Uma visão sobre um outro mundo

Este escrito deverá servir como preparação para uma nova época. Uma época que será de espécie bem diferente. Ela deverá ser marcada por uma configuração na qual a humanidade se ajusta às forças enteálicas e da natureza, e utiliza o seu auxílio para todo tipo de conformação, ao passo que outra parte da humanidade trabalha em sua própria submersão. Um tempo em que também a tecnologia constrói sobre as forças enteálicas. Embora esta configuração ainda seja completamente estranha ao ser humano atual, somente ela poderá conduzi-lo até uma grandeza inimaginável banhada em bênção duradoura.

Todas as coisas inexplicáveis, também de eras pré-históricas, não serão mais consideradas como milagre ou fenômeno, pois então o seu surgimento fará parte do andamento normal.

Chegará o tempo em que – segundo o entendimento atual – será possível haurir forças energéticas aparentemente do nada, pois o ser humano terá acesso a outras esferas, cujas fontes de energia ainda lhe são desconhecidas, sendo elas porém inesgotáveis.

O presente texto foi subdividido em 5 capítulos.  É recomendado ler cada um deles isoladamente e na ordem, pois cada um só é conclusivo a partir do anterior. Este escrito é uma interação entre o reconhecimento lógico e um reconhecer profundamente vivenciado. Também é recomendado que se faça uma pausa mental entre os capítulos individuais, a fim de processar também no subconsciente o que foi lido. É de grande auxílio não somente compreender o conteúdo, que vai além da compreensão atual, mas também assimilá-lo espiritualmente.

Os capítulos individuais têm os seguintes títulos:

-1-

O fenômeno dos círculos das plantações

-2-

Mensagens dadas através de forças enteálicas

-3-

O que torna o homem um ser humano vivo? E o que o torna uma inteligência biológica humanoide?

-4-

Ciências e  doutrinas de fé, o que realmente auxilia o ser humano na continuidade de seu desenvolvimento?

-5-

Cérebro, intelecto e espírito, em seu atuar conjunto

Palavra final

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1. O fenômeno dos círculos das plantações

Quem acompanha o tema dos chamados círculos das plantações irá reconhecer, sem dúvida alguma, que existem os círculos das plantações autênticos, cujo surgimento suscita enigmas, mas também aqueles que foram formados pela mão do homem. Sobre os últimos, nada precisa ser escrito aqui, pois eles não têm nenhuma importância para nós. –

Ocorre com os círculos das plantações algo semelhante ao que ocorre com muitas construções pré-históricas inexplicáveis.  Muitas delas foram construídas pela mão humana com todos os recursos disponíveis na época, e poderiam ser reconstruídas muito bem, de modo bastante semelhante e segundo suas diferentes fases. Outras, por sua vez, são tão complexas em sua espécie que o seu surgimento não pode ser esclarecido com os meios e as capacidades atualmente disponíveis.

Tão somente a colocação, com ajuste exato, de blocos pesando toneladas uns ao lado de outros, que se unem com uma precisão de centésimos de milímetros, como se tivessem sido fundidos, é ainda hoje um enigma inexplicável, fato que pode ser encontrado no mundo inteiro em muitos locais de culturas antigas.

Mas também geometrias e arquiteturas, as quais se ajustam de modo perfeito às circunstâncias e leis cósmicas dão muita dor de cabeça aos pesquisadores, pois tal perfeição não poderia ser executada pela mão humana da atualidade, ou então, somente a capacidade de cálculos de um moderno computador seria capaz disso. Mas como então isso foi possível naquela época, há milhares de anos? Não se pode fugir do pressentimento de que deve ter atuado nisso ainda algo diferente, algo que desapareceu das lembranças do ser humano e, por isso, agora parece algo totalmente estranho! Por isso, ainda por longo tempo, muitas coisas irão permanecer sendo um enigma àqueles seres humanos que não estão dispostos a olhar além do que é compreensível ao intelecto.

Hoje também estamos vivenciando tais fenômenos. Fazem parte disso alguns dos conhecidos círculos das plantações. Estes não conseguem sobreviver como testemunhas, como, por exemplo, as construções da antiguidade. Entretanto, são sinais visíveis de forças ocultas que exercem seu efeito e se estendem até o materialmente visível.

Agora, este assunto deverá ser tratado a fim de se visualizar como o ser humano terreno, apesar de toda a revolução tecnológica, ainda se encontra ignorante diante de coisas que estão sob a influência de algo a ele ainda desconhecido. Coisas, das quais ele nada sabe a respeito, não quer saber, pois vê somente os últimos efeitos em seu mundo, um mundo que ele ainda percebe como sendo o único, e que ele reconhece como existente.

Se alguma vez ele se depara com uma indicação para outros mundos, então, em sua compreensão restrita, irá encontrar uma explicação adequada para isso.  Se não o conseguir, o tema será ignorado ou tirado do foco geral, como se não existisse, ou então será arrastado para o ridículo e deixado de lado com explicações de que, sob exame sério, só podem se apresentar como inconsistentes.

Porém, com os conhecimentos das Leis da Criação, tais fenômenos podem ser facilmente compreendidos e não são nada mais do que a clara comprovação de que existe mais do que o mensurável e apreensível pelo intelecto, e que este “mais“ exerce o seu efeito na matéria reconhecível.

Sobre isso, tomemos um outro exemplo que, inicialmente, pode parecer bem banal: a alegria criativa da natureza. Cada ser humano fica maravilhado e se alegra com os diferentes tipos de cristais de gelo, flores de gelo ou formas perfeitas de flocos de neve, dos quais não existem nem mesmo dois idênticos. Mesmo com as premissas absolutamente iguais, nenhum deles será igual ao outro. Somente isso já é notável, pois, quando duas máquinas trabalham com materiais absolutamente idênticos, também resultarão disso dois objetos iguais. Aqui, a natureza é visivelmente mais criativa.

Observai apenas uma vez os cristais de gelo sob um microscópio e ireis mergulhar num mundo disposto tão simetricamente e, ainda assim, inesgotável em sua multiplicidade, que poder-se-ia pensar que aqui esteve trabalhando um grandioso artista. Apesar disso, praticamente ninguém pensa em como foi possível que este milagre se formasse, simplesmente tudo é considerado como dado pela natureza. —

Certamente existem conhecimentos científicos, por exemplo, a atuação conjunta da umidade do ar, da pressão do ar, calor, frio etc., entretanto a pergunta continua sem resposta: como algo tão perfeito pode se formar, já que isso foi considerado como a junção casual de forças físicas? Aqui, mesmo o ser humano orientado pelo intelecto não pode chegar à outra conclusão a não ser a de que isso nunca poderia ter adquirido esta configuração por si mesmo. O observador não pode se esquivar de reconhecer que aqui deve ter atuado junto uma vontade criativa.

Porém, seguindo o antigo ditado “O que não pode ser também não deve ser!”, a única coisa lógica é declarada como ilógica e isso só porque ninguém foi visto durante este trabalho. O quanto isto vem de mentes literalmente estreitas, não é reconhecido. Muitas pessoas partem realmente do princípio de que isso surge de acordo com as leis da física, porém sem a intervenção de uma vontade. O quanto superficialmente eles se comportam – mesmo se baseados na natureza – disso raramente tomam consciência.

Naturalmente muito já foi pesquisado no intuito de chegar à solução do enigma. Todavia, assim como também na questão sobre a vida ou a energia, de onde e como os animais recebem o seu instinto, só se procura por respostas dentro do terrenamente mensurável. Assim que nenhuma resposta foi encontrada dentro do apreensível, o assunto é provido do conceito acaso ou milagre e dado como resolvido.

Mas não pode ser negado que a pesquisa atual só pode constatar sempre os últimos efeitos terrenamente mensuráveis. Por fim, ela apresenta somente a prova de que a coisa existe como tal, fato que qualquer um poderia constatar por si mesmo. A humanidade não pode se esquivar de ter que aceitar que ainda deve haver algo mais atrás daquilo que para ela é perceptível.

Desde o que é a vida e como ela surge, ou o que é energia, até a pergunta de onde os animais recebem o seu instinto, sobre isso não foi encontrada uma resposta até hoje. Os efeitos são conhecidos e cada um pode senti-los diariamente. Os pesquisadores podem medir tudo isso até nos detalhes e nisso se realizam totalmente já que este é o seu campo de atuação, porém, a origem continua sendo uma grandeza desconhecida.

Mesmo que a tecnologia só se torna possível com energia, a ciência até hoje não conseguiu esclarecer o que é energia realmente, embora ela seja mensurável, a sua origem real permanece oculta, assim como a própria vida não pode ser esclarecida.

Esta ciência, porém, se atreve a banir tudo o que não pode ser comprovado com os seus meios para o reino da fantasia, embora ela própria precise partir sempre somente das leis previamente dadas pela natureza, do cosmo etc. e, por isso, se apoia exatamente sobre aquilo, sobre cuja origem ela mesma nada sabe.

Os pesquisadores não podem fazer outra coisa do que se orientar pelas leis naturais e cósmicas, eles não têm condições de se desviar disso, ainda assim, pouco sabem a respeito. Eles só podem constatar que isso está aí para que se possa fazer uso disso e sobre isso se baseia todo o progresso.

Na verdade, eles não fazem diferente do que as doutrinas de fé que procuram acusar, e consideram o assunto como resolvido, já que a existência disso não pode ser negada e fazem uso dos efeitos visíveis para os seus fins.

