenvolvimentos vergonhosos que ainda se fazem sentir na época atual. O mais desastroso é o surgimento de uma comunidade religiosa rigidamente organizada.

Nesta correlação deve ser considerado hoje que a Mensagem foi editada em sua forma nova justamente depois do acontecimento de 1948; que a sequência das dissertações não foi realizada de acordo com o manuscrito de Abd-ru-shin; que neste meio tempo se tornou conhecida, é uma característica clara desta religião. Também a queima e a proibição da Mensagem original fazem parte disso.

Cada um individualmente deve descobrir esta correlação.

Colocai a Palavra da Verdade bem no alto de uma rocha

As 22 dissertações, hoje um conjunto denominado “Exortações”, estavam destinadas por Abd-ru-shin como uma espécie de inflamação inicial para a alma. A Mensagem na “versão de última mão” em seu todo foi declarada como livro de filosofia da natureza que esclarece o mundo. A Mensagem original, como um desenvolvimento posterior e erupção final para a consciência plena do eu do espírito. Mas não devemos nos esquecer de que a Luz protege a Palavra e, por decorrência disso, protege a Mensagem Original de intrusões e divulgação errada. Tomemos por base a seguinte afirmação de Abd-ru-shin de sua dissertação de 1931, que não é acessível oficialmente:

“Coloca a Palavra da Verdade bem no alto de uma rocha, para que o ser humano tenha que se esforçar para chegar a ela”.

Este é o mandamento de acordo com o qual atuo. Foi até agora uma ideia errada que a Palavra Sagrada, que deve ser inestimável para o ser humano por se encontrar muito acima de todos os valores terrenos e que significa para ele mesmo a vida e a existência, devesse ser oferecida de forma mendicante, reinando então alegria nos céus, quando um deles estiver disposto a aceitá-la.

“Pecaminoso ultraje havia nesta acepção que se presta bem para arrastar para baixo a Palavra Sagrada em seu elevado valor.”

Que com essa afirmação Ele só poderia ter considerado a Mensagem Original, isso fica bem claro quando se observa as correlações. Apenas a Mensagem de “edição de última mão” deveria ficar acessível para qualquer pessoa.

Somente com o reconhecimento da Mensagem como sendo a Palavra “No começo era o Verbo”, começa a procura realmente dita. O drama é que muitos leitores, por se basearem nesta religião, caem num equívoco, ou seja, que com a Mensagem da “edição revisada” realmente acreditam já ter tudo do que necessitam. Isso foi o que as autoridades transmitiram a eles. Mas, é assunto de cada um agir de modo diferente. Porém, a sensação de pertencimento parecia ser mais forte em alguns do que a inflamação de sua intuição mais íntima.

Então, ao continuar a ler a dissertação de Abd-ru-shin acima mencionada, deve cair como uma venda dos olhos.

“Também nisso, tudo se tornará novo como fora prometido. O ser humano que quiser obter a Sagrada Palavra da Verdade terá que conquistá-la por si próprio! Terá que esforçar-se para tanto. Quem não quiser isso, não merece possuí-la. Um ser humano que realmente leve a sério sua busca pelo caminho para a Luz, não receará passar sede e fome se isso for necessário, ou até lutar em prol disso arduamente com toda a sorte de adversidades. O esforço pela Palavra se torna agora um mandamento sagrado! É exigido de acordo com a Criação.

Com isso, os mornos serão repelidos, aos quais falta a verdadeira seriedade para ascenderem e que iludem apenas a si mesmos e a outros ou são hipócritas. Também deverão ser condenados.

Assim, este mandamento já trará um grande peneiramento, onde o falso se separa do legítimo. — Como na parábola, ficam excluídos da Ceia todos aqueles que são demasiado indolentes, demasiado indiferentes. Os ativos trazem em si o anseio puro pela Palavra, não temendo nenhum esforço e nenhum sacrifício para chegar perto dela, para ouvi-la, a fim de assimilá-la no templo de sua alma.

Por isso, também determinações terrenas devem ajudar para que este mandamento seja cumprido em todos os sentidos. Do grande círculo dos adeptos da Mensagem do Graal deve ser excluído tudo o que não estiver inteiramente transpassado do mais sério anseio de progredir no espírito e de ser ativo interiormente!

Todos, aos quais o intelecto traz as desculpas usuais de uma auto fascinação e auto ilusão a respeito das fraquezas que surgem nitidamente à luz do dia, enquanto cochicham que o aspecto seria demasiado comercial, impróprio para a Palavra Sagrada…, estes não mais devem ser admitidos nas preleções e sim permanecer excluídos, pois não são dignos da Palavra, ainda não a reconheceram e também nunca aprenderão a conhecê-la. Melhor um número pequeno, mas legítimo e inabalável! Para que se encontre como um rochedo no embate das ondas do juízo a iniciar-se! Deve brilhar espiritualmente através da vontade fiel, da perseverança para a vitória! Entre eles não deverá haver frutos podres.”

Não fica tudo claro com estas palavras?

Neste ponto, gostaria de incluir o trecho final da dissertação “O Estranho” como elemento de construção.

“Porém, quando os infiéis, renegados, em seu ódio cego já acreditavam ter alcançado a vitória, e as trevas, por sua vez, consideraram como aniquilada a obra da Luz, pois esperavam ter tornado o portador desta obra totalmente desacreditado, Deus manifestou a Sua vontade com poder! Então, tremendo, também os zombadores se colocaram de joelhos diante de sua glória, porém já era tarde demais para eles”.

Como uma pessoa poderá algum dia compreender tais correlações com o intelecto? Aqui se torna claro que mesmo as ações motivadas aparentemente pelas trevas terão que servir finalmente à Luz, mesmo se no começo tiver que haver um escândalo terreno. Ao seguir os seus objetivos, a Luz não está ligada a gerações ou ao cálculo do tempo terreno.

De acordo com o desenvolvimento do movimento do Graal acima descrito, a Mensagem Original não deveria mais fazer parte dele. Nunca deveria ser possível que ela contribuísse para fundar uma religião.

Tudo isso deve ser considerado no contexto da queima dos volumes da Mensagem Original e da dissertação aqui citada.

Depois da anunciação de 1948, cada vez mais foi o intelecto que assumiu a condução.

Muitas decisões foram tomadas durante os períodos de tempo em que a ligação de irradiações acima descrita não estava presente. E esses foram os períodos de tempo mais longos. Durante tais períodos, tratava-se geralmente mais de problemas organizacionais, mas também relativos aos laços familiares que também lançaram suas sombras sobre o movimento do Graal, mostrando o seu efeito sobre a irradiação.

Como, de acordo com a anunciação de 1948, partiu-se do princípio em todas as coisas de que a Rosa Divina e, com ela, a parte do Amor de Imanuel e também o Lírio Puro andavam pessoalmente na Terra, eles se sentiram abrigados na Luz. A Mensagem na “versão original” fazia parte do passado, agora se tratava de olhar para o futuro e, neste caso, sentiram-se mais seguros com a nova versão da Mensagem.

Desse modo foi mais fácil ocultar o próprio passado e com isso também o próprio falhar, embora justamente isso tenha se refletido de modo muito nítido na anunciação. Todos acreditaram num novo começo com as duas senhoras, pois, conforme a anunciação de 1948, elas agora estavam na Terra no lugar de Imanuel.

Agora a Terra estava salva, assim acreditavam, e o movimento do Graal era o centro deste novo mundo. Porém, na época não se pensou em como seria setenta anos depois, ou seja, hoje. Quem ainda parte do pressuposto de que se tratava, nas duas senhoras, da ainda necessária ancoragem da Luz, este deve se perguntar: quem mantém esta ancoragem hoje?

Não podemos fazer outra coisa do que reconhecer que apenas a Palavra, tal como foi pronunciada pessoalmente por Abd-ru-shin e como então também foi escrita por ele, pode ser a ancoragem. Que Ele deu a ela uma nova forma posteriormente, isso era para proteção. Ele não desejava que a Palavra fosse levada à venda em sua forma original. Isto quer dizer que as afirmações de peso para uma ancoragem da Luz só podem ser encontradas na primeira Mensagem. Foi exatamente isso que alguns espíritos humanos sentiram na época.

Porém, se alguém procurava por ela depois de 1948 ou pesquisava outras coisas que, segundo sua intuição, não cabiam no quadro que havia feito – assim como deveria ser – para si, e que na verdade testemunha em seu favor, este era advertido e, se o anseio persistisse, era declarado como renegado. Aqui literalmente a criança foi jogada fora com a água do banho.

Na verdade, era desejado que a Mensagem original permanecesse protegida, sendo acessível somente àquelas pessoas que perguntassem ou procurassem por ela, assim como o próprio Abd-ru-shin declarou como mandamento com as palavras:

“Coloca a Palavra da Verdade bem no alto de uma rocha, para que o ser humano tenha que se esforçar para chegar a ela”. Este é o mandamento de acordo com o qual atuo.” ——-

Para poder compreender melhor, gostaria de complementar esta afirmação com uma pedra de construção da Mensagem.