E então, não são as ciências igualmente tão ridículas quanto estas procuram considerar as religiões, as quais creem num poder superior embora não possam comprová-lo, mas que ainda assim partem do princípio de que este existe? De que outra forma o mundo poderia ter surgido?

O crente diz que Deus criou tudo isso. A ciência se contrapõe com as palavras: quem teria criado Deus ou ele surgiu de si mesmo? Zombando assim benevolamente dos crentes. Mas ela mesma alega que tudo isso já estava programado no cosmo desde o início e que com isso a evolução teve que ter o seu início, só precisava da faísca incandescente para isso. Átomos, prótons, elétrons, nêutrons etc. seguiram-se de acordo com uma determinada prescrição, porque não poderiam de forma diferente, isso simplesmente se encontrava em sua espécie.

Porém, quem fez a programação? Poder-se-ia contrapor a isso do mesmo modo com: quem fez a faísca ou ela também surgiu a partir de si mesma?  Como se pode ver, com a capacidade humana de pensar, nem a evolução nem um Criador podem ser esclarecidos em sua origem de modo concludente.

É de se admirar então de que a tese de que tudo foi obra do acaso sempre encontra uma aceitação maior? Porém, com isso igualmente tudo é considerado como resolvido, a criança apenas recebe um nome e com isso todas as coisas inexplicáveis já estão esclarecidas. Que esta é a mais idiota das soluções, isso parece não chamar a atenção de ninguém. No fundo, é somente o comodismo de uma estratégia de avestruz!

De um fato não podemos escapar. Tudo se move dentro de determinadas leis. Tudo o que não pode ser influenciado pelo homem ou onde as correlações não são conhecidas, isso é designado de acaso ou milagre. Todavia, considerado logicamente, não pode haver nem milagres nem acasos e ainda assim, muitas vezes, o ser humano se encontra diante de enigmas não resolvidos. Desconsiderando atividades que se encontram fora de sua capacidade de compreensão, ele tenta encontrar uma resposta adequada à compreensão atual.

Se em alguma parte surgirem círculos em plantações, inicialmente o questionamento do ser humano, de como isso pode ser, é grande. O público em geral tenta, inicialmente, deixar isso de lado com argumentações de que seriam fantasistas que pretendem se desenvolver artisticamente. Muitos, que pretendem ser importantes, conseguem chamar a atenção sobre si.   Entretanto, quem se ocupa com este assunto de modo suficiente sabe que muitos destes círculos das plantações são impossíveis de serem explicados desta maneira.  Seria semelhante à tentativa de afirmar que muitas coisas belas que a natureza já apresentou teriam sido conformadas por artistas, alegando assim que muitas coisas semelhantes feitas pelo homem existem de fato.

Do como devem ser incrivelmente idiotas tais afirmações diante dos muitos pequenos e grandes mestres ocultos na natureza, não precisa ser dito ao verdadeiro conhecedor das leis da natureza.

São sempre forças enteálicas que estão em obra quando tais coisas acontecem, por um lado, porque eles se alegram com isso e, por outro, para chamarem a atenção sobre si. Mas, muitas vezes eles também querem transmitir mensagens, só que o ser humano, em sua espontânea restrição somente ao que é compreensível ao intelecto, perdeu totalmente a capacidade de reconhecer as correlações fino-materiais, sem falar do atuar enteálico. Ele não quer saber nada deste mundo e acredita, com sorriso de superioridade, que este só existe para crianças ingênuas em fábulas e lendas. –

Os seres humanos da antiguidade foram muito superiores aos seres humanos do progresso atual, pois ainda sentiam tais forças enteálicas que viam em forma de pequenos e grandes entes da natureza, honrando os mais poderosos deles como se fossem deuses. É somente o futuro que mostrará novamente o quanto estes seres foram importantes para o homem. Certamente eles não são deuses, mas ainda assim muito vivos, e o seu sopro vai até a matéria mais profunda e sem isso nem matéria haveria, mas este será outro tema a ser tratado durante o andamento do presente escrito. Retornemos, pois, aos círculos das plantações.

Mesmo com os recursos de hoje, muitos destes círculos, tanto em suas dimensões como no que se refere ao tempo de seu surgimento, não poderiam ser configurados pela mão humana, imperceptivelmente durante a noite e com tal precisão. Cada tentativa de imitar isso, falhou, pois nunca todas as propriedades puderam ser atingidas simultaneamente. O que mais chama a atenção nisso é que em todos os círculos feitos por homens, as hastes ou os talos quase sempre sofriam danos, pois foram prensados ou dobrados. O cereal também se encontra desordenado no solo. Geralmente, os danos da colheita são grandes, pois muitas vezes os frutos foram destruídos.

Nos círculos autênticos, os talos sempre estão suavemente dobrados e se encontram enrijecidos no solo, talo a talo, como se tivessem sido penteados. Raramente os grãos sofrem danos. Podem ser colhidos sem problemas. Mas também as partículas magnéticas que se encontram em até dez centímetros embaixo da terra dentro dos círculos nunca poderão ser imitadas durante uma noite. Isso sempre permaneceu um enigma, mesmo após semanas de análises. Mas, o que também causou estarrecimento em todos os círculos autênticos foram as atividades de micro-ondas no centro dos círculos que chamam a atenção, sendo que aqui temos a melhor indicação de onde eles se originam.

E agora devemos nos perguntar: o que são na verdade micro-ondas? Poderíamos atentar a algo que nos leva primeiramente a uma pista incomum.

Micro-ondas são ondas eletromagnéticas do mesmo modo que ondas de rádio e ondas de infravermelho. Elas mesmas não necessitam de nenhum meio, como por exemplo, as ondas sonoras, mas podem ser utilizadas como meio. Com elas, de fato, podem ser transmitidas mensagens. Mas elas também podem exercer influência sobre a matéria, alterando-a, estimulando partículas elementares a se moverem e se alterarem.

O que são partículas elementares, como, por exemplo, os elétrons, isso já é amplamente conhecido da física quântica, porém, de onde adquirem a sua massa, é desconhecido. Apesar de todas as intensas pesquisas, não se sabe.

Já seja citado de antemão que se trata dos menores germes enteais imateriais, cuja irradiação se condensa pela união, tornando-se massa. Um processo que já começa a ser rastreado na física quântica. O mesmo ocorre com a descoberta dos chamados quarks nos prótons do núcleo do átomo.  O quark, na física de partículas, é uma partícula elementar e um dos dois elementos básicos que constituem a matéria (o outro é o lépton). Quarks se combinam para formar partículas compostas chamadas hádrons; os mais estáveis desse tipo são os prótons e os nêutrons, que são os principais componentes dos núcleos atômicos.  Todavia, tudo cai por terra pelo fato de que o imaterial ainda é recusado na física clássica, quando, na verdade se trata da origem da matéria. É de natureza enteal e muito vivo.

Enquanto o homem se recusa a reconhecer a existência de forças enteálicas, ele não poderá compreender muitos processos que têm lá o seu início, a fim de atuar na matéria, mesmo que ele possa utilizar estas forças para si.

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2. Mensagens dadas através de forças enteálicas

Há décadas, pesquisadores enviam impulsos eletromagnéticos por meio de fórmulas matemáticas da Terra para o espaço sideral. Eles esperam que, em alguma parte lá fora, ainda vivam outros seres lógicos pensantes que, por sua vez, recebam estas mensagens, as decodifiquem e, em algum momento, enviem uma resposta. Por isso, existem observatórios há décadas na Terra, a fim de igualmente receber mensagens vindas do Universo. Portanto, envia-se e ausculta-se.

Todavia, que num outro mundo tenha se desenvolvido um progresso semelhante ao da Terra, não é de se admitir, uma vez que mesmo aqui na Terra desenvolveram-se tantas tecnologias diferentes, que custou muitos esforços torná-las compatíveis em âmbito mundial.

Assim, não é de se pressupor que o que foi enviado daqui possa ser recebido com os meios existentes lá. Além disso, nos diferentes mundos também existem densidades diferentes. Soma-se ainda outro problema bem maior que torna totalmente impossível entrar em contato com outras inteligências apenas com a tecnologia atual. Trata-se das distâncias cósmicas, pois mesmo no mais rápido modo de transmissão dentro da matéria, na velocidade da luz, a transmissão de uma notícia demoraria tempo demais.  Mesmo assim, o homem envia e aguarda por notícias ou respostas. O quanto tais tentativas fazem sentido, isto é questionável. Apesar disso, este todo deverá ser observado a partir de uma visão que visa abrir um mundo que o intelecto ainda poderá compreender em suas margens, mas que, em sua origem, deverá permanecer oculto.

Observemos agora um pouco mais detalhadamente um destes envios mais espetaculares e, principalmente, o que resultou disso, e como se procura manter muitas coisas ocultas ao público. A assim denominada Mensagem em Código de Arecibo foi enviada em 1974 para uma região do universo afastada em 25.000 anos-luz, a região apresenta uma densidade bastante alta e, por isso, a probabilidade de que lá exista um planeta semelhante à Terra é relativamente alta.  Mas, desde o início, os pesquisadores tiveram a clareza de que eles mesmos jamais iriam poder receber uma resposta, pois esta deveria ser esperada o mais cedo possível dentro de 50.000 anos, pois, afinal, a mensagem enviada necessita de pelo menos 25.000 anos somente para chegar ao seu destino.