“Guardai fielmente as chaves que vos dou com minhas palavras e transmiti-as sempre para aqueles que virão depois de vós, de maneira certa. Tão logo tiverdes vos libertado da pressão do domínio do intelecto, minhas palavras estarão claras para vós, as que já vos falei e as que ainda falarei.”

“Planos espírito-primordiais IV”

Com a ajuda desta pedra de construção, deve ficar claro a cada um porque a Mensagem original não podia mais ser divulgada logo depois de 1948 pelos movimentos oficiais do Graal e pela instituição.

No lugar dela é divulgada a forma menos viva da Palavra. Esta é a forma que Abd-ru-shin deixou para a humanidade para divulgação e por isso também a organizou nesta ordem.

De acordo com isso, recolher a Mensagem original estava certo, porém, destruí-la foi uma falha funesta.

Em algum momento, o movimento do Graal na Terra e principalmente a instituição haviam perdido o direito de ser zeladores da “Palavra”. Entregues a si mesmos, ainda recebiam ajuda somente quando a atraíam, fato que, apesar de todo o comportamento errado, trouxe sempre novamente tempos muito preenchidos. Porém, o direito ao qual se arrogaram não mais existia.

Como consequência das decisões erradas e da sensação de sentir-se abrigado, um número muito grande de pessoas se deu por satisfeito com a “Mensagem revisada”. Certamente o seu íntimo se inflamava, porém, não conseguia despertar para a capacidade intuitiva plena.

Mas são justamente estes que se sentem impulsionados a viver mais do que a própria Palavra, divulgá-la como em estado febril, pois ela lhes parece poderosamente grande. Isso, geralmente, é apenas a sua inclinação forte de procurar mais, à qual por timidez não querem ceder. Assim procuram inconscientemente uma substituição por meio de um trabalho missioneiro. —

Os poucos dentre os leitores da Mensagem do Graal que realmente poderiam divulgar a Palavra da maneira correta, ou seja, vivenciá-la não apenas por meio do próprio exemplo, até serem perguntados sobre isso, os que, portanto, precisam se utilizar predominantemente da forma sólida com esclarecimentos para o intelecto, já que ela só pode se tornar compreensível deste modo para uma grande maioria da humanidade errante nas trevas, estes sentem ter que fazê-lo como uma carga muito pesada.

Não é altivez ou orgulho sobre o seu saber, não é trabalho de missionários, mas é uma profunda tristeza que se apodera deles ao ter que apresentar a Palavra em tal forma intelectiva. Somente o amor a todo o espiritual que ainda porta uma faísca de Verdade em si, bem como o cumprimento desta tarefa com misericórdia faz com que suportem esta carga pesada.

Tais espíritos, cujo intelecto nunca poderá ser aguçado e brilhante, já que as correlações que atuam sobre eles diariamente são suficientes para reconhecerem as leis da Criação, estes espíritos são diferentes em seu atuar, pois sua intuição está claramente desperta.

Nunca apenas citarão a Mensagem. Pela Palavra, eles recebem a confirmação sobre algo que já intuíam e sentiam há muito tempo. Justamente através disso, eles se tornam mais acessíveis para a elucidação através da Mensagem.

Eles não perguntam mais pela lógica a fim de tornar isso plausível também ao intelecto, pois, por que esclarecer algo que de qualquer forma terá que se perder depois da morte? Por isso, não encontrareis os mais fortes espiritualmente junto daqueles que desejam compreender a Palavra intelectualmente ou apenas a citam ao modo dogmático. São justamente esses que se encontram ao lado daqueles que se banham nisso com sua alma, esses que realmente são nocivos para a Verdade.

Falsa modéstia, instrução hipócrita na crença de com isso estar ajudando a divulgar a Palavra são sinais de ter assimilado a Palavra apenas na autoconsciência do intelecto. Muitas vezes, uma alma ainda se vangloria vaidosamente tendo o anseio como um estímulo forte, porém o espírito não despertou para a consciência própria.

Diferente é com um espírito desperto.

Gratidão por todo o momento em que ele pode nadar na corrente da Verdade sem ser perturbado pelo intelecto, quando pode se desprender do ter-que esclarecer do intelecto. Esta é uma característica do espírito que realmente assimilou a Palavra dentro de si.

A este as palavras afluem, sempre que tem algo a dizer. Mas elas só atingem lá, onde uma outra alma está sedenta por isso.

Onde também faltam as palavras da intuição, lá o intelecto também não pode ajudar a atingir uma outra alma.

Tomai isso como linha mestra, onde vos encontrais quando desejardes falar sobre a Palavra.

Páscoa de 2016

Ass. Simon