Falando claramente, foi enviada uma mensagem a uma possível civilização que, dentro de 25.000 anos deveria dispor dos recursos técnicos para receber e decodificar tal mensagem. Observando comparativamente o desenvolvimento humano, esta espécie deveria se encontrar ainda bem antes de sua Idade da Pedra no momento do envio em 1974, portanto, ainda na era pré-histórica. Possivelmente ainda andam como primatas pela região. Que, porém, tenham se desenvolvido na mesma época que o homem, o que, dentro de uma janela de tempo de vários bilhões de anos, a idade do Universo, é muito improvável ou até mesmo se estiverem séculos na frente do ser humano, então praticamente não se pode supor que dentro de 25.000 anos ainda estejam presentes, pois a evolução mostra que uma espécie praticamente não sobrevive durante tanto tempo, principalmente se ela se comportar como o espírito humano terreno.  Se, ainda assim, alguém responder, então é de se supor que na Terra não haverá mais ninguém que possa receber esta resposta, pois qual é a probabilidade de que dentro de 50.000 anos a Terra ainda exista nesta forma!

Por isso, muitos se fazem a pergunta justificada de qual é a real probabilidade de que neste Universo ainda existam outras inteligências que poderemos alcançar de algum modo.

Se, pois, dentre os bilhões de estrelas e enormidades de galáxias realmente existisse um planeta que apresentasse exatamente as mesmas condições da Terra a fim de apresentar formas de vida, então ele não deveria situar-se numa distância maior do que um par de anos-luz, a fim de possibilitar um contato, e isso já restringe o círculo em milhões.  Mas, o que parece ser ainda mais impossível é que, no período superior a 14 bilhões de anos, tal evolução de poucos 1.000 anos deveria surgir ao mesmo tempo do mesmo modo como a dos seres humanos.

Considerando hipoteticamente, dois seres vivos deveriam viver em alguma parte da Terra durante uma semana numa janela de tempo de 10.000 anos.Qual é a probabilidade de que isso ocorra não somente ao mesmo tempo, mas também num local que possa ser alcançado reciprocamente dentro desta semana? Muito improvável!

E a relação entre os 14 bilhões de anos de idade do universo – considerando que este seja o caso – e os 10.000 anos de história da humanidade, e tomando deste tempo apenas algumas décadas com experiência na transmissão por rádio sem cabo, seria multiplamente maior. Portanto, não somente o local e, por decorrência, a distância, são um problema intransponível, mas também as épocas no tempo são um problema maior ainda. É possível que há milhões de anos já tenham existido civilizações, mas que isso ocorra simultaneamente, é mais do que improvável cosmicamente. A não ser que estas se encontrem num efeito recíproco entre si por quaisquer motivos.

Assim, as teorias de que existe um denominado Universo paralelo, em que também existem mundos habitados aumentam e, assim também, a probabilidade de um contato. Por isso, este tema deve ser tratado aqui. Porém, estes mundos, sendo paralelos, devem ser totalmente diferentes em sua constituição e, por isso, não perceptíveis mutuamente. Neste caso, de fato, eles podem se encontrar sobrepostos dentro do sistema solar.  Mas, tais mundos são menos alcançáveis ainda com os recursos técnicos terrenos do que os mundos distantes, pois são de densidade não palpável, são “etéreos” e uma matéria diferente é um empecilho maior ainda para a atual tecnologia criada pelo ser humano, do que a distância ou o tempo. Possivelmente estes mundos, caso o seu progresso esteja baseado em forças enteálicas, poderiam estabelecer eles mesmos um contato com a Terra.

A ideia de contatar outros mundos a partir da Terra com o tipo de tecnologia atual é teoricamente já bastante aventureira, no entanto, na prática, inviável.

O ser humano terreno, atado à sua matéria, sempre poderá se mover apenas dentro do mundo que ele pode alcançar com a maior velocidade possível durante uma vida terrena; passando disso, tudo se exclui por si mesmo!

Mesmo que isso ainda represente distâncias enormes para o intelecto, ou seja, algumas décadas-luz, ainda assim, isso permanece sendo uma área muito pequena em comparação às vastidões do Universo.

Agora, apesar de todos estes estudos, parece ter havido, em torno do ano 2000, uma reação inexplicável à mensagem enviada pelo Código de Arecibo em 1974 e o que levanta ainda maiores dúvidas é o tipo de reação.

Durante o período de alguns meses, apareceram, durante a noite, círculos hiper-dimensionais em plantações, do tamanho de vários campos de futebol. Inicialmente, era um quadro, quase como um retrato, tão perfeitamente trabalhado no campo que parece impossível que isso tenha sido feito por mão humana e, ao lado, uma resposta exata, redigida no mesmo Código de Arecibo, e isso exatamente ao lado de um observatório. O notável nisso é que esta imagem só se tornou reconhecível vista do ar, em determinada posição do sol, pois os cereais estavam tão deitados que somente as sombras que apareceram através de um ângulo exato da incidência da luz tornavam este quadro visível. Tal obra de arte só poderia ser feita ao longo de semanas, em dia claro, mas nunca na escuridão da noite.

Porém, o que faz surgir dúvidas, ainda maiores, é a segunda mensagem inserida em código binário no cereal, do mesmo modo como num portador de dados que só foi possível ser decodificada por um computador.  Esta mensagem soa como uma advertência e sobre isso eu gostaria de entrar em mais detalhes mais tarde. Todas estas obras só poderiam ser realizadas de modo tão perfeito com recursos muito dispendiosos.

Todavia, até hoje ainda se duvida da autenticidade. Para contrariar todas as especulações, não foi possível encontrar nenhuma prova digna de fé, de que estes círculos das plantações tivessem sido feitos pelo homem e, embora todas as possibilidades tenham sido consideradas, sempre havia muitos fatos apontando o contrário. De acordo com todos os modelos, isso simplesmente não era viável dentro de tão curto tempo, visto que a mensagem original codificada não era conhecida e se encontrava lacrada.  Portanto, não importa como, por vários motivos, nem era possível que estes círculos das plantações existissem, nem feitos pelo homem, nem como resposta de qualquer parte e, mesmo assim, estavam visíveis para qualquer pessoa. Até hoje isso permaneceu um mistério. —

Esta improbabilidade pode ser descrita de modo aproximado aqui:

Um grupo de cientistas joga numa garrafa uma mensagem, cujo conteúdo só eles conhecem, em alguma parte no meio do mar, milhares de milhas distantes da terra firme mais próxima. Trata-se de uma mensagem, na qual informam um local geográfico só deles conhecido, escrita num código binário. Eles esperam que este correio seja levado à terra firme em algum momento e encontrado por alguém e que este alguém ainda seja inteligente o suficiente para decodificar esta mensagem, a fim de então procurar este local, ou, pelo menos, enviar uma resposta até lá. Com base nas circunstâncias, nenhum dos envolvidos espera, ele mesmo, receber uma resposta, portanto, trata-se de um experimento fascinante também para seus sucessores.

Alguns dias depois de lançada a mensagem na garrafa, aparece uma surpreendente formação de nuvens exatamente sobre o local geográfico informado na mensagem, contendo exatamente uma resposta também em código binário. Algo que, do ponto de vista da lógica, é absolutamente impossível e só poderia ser obra do acaso, pois a mensagem da garrafa ainda flutua no meio do mar. Portanto existem dois problemas.Em primeiro lugar, ninguém poderia ter lido a mensagem até agora. Em segundo lugar, de que modo se forma uma resposta nas nuvens? Especula-se, portanto, será que magicamente alguém colocou tiras condensadas no céu com um avião? Mas de onde ele conhecia a mensagem? Além disso, não se via nenhum objeto voador em parte alguma no espaço. Este exemplo ilustra o assunto enigmático. − − −

Estas coisas só podem ser esclarecidas quando o homem aprender a reconhecer como o mundo realmente funciona e que, fisicamente, ele não é tão puramente racional quanto parece ser quando visto superficialmente. Muitas pessoas já sentem isso já há bastante tempo, no entanto, os pesquisadores nada querem saber disso, apesar dos muitos indícios esmagadores. O fato de a maioria querer acreditar na ciência, e correr cegamente atrás dela, assim que é dito que algo é cientificamente fundamentado ou não comprovável – embora a ciência seja visivelmente bastante restrita – é justamente o que essas pessoas consideram ser especialmente realista e inteligente. Aqui realmente pode ser dito que a ciência se desenvolveu para uma religião dos novos tempos, entretanto, ela é tão ignorante quanto as doutrinas de fé mal conduzidas.

Justamente os pesquisadores se deparam há muito tempo com o problema de que, por exemplo, na física quântica a imagem do mundo dada pela física clássica se encontra com frequência em contradição. Prefere-se ocultar este fato ou, pelo menos, encobri-lo com teorias complicadas. Muitas das partículas descobertas pela mecânica quântica se comportam de modo simplesmente ilógico, como se pudessem decidir-se livremente e não estivessem sujeitas exclusivamente às leis físicas conhecidas. De acordo com novos ensaios, elas parecem até mesmo reagir a pensamentos. É como num veículo que ele próprio é estático e só funciona através de ordens, porém o condutor pode fazer manobras livres fora das regras do trânsito.

Os pesquisadores terão que reconhecer, cada vez mais, que as teorias e leis por eles apresentadas até agora não têm validade geral, pois se esqueceram de incluir o imaterial nelas. Logo terão que reconhecer, por exemplo, que sob determinadas condições, os elétrons estão em constante contato, não importando se se encontram afastados entre si em um centésimo de milímetro ou em alguns milhões de quilômetros de distância. Parece que essas mínimas partículas da matéria atualmente ainda mensuráveis, que o homem conhece da mecânica quântica, sabem umas das outras o que estão fazendo neste momento. —

Mas, quem dos pesquisadores pressente que são os germes enteais imateriais dentro das partículas que se comunicam? Assim que um germe enteal recebe uma informação, no mesmo momento outra partícula pode receber a mesma informação, não importando em que parte do Universo ela se encontre neste momento.  É necessário somente que ambas se deparem em alguma espécie de efeito recíproco. O respectivo elétron, no qual se encontra o germe enteal, só precisa entregar esta informação a um germe enteal correspondente, localizado em outra matéria, e já estes podem se comportar de modo que a respectiva matéria se forme correspondentemente. Visto cientificamente, este é um processo muito complexo, porém, visto naturalmente, um assunto muito simples.

Deste modo, seria possível uma comunicação ao longo de gigantescas distâncias sem perda de tempo, assim como muitas coisas seriam viáveis, fato que atualmente faria explodir qualquer imaginação. As atividades das micro-ondas citadas no primeiro capítulo poderiam ser uma indicação para isso. Além do mais, também se encontra aqui a solução da homeopatia e do magnetismo terapêutico, pelo modo como esses atuam sobre a matéria.

Trata-se do mundo imaterial que se oculta atrás do Universo por nós conhecido e que mostra o seu efeito bem longe dentro da nossa matéria, sim, sem isso, nem poderia existir matéria.

Com a descoberta do bóson de Higgs[1] na física quântica, que preencheu todo o espaço e que forma o chamado campo de Higgs, mas que parece não ter mais quase nada de matéria mensurável, a ciência já chega mais perto de um lado do tema, todavia, ao mesmo tempo precisa reconhecer que justamente esta descoberta a coloca diante de fatos que o intelecto humano já não consegue mais compreender.

Já mencionei que os elétrons são partículas, cujo núcleo consiste em forças enteálicas passivas, negativas, imateriais, bem como dos átomos, cujos prótons têm em seu interior germes enteais ativos, portanto, positivos. Enquanto os elétrons formam o revestimento do átomo, os prótons são o núcleo. De acordo com a física clássica, estes deveriam se repelir mutuamente, pois é fato conhecido que os polos iguais se repelem, e quanto mais próximos uns dos outros, tanto mais intensas são estas forças de repulsão. Portanto, é necessária uma força descomunal para manter reunidos no núcleo estes polos positivos aglomerados. Esta tarefa cabe aos nêutrons neutros. Pode-se dizer que estes se ocupam fazendo com que os prótons não explodam. Este comportamento é um dos enigmas da física quântica.

Dentro deste efeito recíproco encontra-se, pois, a energia nuclear. Se for produzida uma fissão, a energia nuclear ficará exposta. Neste ínterim já se sabe qual energia incrível se encontra por detrás disso.

Agora muitos irão perguntar: e o que são os quarks, que já foram descobertos e que se encontram dentro das partículas? São os invólucros dentro dos invólucros, poder-se-ia dizer que são a porta para a matéria-fina, pois esta transição também tem vários níveis; porém isso iria ultrapassar em muito este escrito. Este escrito visa somente mostrar, em traços grosseiros, a atuação conjunta de forças enteálicas passivas e ativas, medidas como negativas e positivas, mesmo nas menores partículas da matéria e iluminar isso não somente pelos fenômenos terrenos, mas reconhecer o tipo de matéria e pelo que ela é influenciada. —

Sem todo este atuar conjunto das forças enteálicas e espirituais, o que é material deveria ser totalmente permeável reciprocamente, ou desmoronar em si mesmo, pois entre as partículas elementares existe um espaço vazio.  Todavia, este espaço, assim que estas partículas tiverem uma relação entre si, é preenchido por uma energia de ligação constituída da respectiva irradiação e que também é medida como fótons. Forma-se um campo de efeito recíproco sólido, que torna impossível uma penetração oposta, formando-se assim a massa, ou seja, a materialidade.

Sendo assim, toda a matéria nada mais é do que germes enteais do imaterial, cujas irradiações se condensam pela sua união e, devido a isso, por sua vez, surgem partículas mínimas em forma de partículas elementares como sendo os primeiros invólucros. Estas se encontram com força de união de efeito recíproco entre si, resultando disso a formação de diferentes matérias. O peso da massa, ao contrário, surge em sua maior parte pela gravitação, cujas ondas já foram presumidas, porém ainda não descobertas, pois também estas são de espécie enteálica e que, assim como os neutrinos, penetram na massa a fim de expelirem as partículas, para que com isso, surja um campo magnético. É mais ou menos assim que se pode imaginar o quadro.

Desta maneira forma-se a natureza. Que ela, algumas vezes, se alegra em fazer experiências, isso já é conhecido, porém a física quântica mostra que isso vai muito além do que já é conhecido da física clássica. Até agora se pensava que tais desvios da normalidade não poderiam ter efeito na macro física. No entanto, muitas coisas mostram que aparentemente é assim sob determinadas circunstâncias, e isso se tornará claro no futuro, na medida em que a mecânica quântica for sendo aplicada e então serão compreendidas muitas coisas que até agora eram consideradas milagres inexplicáveis.

Com base no acima descrito, devem ser considerados muitos dos círculos das plantações.

Portanto, eles podem, de fato, ser mensagens transmitidas independentemente de espaço e tempo e que, devido às condições na Terra, se manifestam exatamente deste modo.

Isso, por sua vez, significa que, com o auxílio de forças enteálicas como ponte, como se fossem uma espécie de transformador, o homem realmente poderia atingir coisas poderosas. No entanto, é importante considerar que as partículas elementares não se comportam sempre de acordo com a física clássica. Na verdade, elas também reagem a pensamentos. Quão grande é o perigo resultante daí, em relação à inteligência artificial, ainda não pode ser previsto, mas tratarei disso mais tarde.

Está certo que aquelas partículas que já foram medidas na física quântica estão a princípio submetidas a determinadas leis, porém, podem desafiar as leis da física clássica, fato já reconhecido pelos pesquisadores nas preparações. No entanto, este é um enigma, pois como já mencionado, elas podem reagir até mesmo a pensamentos ou sentimentos e, também, as intuições.

Por exemplo, o fato de que estas partículas podem estar em dois lugares ao mesmo tempo, o que não contradiz de forma alguma às Leis da Criação, pois, na verdade, elas apenas são medidas em dois lugares diferentes, uma vez que podem sair de seu invólucro por alguns momentos para atuarem por curto tempo também em outros locais. Portanto, elas são medidas também lá, embora estejam em local bem diferente. Aqui a física ainda irá se surpreender com muitas coisas. Quando acreditam ter delimitado mecanicamente alguma coisa, para que não possa escapar, ainda assim este algo tem condições de estar fora simultaneamente.

Formas e densidades podem se alterar, a rigidez da matéria pode diminuir brevemente, do mesmo modo como o gelo rígido pode virar água ou também névoa finíssima e, a partir disso, por sua vez, neve maleável. Ninguém hoje consegue ter uma noção sobre quais possibilidades incríveis isso abriga em si.

Porém, como o homem pode fazer uso deste auxílio se ele se recusa em aceitar a existência destes auxiliadores e só vê as suas vantagens terrenas ou se ocupa com o respectivo “alojamento” externo, o invólucro mais externo que ainda é mensurável, isto é, se ele considera este invólucro como se fosse a coisa propriamente dita. Uma tecnologia, para realmente realizar algo de grande, deveria construir com base no auxílio das forças enteálicas com a consciência de que estas forças não estão vinculadas à matéria rígida, sendo totalmente vivas, sentem pensamentos e, por isso, aparentemente podem tomar decisões próprias dentro das Leis da Criação, uma forma até hoje ainda estranha ao ser humano. Por este motivo, o conceito matéria inteligente irá adquirir um significado cada vez maior no futuro. —-

Porém atualmente, queremos nos ocupar com a chamada inteligência artificial, em que a pesquisa apenas chegou a pistas, entrando, porém, muito fortemente nesta área.  Atualmente, surge a pergunta sobre de onde pode vir a influência sobre esta inteligência, pois se observarmos o mundo dos pensamentos e dos sentimentos da maior parte dos seres humanos, esta influência não pode ser especialmente benéfica. Isso ameaça a se tornar o maior perigo, pior do que foi a bomba atômica. Pois não mais se trata somente de destruição, mas de domínio por meio do sugerir agradabilidades e comodidades.

E agora, o que pode acontecer, até já poderíamos escrever, o que irá acontecer?

Quando máquinas não mais funcionarem somente como máquinas, mas, por meio da mecânica quântica, o seu acionamento estiver impregnado mais intensamente por partículas elementares, então também podem se tornar dependentes da estrutura momentânea dos germes enteais e isso irá exercer uma grande influência sobre a inteligência artificial. A pesquisa já reconheceu isso como nem sempre sendo constante.  Um cenário muitas vezes apresentado na ficção científica, o que nem de longe é tão improvável quanto ainda se crê atualmente.

Neste ponto, ainda gostaria de fazer referência a algo que até hoje permaneceu inexplicável e desconsiderado, mas que visivelmente foi de importância decisiva.

Voltemos então ao Código de Arecibo.

A segunda resposta que estava desenhada no código binário e foi decodificada realmente soou como uma advertência, como já foi citado anteriormente. Ela ainda hoje pode ser encontrada na internet. Traduzida do inglês, ela soa nos seguintes termos:

“Resguardai-vos dos portadores (mensageiros) dos falsos presentes e de suas promessas não cumpridas. Muito esforço e dor, mas ainda há tempo, pois lá fora existem coisas boas (também existem coisas boas), somos contra o que é falso (nos opomos a isso).”

Esta mensagem deveria ser levada a sério pelo ser humano.  A pergunta é: quem nos adverte e, principalmente, do quê?

Também existem coisas boas lá fora… mas, resguardai-vos dos falsos presentes..!! Este é inicialmente o sentido.

Mas agora, o que são presentes? Será que se trata de invenções?

No fundo, nem existem invenções[2], mas apenas descobertas[3], e as descobertas consideradas filosoficamente também são um presente!

Portanto, o que alguém está querendo nos dizer quando escreve:

Resguardai-vos dos portadores dos falsos presentes!

Quem é o portador? Será que isso quer dizer que se trata do intelecto com suas vaidosas invenções (presentes)?

Será que agora, no início da era da física quântica, estamos sendo advertidos contra as invenções do futuro… de que estas são falsas promessas e que só trazem esforços e dor?!?

Também existem coisas boas lá fora…!

Será que isso significa uma espécie melhor de progresso que está esperando ser encontrada lá fora e… ainda há tempo…?!?

Nós nos opomos ao que é falso…!

Isso significa que a humanidade deve ser impedida de abrir a caixa de Pandora…?!?

Perguntas e mais perguntas, mas a resposta parece clara.  Mas, não para o intelecto humano denominado de sadio, e sim somente para o que unicamente torna o ser humano vivo: a intuição mais profunda. —

Voltemos ao tema central.

Impulsos eletromagnéticos, principalmente também os pensamentos, podem ser transmitidos pelos germes enteais imateriais, não somente atravessando o espaço e o tempo, avançando para fora em milhares de anos-luz, praticamente sem perda de tempo, o que também é possível ao espírito humano, assim que ele tiver atingido a maturidade para isso, mas também mostrando o seu efeito ao atravessar as diferentes matérias.

Que esta forma é inexplicável ao ser humano aqui na Terra, deve-se somente ao fato de que ele quer, incondicionalmente, enxergar as Leis da Criação com a sua compreensão restrita à matéria e não consegue pensar além. No entanto, são somente as forças imateriais que tornam viva a matéria.

Assim, não existindo mais explicação dentro das possibilidades de seu intelecto, o ser humano deveria finalmente aprender a simplesmente deixar o intelecto de lado. Quais perspectivas incríveis se abririam para ele com isso, ninguém consideraria possível hoje.  Se fossem feitos relatos sobre isso, cada um iria simplesmente ficar tonto. Infelizmente, quase não é mais possível ao ser humano de hoje sair daí, arrebentando a sua estrutura de pensar, pois o intelecto está assim direcionado e não permite mais nada além disso. Por isso, o homem moderno se define atualmente apenas pelo seu cérebro.

Ele precisa aprender primeiro a compreender o seu eu imaterial, “o espírito“ independente de seu corpo físico e de seu intelecto, então ele também aprenderá a ver estas coisas e com isso não se entende o sentimento, pois também este está ligado ao corpo, ainda que de modo muito fino.

Por isso, para o ser humano do futuro, é imprescindível permitir-se coisas que se situam fora das possibilidades de sua compreensão, a fim de reconhecer o que o torna uma personalidade consciente independente da matéria e não vinculada ao tempo.

Mas, para isso também é necessário saber onde se encontra a consciência viva no ser humano que anseia pela eternidade e diferenciá-la da consciência humanoide do intelecto e do sentimento.

——

3. O que torna o homem um ser humano vivo? E o que o torna uma inteligência biológica humanoide?

A pesquisa sobre o cérebro se encontra, do mesmo modo que a física quântica, diante enigmas não solucionados, embora ambas tenham adentrado bastante profundamente nas respectivas funções e possam executar muito bem as correlações que são mensuráveis até o microcosmo mais profundo da matéria. Mas, como já mencionado na primeira parte deste escrito, não é possível esclarecer a partir da própria matéria a questão sobre a vida e a energia, de onde se originam, como se formam. Aqui todo pesquisador sério simplesmente precisa concordar: além de algumas teorias bem interessantes, até teses hipotéticas, não existe um esclarecimento acessível ao intelecto que realmente abranja tudo, e isso se deve unicamente ao fato de que a razão para a vida não se encontra na matéria mensurável.

O mesmo ocorre com a pesquisa sobre o cérebro. Sabe-se que o cérebro humano funciona, por um lado, de modo digital, pois salva e processa impressões aprendidas do mesmo modo como faz o computador em sua construção imitada. Baseado exclusivamente nisso, seria relativamente fácil esclarecer o cérebro, se não houvesse ainda a possibilidade de uma capacidade de decisão autônoma, ou seja, o pensar analógico. Isso, por sua vez, não pode ser esclarecido por si mesmo. Parece uma ironia que o cérebro, em sua capacidade de decidir livremente, não consegue esclarecer a si mesmo, tendo que constatar que isso simplesmente é assim.

Se a ciência procurasse por um esclarecimento fora da matéria, ela iria abrir para si uma perspectiva totalmente nova, que certamente seria bem mais valiosa para o ser humano individual em seu reconhecimento sobre si mesmo, do que a espécie das ciências ou da física atuais, as quais, com os seus esclarecimentos, basicamente trazem proveito apenas para si mesmas, mas não ajudam o ser humano individual em seu desenvolvimento.

Por isso, no presente capítulo o cérebro será tratado de uma outra perspectiva.

Mas, comecemos com o mensurável já conhecido e, por isso, uma área ainda acessível ao intelecto.

O aprender e o armazenar informações para combinar as mesmas ou acessá-las conforme desejado etc. é a base do pensar lógico. Quanto mais rápida e amplamente alguém dominar isso, tanto melhores serão as chamadas capacidades digitais de seu cérebro, fato denominado de modo geral como “QI”, quociente de inteligência.

Porém, o ser humano também tem a possibilidade de pensar não exclusivamente pelo princípio errado/certo. Isso então não está mais ligado à lógica racional. Pelo contrário, pode até divergir muito disso. O ser humano tem condições de ponderar de modo empático, portanto, em nível de sentimentos ou de intuições e agir de modo correspondente. Este é então o “QE”, ou seja, o quociente emocional, que pode ser denominado de pensar analógico, ao contrário do pensar digital.

A estrutura de formação do QI por si só é racional, fria, e puramente lógica, ou seja, digital. O QI se serve das informações programadas, portanto, de todas as informações armazenadas e aprendidas, a fim de utilizar as mesmas racionalmente, assim como um computador de que fazemos uso. O QE, ao contrário, comanda o pensar intuitivo e emocional. Pode-se dizer que o cérebro consegue comutar para lá e para cá entre o pensar digital racional e o pensar analógico emocional, ou seja, misturar ambos ou combiná-los entre si.

De onde vêm estas duas capacidades distintas do pensar que se reúnem no cérebro? Ou então, como ou onde elas se formam e, o que é ainda mais interessante, quem faz a comutação para lá e para cá? Agora, poderia vir a mais simples de todas as respostas: é o livre arbítrio que faz isso! Porém, exatamente aqui se encontra o problema. Onde e como surge esta capacidade de decisão livre?

Muitos afirmam que isto nada mais é do que o resultado de dados armazenados, bem como de muitas experiências negativas ou positivas, as quais, mediante ponderação recíproca, conduzem a um resultado.

Todavia, como dedução inversa, isso significaria que sem quaisquer informações também não poderia haver um livre arbítrio. Isso, por sua vez, significa que ele não existiria desde o nascimento e se desenvolveria somente ao longo do tempo por meio de experiências. Todavia, independentemente de processos de aprendizagem, existe um livre arbítrio. Isso qualquer um pode reconhecer em si mesmo.  Portanto, existe de um lado a capacidade de decisão digital baseada em experiências e, por outro, o livre arbítrio analógico, que reflete a especificidade pessoal do ser humano.

O livre arbítrio também se utiliza das experiências armazenadas, entretanto, não está amarrado às mesmas, parecendo ser algo autônomo e isso permite que algumas características do ser ainda participem nas decisões. Aqui fica claramente delimitado que a capacidade de decisão e o livre arbítrio podem ser iguais, mas não são a mesma coisa. – –

As decisões são controladas no cérebro, ao passo que o livre arbítrio atua de modo independente do cérebro. É a espécie primordialmente própria, geralmente ainda ancorada no subconsciente, que sempre irrompe novamente. Ela se caracteriza em primeira linha pela atração ou repulsão. Simpatia, antipatia, música, arte e o tipo de vestimenta, a relação entre cores e formas, tudo isso é determinado pelo livre arbítrio. Ele se faz notar pela intuição, que não é material, mas imaterial, ao contrário do sentimento, que está condicionado ao corpo, portanto atado à matéria, ainda que muito fina. Pelo menos é assim que deveria ser.

Mas o que acontece hoje?

Como a mídia, as corporações e até a política procuram conduzir o homem para determinada direção, tenta-se exercer influência sobre o livre arbítrio através da sugestão e da manipulação. A propaganda faz o resto. A capacidade de decidir livremente é conduzida para uma visão em túnel, sem que isso seja percebido. O indivíduo acredita ter uma opinião própria, e que uma ou outra coisa lhe agrada ou é por ele aprovada. Mas, de modo geral é apenas o resultado de uma influência constante por meio de estímulos. Que um indivíduo isolado ainda conserva certa escolha, torna o assunto ainda mais imperceptível, já que a decisão lhe fica conservada dentro de muitas possibilidades. Porém, pelo estímulo excessivo constante, o livre arbítrio propriamente dito é apenas encoberto. Apesar dessas possibilidades de escolha que ainda restam ao ser humano, ele é conduzido sem que o perceba, mas de modo bem planejado, a uma direção clara, ou seja, à sociedade meritocrata, consumista, voltada ao lazer e ao descartável. Dentro desse contexto, realmente existe certa liberdade de decisão. O sistema é tão engenhosamente sofisticado que praticamente não chama a atenção, pois a maioria se sente muito bem dentro dele. Entretanto, isso é comparável a uma grande gaiola, dentro da qual sempre é possível mover-se livremente, porém, cujas paredes vão se estreitando cada vez mais de modo imperceptível.

O ser humano passa por uma mutação, transformando-se numa inteligência biológica humanoide, impregnada com a liberdade de decisão entre razão e sentimentos, porém sem livre arbítrio!

Como isso pode ser compreendido?

Neste ponto, já se deve fazer a pergunta: quem está em condições de exercer tal influência sobre a sociedade para que ela se transforme numa sociedade meritocrata, consumista, voltada ao lazer e ao descartável nessas proporções? Nenhuma pessoa, nenhuma conexão oculta, nada realmente poderia estar em condições para isso.

Somente um pode fazer isso!

Na verdade, é bem simples: o intelecto humano coletivo que menospreza o livre arbítrio!

Todos os que se definem pelo seu intelecto tornaram-se seus cúmplices e, por isso, na sociedade civil atual foi tão fácil para ele, pois praticamente todos estão de acordo, ou seja, acompanham-no em seus planos. Pode-se dizer que ele estendeu a sua rede sobre todo o mundo industrializado.

Certamente é intencionado que o livre arbítrio e, por consequência, o núcleo do ser humano, deva ser manipulado ou excluído por uma sociedade planejada pelo intelecto. Isso acontece porque é exercido um forte estímulo sobre a alma do ser humano e assim também sobre o sentimento. Filmes, propaganda, relacionamentos, erotismo, esporte, arte, formação, carreira, tempo livre e até mesmo as religiões são atingidos deste modo, em toda parte se trata de estimular determinados sentimentos, não importa se por ambição, prazer, instintos ou tempo livre, sempre se trata de sentimentos. Que estes, assim estimulados, se intensificam exatamente neste sentido abriga o perigo de uma superexcitação descontrolada e, também, a vantagem de se sobrepor ao livre arbítrio propriamente dito. O intelecto compreendeu que a alma do ser humano sempre busca pelo que lhe parece agradável, sem questionar se isso realmente é bom.

Um exaurir descontrolado dos sentimentos é contra produtivo para o intelecto do pensar racional e, por isso, ele precisa recuperar o controle sobre estes sentimentos e isso se processa por meio da razão inabalável. Sendo assim, ocorre um constante jogo de troca entre o intelecto frio e os sentimentos agitados. Todavia, a intuição, como expressão do livre arbítrio, permanece amplamente desconsiderada.

Que a maior parte da humanidade se move exclusivamente neste jogo de troca entre intelecto e sentimentos e, com isso, segue apenas os estímulos que lhe afluem ou segue a sua fria razão, esta é a maior conquista do intelecto. Deste modo, ele consegue ficar com o controle de todas as decisões, independentemente do livre arbítrio que, com frequência, apesar disso, ainda se mostra em forma de anseio interno.

Falando claramente, isto quer dizer que o homem de hoje certamente tem a escolha em muitas coisas, entretanto, o seu livre arbítrio, que é ele mesmo, raramente é ativado. Geralmente as suas decisões se baseiam em gostos e opiniões sugeridas.  Ele mesmo, como ser humano livre, está se atrofiando sem perceber.

Tudo isso acontece única e exclusivamente por uma razão, ou seja, formar uma sociedade que seja inteligente o suficiente para trabalhar, livre o suficiente para consumir, porém, cujo pensar não vá além do intelecto e dos sentimentos. − − −

Os sentimentos são manipuláveis por vias externas com base em estímulos e sugestão. A intuição, pelo contrário, nunca, pois ela é incorruptível!

O livre arbítrio, ou seja, a capacidade de intuir, é somente e justamente o que faz com que o homem se torne um ser humano autônomo. O livre arbítrio pode ser colocado fora de ação terrenamente, mas nunca influenciado. Somente a intuição é capaz de absorver vibrações por si mesma e, por isso, distinguir verdade de mentira, errado de certo, e tudo isso sem processos de aprendizagem preliminares e difíceis.

A pesquisa moderna que, na verdade é movida somente pelo intelecto, nada sabe do que unicamente torna o homem um ser humano vivo, conhecendo-o somente como uma inteligência biológica humanoide e, por isso, também foi possível que sob sua influência este tipo de sociedade pôde se estabelecer.

Às vezes, a intuição se manifesta em forma de ideais.  Ideais que não foram cultivados, mas que surgem a partir de si mesmos.  Isso qualquer pessoa já pode ter vivenciado em si.  Na maioria das vezes isso é suprimido, pois raramente cabe na situação momentânea, ou é deixado de lado como sendo ingênuo ou estranho à realidade. O indivíduo corre o risco de ser considerado esquisito, que já não se integra. —

Agora, onde o livre arbítrio tem a sua origem e porque ele atua, isso os pesquisadores não sabem e tateiam no escuro. Devido a isso, o livre arbítrio é geralmente negado e confundido com a livre capacidade de decisão. Porém, somente ele é a expressão da consciência viva. Pode ser comparado com o instinto dos animais, embora este seja de origem totalmente diferente, ou seja, de espécie enteálica, porém ele atua de modo bem semelhante sobre a índole. Fazem parte disso as advertências, os pressentimentos e a consciência.

Naturalmente o intelecto pouco consegue compreender disso, preferindo dar curso livre aos sentimentos, pois estes ele pode trazer novamente sob seu controle, já que nunca irão duvidar de sua extraordinária razão.

Por isso, atualmente é um grande erro querer definir a consciência mais intrínseca incorruptível, a intuição, como “sentimento”, pois o sentimento, como já mencionado, é manipulável e vinculado ao corpo. A intuição é incorruptível. Ela não está ligada ao corpo, portanto, é absolutamente imaterial e não pode ser esclarecida racionalmente, pois é espírito!

Assim, o pensar puramente digital, portanto o pensar lógico e o sentimento podem ser definidos de modo relativamente fácil. No que se refere à lógica, também podem ser considerados paralelos à função de um computador. Armazenar e combinar informações. Cada caminho, ainda que complexo, pode ser analisado exatamente e sempre existe uma causalidade. Existe uma relação entre o aprender, gravar e acessar as informações. Neste caso, nada vem do nada. A capacidade de armazenar e combinar o mais rapidamente possível o que foi aprendido depende da capacidade dos circuitos biológicos no cérebro. Isto pode ser exercitado, mas também já pode estar presente em maior ou menor grau no que foi herdado.

O pensar analógico, entretanto, só cabe de modo condicionado neste conceito, ou seja, quando se trata exclusivamente de sentimentos. Porém, o livre arbítrio e, também, a intuição nem cabem aí, pois não são informações que foram armazenadas por aprendizagem externa, estímulos ou hábitos. A pesquisa não poderá se esquivar de aceitar que ainda existe algo no ser humano que não pode ser esclarecido pelo caminho da mensurabilidade.

Apesar disso, procura-se localizar esta capacidade no próprio cérebro, já que lá também se processam as primeiras reações mensuráveis. Por isso, de acordo com os conhecimentos científicos atuais, o ser humano parece ser dirigido a partir do cérebro, resultando disso que os pesquisadores tiram conclusões que podem prejudicar o espírito, isto é, não considerar o ser humano como uma unidade composta de espírito imaterial e corpo material, mas apenas como inteligência biológica humanoide, onde tudo se processa exclusivamente no corpo.

Está certo que o corpo humano é controlado pelo cérebro, porém, o espírito humano, isto é, a intuição, não está sujeita ao cérebro. Também está certo que o espírito pode atuar através do corpo sobre o cérebro, porém o seu local de conexão com o corpo se situa no plexo solar. Agora, acreditar que o livre arbítrio e, por decorrência, a consciência viva propriamente dita se localize no cérebro, é uma abordagem errada que só pode prejudicar o espírito humano em seu desenvolvimento.

Assim que esta abordagem for considerada como princípio para continuar a pesquisa, por exemplo, para educação, ou até mesmo para terapias, ela bloqueia todo o imaterial existente no ser humano e, com isso, tudo o que unicamente o torna um ser humano.

Tomemos como exemplo a secreção de hormônios que desencadeiam os processos biológicos e alteram as sensações físicas. Um processo bastante complexo que os pesquisadores já estão observando muito bem.

Assim sendo, eles partem atualmente do princípio de que tais processos podem ser influenciados ou desencadeados por impulsos externos ou até mesmo por implantes, tais como chips eletrônicos no cérebro. Isto significaria que antipatias, simpatias ou sentimentos de felicidade e, com isso também a capacidade do pensar analógico, cuja origem realmente não é conhecida, poderiam ser digitalizados e isso realmente poderia funcionar, desde que se tratasse exclusivamente de controle de sentimentos. Todavia, o que ocorre então com o livre arbítrio e, portanto, com o imaterial existente no ser humano?

Com isso, o imaterial no ser humano estaria totalmente isolado, já que não poderia mais avançar, portanto, não teria mais acesso ao cérebro. O sentimento, ao contrário, seria programável, portanto, de acordo com um desejo comandável para todas as direções e, com isso, a digitalização do homem teria o seu início.

Muito ser humano de intelecto considera isso como uma meta que vale a pena, pois com isso problemas terrenos poderiam ser solucionados, mas, para todo aquele que ainda traz consigo um pouco de intuição, esta é uma suposição assustadora. Para a pesquisa isto certamente é a meta objetivada, pois ela nem mesmo conhece o espírito em sua espécie como vida imaterial no ser humano e, por isso, nem o inclui em seus estudos.

Os pesquisadores do cérebro acreditam obter com isso um lucro enorme para a humanidade, pois estariam então em condições de controlar no cérebro os sentimentos negativos, tais como a depressão ou agressões, como sendo processos de comutação no cérebro, e isto tornaria o mundo mais humano por meio de um impedimento preventivo de ideias de ódio ou também por meio de atos punitivos. Também o pensar positivo poderia ser influenciado por secreções controladas de hormônios, pelo menos alguns cientistas de hoje acreditam nisso.

Para cada indivíduo, no qual a intuição ainda não está totalmente extinta, mantendo viva em si ainda uma parte do livre arbítrio profundamente escondido, a este naturalmente se torna logo claro que tais trabalhos científicos, apesar das vantagens iniciais, não podem trazer bênçãos. Pelo contrário, só podem representar a sucumbência do ser humano vivo. Estas pesquisas, aparentemente abençoadas, fazem parte das falsas promessas. Vamos nos lembrar: “Resguardai-vos dos portadores dos falsos presentes e de suas promessas não cumpridas”. Seja quem for que tenha enviado esta advertência, teve a visão profunda de um mundo que visivelmente ainda sobrevirá à humanidade.

Agora também deveria ser analisado o seguinte: dores, bem como sensibilidades negativas sempre têm um efeito de cura. Se estas forem excluídas, ninguém mais estará disposto a modificar o seu comportamento, já que o seu mal-estar lhe será retirado. Por mais abençoado que isso possa ser inicialmente para o corpo e para a alma, tanto mais fatal para o que é realmente vivo no ser humano e que é responsável pela autêntica ampliação da consciência.

Deve ser feita uma diferenciação mais clara ainda entre a chamada alma humana – que não tem nada de imaterial em si e que é responsável pelos sentimentos – e o espírito imaterial. Mas, isso será tratado especialmente em outro capítulo deste escrito.

——

4. Ciências e doutrinas de fé

O que realmente auxilia o ser humano na continuidade de seu desenvolvimento

A origem da consciência viva, o espírito dentro do ser humano, não pôde ser localizada até hoje pelas ciências. Porém, os efeitos são conhecidos e podem ser mensurados no cérebro e no corpo.

O ser humano elabora as mais variadas teorias para esclarecer esta origem, porém nenhuma delas é concludente; quer tenham sido elaboradas pelas ciências, pelos psicólogos ou por doutrinas de fé, a origem permanece um enigma. O mesmo ocorre com a questão da teoria da evolução ou da história da Criação. A ciência se baseia em experimentos e provas, restringindo-se assim de modo muito estreito a tudo o que pode ser mensurado. A religião se baseia na fé. Desta forma, ela consegue ir muito além do que pode ser comprovado, porém o perigo é desviar-se para a fantasia. Por isso, nas doutrinas de fé ainda encontramos muitas coisas que podem ser claramente contestadas pelas ciências. Entretanto, do mesmo modo, as ciências se deparam com limites, dos quais cada pesquisador já sabe atualmente, que jamais poderão ser ultrapassados.  Estes limites são quebrados pelas religiões, porém, igualmente pouco esclarecidos de modo conclusivo, esperando fé cega e conservando-se assim até que as ciências contestem um ou outro. Tomemos como exemplo que, na Idade Média, supunha-se que a Terra fosse o centro do cosmo, igualmente aceitava-se a doutrina da ressurreição física de Cristo ou a concepção de Maria sem geração.

Tudo isso não é mais admissível cientificamente.  Neste sentido, a pesquisa já limpou muitos erros. Entretanto, os próprios cientistas se defrontam cada vez mais com limites intransponíveis e, do mesmo modo como as religiões, precisam simplesmente aceitar coisas que podem ser constatadas em seus efeitos, porém a sua origem não pode ser simultaneamente comprovada pelas ciências.

Aqui pode ser feita a pergunta: Será que algo já está provado quando pode ser constatado? Considerando logicamente, “SIM”, pois não pode ser desmentido. Agora, a vida, a energia e, também, o aparentemente insignificante instinto dos animais, todos podem ser constatados, mas, cientificamente não podem ser comprovados. E agora já aparece a próxima pergunta: Se podemos constatar a existência das coisas, precisamos realmente das ciências para comprová-las? Esta é uma pergunta muito ousada para os dias de hoje, já que tudo se apoia nas ciências e não é admitido nada que não possa ser igualmente fundamentado por ela!

Mas aqui entramos numa área em que deve ser reconhecido onde a pesquisa realmente ajuda a avançar e onde ela apenas serve a si mesma. Ela é muito útil para pesquisar sobre coisas existentes, a fim de torná-las úteis para o homem, no entanto, ela falha totalmente quando ousa decidir se algumas coisas realmente existem ou não. Portanto, ela só consegue haurir do já existente, nunca ela mesma criar algo, caso este algo já não se situe dentro das leis naturais. –

Vamos nos ocupar novamente com os conceitos eternidade e infinito, firmemente ancorados na fé, diante dos quais, porém, os pesquisadores são obrigados a ficar detidos com os meios de que dispõem.

Também as perguntas: O Universo teve um começo? Quando o tempo teve o seu início? Isto é, onde está o limite do espaço ou dentro do quê o cosmo se expande, caso se expanda, fato que ele comprovadamente faz? Tudo isso não pode ser respondido cientificamente de modo absoluto. As religiões, ao contrário, dizem que a Criação teve um início e isso ocorreu com as palavras »Faça-se Luz!« e com isso tudo começou.

Tais afirmações absolutas as ciências não podem dar sem ter condições de dar provas, por isso elas oscilam entre a hipótese de que tudo sempre foi como é, e a teoria do Big Bang.

Mas como é que pode existir algo material se este nunca teve um começo?

Com a teoria do Big Bang, muito discutida pelos cientistas, fundamentada pela expansão do cosmo e medida experimentalmente, tenta-se estar de acordo com uma lógica, definindo-se o Big Bang como sendo um começo.

Todavia, surge disso logo uma dúvida: Qual foi a causa do Big Bang? E então, por sua vez, qual foi a causa da causa e assim por diante… Isso nunca teria um fim, com o que o conceito eternidade e infinito estaria constatado por um lado, porém, cientificamente não comprovado, pois muitas coisas também falam contra, uma vez que sem começo logicamente também não pode existir nada. Portanto, os pesquisadores estão andando em círculos, não importando quão complexas sejam as fórmulas que elaboram e as palavras estrangeiras que empregam. Com isso, agem de modo misterioso e conhecedor, mas na verdade se encontram diante de limites para tudo o que é captável pelo intelecto racional. Dentro desses limites, eles se movem tumultuados e levantam teses muito complicadas, a fim de encobrir o que em si é tão simples, algo que nas diferentes doutrinas de fé já tem consistência há milhares de anos. —

As doutrinas de fé denominam a causa de Criador, enquanto a pergunta sobre o que havia antes de Deus, nem mesmo resulta disso, pois Deus é eterno, sempre foi eterno e sempre será eterno. Entretanto, provar, isso não é possível ao intelecto humano, embora ele tenha de aceitar que deve haver algo eterno, porém, para ele, a eternidade e o infinito são totalmente estranhos em sua espécie.

Mas, uma coisa os seres humanos deveriam ter aprendido com todas as suas pesquisas: uma espécie só pode reconhecer sua espécie.  Por isso, as doutrinas de fé andam por um caminho que parece ser bem mais útil ao indivíduo. Elas esclareceram o atuar ordenado na Criação como sendo a Vontade de Deus. O próprio Deus é também para elas tão pouco apreensível quanto capaz de ser provado, mesmo que muitos representantes de igrejas não queiram confessar isso, acreditando estarem em nível igual com uma divindade. Sendo assim, a única coisa que o ser humano consegue reconhecer é a Vontade de Deus na Criação.

As ciências, pelo contrário, não dispõem de nenhum esclarecimento sobre de onde se origina todo este ordenar regulador, podendo apenas constatar que assim é, e pressupõem que em alguma parte ainda deve haver algo que não é palpável. Por isso, muitos pesquisadores acreditam num Universo atrás do Universo, a partir do qual tudo é alimentado. Como se pode ver, mesmo os pesquisadores também não avançam sem fé, no entanto denominam isso de especulação ou de teoria.

Claro que, naturalmente, é compreensível que as ciências não possam reconhecer um Criador do modo como imaginado por muitas religiões, ou seja, como se elas estivessem no mesmo nível Dele. Considerá-Lo como um ancião de barba cinzenta, que, quando lhe apetece, também age contra as leis que Ele mesmo colocou na Criação (seja considerado aqui a ressurreição do corpo, o nascimento sem geração, ou a transformação de pedras em pão) é uma hipótese tão insustentável quanto aquela que parte do princípio de que, na matéria, algo poderia subsistir sem que tivesse havido antes disso um querer criativo, sem ter havido em algum momento um início.

Porém, que deve haver uma força que ordena e impulsiona, que de alguma parte atua sobre o Universo, isso nem as ciências poderão negar em sua última consequência. A única diferença consiste apenas no fato de que, para as doutrinas de fé, foi um ato de vontade que desencadeou tudo, ao passo que, para as ciências se trata de um processo casual, a partir do qual as forças impulsionadoras e ordenadoras tiveram que resultar do mesmo modo casual, como que por si mesmas, e que agora se conservam, porque já estavam programadas para isso desde o início.

No entanto, quem as programou, isso não é questionado, sendo simplesmente aceito como resolvido. Agora é de se perguntar: Quem aqui não mais se encontra sobre o solo da realidade, as doutrinas de fé ou as ciências? Visivelmente ambas, apenas de modo diferente! —

Imagine agora que, a partir da detonação de uma cisão nuclear, fosse surgir, apenas com base nas partículas elementares presentes, uma paisagem maravilhosa, que produzisse toda a vida a partir de si mesma. Qualquer um diria que isso é totalmente impossível. Pois então, a teoria do Big Bang por si só não diz outra coisa, ou seja, que a partir do caos de um acidente esta ordem cósmica surgiu de si mesma. Mais ilógico do que isso uma teoria nem poderia ser, uma teoria que se arroga o direito de só admitir o que é lógico e o que pode ser comprovado.

Naturalmente poderia ser feita agora a objeção de que as partículas elementares sabem exatamente como devem comportar-se umas em relação às outras e que no decorrer de milênios tudo isso pôde se formar. Só que, quem é que disse às partículas que estas devem se unir exatamente deste modo? Na verdade, elas poderiam fazer tudo diferente, fato que se mostra em abundância no cosmo em forma de estados nocivos à vida, devendo-se considerar que a Terra representa somente uma das raras exceções. Isso é acaso? Ou será que isso estaria submetido a uma vontade, uma vontade que atua a partir do imaterial para a matéria?

Talvez para dar ao espírito humano imaterial uma pátria temporária na matéria, para que lá ele possa se desenvolver para a consciência!

Com todas estas análises, não se pode deixar de constatar que esta tese do acaso nada mais é do que a rendição do intelecto, pois ele não consegue encontrar nada de palpável para si na Vontade do Criador. Isso, por sua vez, é apenas lógico, uma vez que aquilo que atua na vontade de formar não é de sua espécie e, por isso, ele também não tem condições de reconhecê-lo.

O próprio cérebro é finito, pois ele um dia irá se decompor em pó. Portanto, ele tem um início e um fim. Por isso, ele não pode compreender coisas que não tem início nem fim e, assim, são eternas. A matéria tem um início, o Eterno não tem início, nem poderia ter, pois então não seria eterno.

A matéria sempre só pode reconhecer matéria. Espécie só pode reconhecer e assimilar sua espécie e, por isso, por sua vez, somente vontade pode reconhecer vontade.

Consequentemente, isto quer dizer que aquele que deseja reconhecer a Vontade de Deus, só poderá fazê-lo por meio do livre arbítrio, nunca, porém, com a capacidade de decisão do intelecto e, apesar disso, os seres humanos querem compreendê-lo com o intelecto. É claro que nunca irão encontrar algo lá. A humanidade não pode se esquivar de constatar, a partir da mais rigorosa lógica que, em algum lugar, em algum tempo, alguma coisa tomou uma decisão a partir do eterno imaterial, portanto, também de fora da mensurabilidade e, desde então, uma vontade de trabalhar incandesce e estimula toda a materialidade. As ciências poderão então denominá-lo do modo como quiserem, porém, o motivo do desencadeamento só pode ser encontrado fora da matéria acessível ao ser humano. Esta é a única explicação plausível e, por fim, também lógica.

Com a descoberta do campo de Higgs na física quântica, como já citado, os pesquisadores de fato notaram que sempre parece haver uma força impulsionadora e mantenedora, e não é à toa que agora este bóson é denominado pelos pesquisadores de partícula divina. Eles ainda não sabem que, com isso, ainda estão muito fora do alvo, mas, pelo menos reconheceram que é somente lá, quando chegam ao final do mensurável, que começa o que é ativo propriamente dito.

Com a continuação da pesquisa deste campo de Higgs, as ciências também estão chegando a uma pista que irá obrigá-las a finalmente se desprenderem da matéria como sendo o ponto de início e central de tudo.

Elas terão que admitir que foi um erro colocarem-se em nível superior, com o fim de declarar a fé em Deus como algo obsoleto.  Agora elas mesmas se encontram no fim de suas possibilidades. Elas não poderão se esquivar em aceitar que deve haver algo fora daquilo que elas podem comprovar, e com isso elas se encontram, como as doutrinas de fé, diante do problema de terem que denominar algo que elas não conseguem compreender nem comprovar, mas cujos efeitos testemunham ininterruptamente a existência do mesmo.

Na verdade, os pesquisadores haviam reduzido muito o seu campo de visão, encarcerando a si mesmos e seus adeptos mentalmente na matéria (macro física), a fim de, dentro dela, analisar tudo até os mínimos detalhes. Porém, justamente ao chegar ao mais ínfimo que ainda pode ser medido, eles precisam reconhecer que, em muitas coisas, se basearam numa abordagem errada, com a qual agora não conseguem prosseguir, exceto pelo reconhecimento de que tem que haver algo fora da matéria, não apreensível pelo intelecto, a partir do qual toda a vida começou.

As religiões, ao contrário, foram muito além da matéria e não se amarraram a ela inicialmente. Originalmente, até tinham ampliado muito o seu campo de visão. Porém, ao longo do tempo, pelo atuar do intelecto, confinaram tudo novamente em limites estreitos, cercando as doutrinas em suas próprias instituições. No lugar de permanecerem sendo um meio para o fim, elas arrogaram para si a qualidade de ser a própria finalidade e, devido a isso, restringiram do mesmo modo o campo de visão de seus adeptos à imagem do mundo próprio delas, dogmático, e assim igualmente marcado pelo intelecto. Nisso, arrendaram para si conceitos como infinito e eternidade, ao passo que as ciências preferiram o finito.

O finito e o infinito são consequências lógicas originadas do espaço e do tempo e que, por sua vez, se excluem mutuamente. Onde existe o finito, lá também não pode existir o infinito, entretanto, parece que ambos têm que existir inicialmente a partir da lógica. É justamente aqui que começa o limite do intelecto e, aparentemente, para prosseguir de fato, só pode ajudar ainda a fé (cientificamente, a teoria). Mas ela não deve agir cegamente e correr atrás, do modo como está sendo conduzida atualmente, mas deve ser perpassada de vida, vivenciada, incandescida por dentro, unindo com forças, deslocando montanhas!

O quanto de verdade se encontra nesta sabedoria tantas vezes simplesmente repetida “A fé pode remover montanhas”, isso o futuro ainda revelará!

Pela explanação sobre as propriedades das partículas elementares dada nos capítulos anteriores, já se pode ter uma noção sobretudo quanto parece ser possível num mundo mais luminoso, não tão denso. Com isso, a fé adquire um significado diferente, que vai muito além da teoria do possível.

Na antiguidade, as religiões – que do ponto de vista atual eram pagãs – procuravam definir a fé, não através do intelecto. Infinito e eternidade pareciam ser algo que não pertencia ao seu mundo e, por isso, nem era possível de ser compreendido a partir deste mundo.  Mas, que tinha que existir, isso eles compreendiam, pois deveria haver um mundo em que estes conceitos estavam presentes. Eles se abriram para esse mundo e, visivelmente, puderam perceber algo que atualmente permanece fechado para nós. As forças enteálicas!

Os seres humanos que viviam bem antes da antiguidade não somente tinham consciência destas vibrações, mas também conseguiam entrar em contato com as mesmas, fato que atualmente se procura banir para o reino da fantasia. Eles realmente conseguiam realizar coisas baseadas em sua fé, que têm que parecer magia para os seres humanos modernos, aparentemente esclarecidos. Muitas construções antigas ainda testemunham sobre isso e é possível ter uma noção sobre o significado quando, na transmissão das tradições, é dito que “a fé pode remover montanhas”.

Os seres humanos daquela época dispunham de uma sensibilidade e saber como os que ainda hoje podemos ver, em pequenas proporções, em alguns animais e povos primitivos.

Os xamãs podem ser citados como exemplo. Mas também muitas espécies de animais mostram, desde o seu nascimento, em muitas coisas, um comportamento que nunca lhes foi ensinado. De onde vem este saber? O homem moderno que hoje é confrontado com isso se dá por satisfeito com os conceitos impulso natural ou instinto. Afinal, por que refletir sobre isso? Embora justamente aqui esteja dada a prova da existência de coisas que não encontram explicação, nem nas religiões modernas, nem na ciência.

Tudo está ligado às forças enteálicas e nem as atuais doutrinas de fé nem as ciências têm a mínima noção disso.

Sim, por isso, nem as ciências nem as religiões conseguiram ajudar o indivíduo de modo sustentável em seu progresso na direção de uma autêntica consciência espiritual. Este é o triste quadro que se apresenta hoje no mundo moderno, em que a humanidade realmente acredita ter finalmente crescido com as conquistas das ciências.  Mas, de fato, os seres humanos se tornaram tão pequenos, tão ignorantes e, principalmente, tão destruidores como nenhuma geração anterior jamais o foi em toda a história. —

Sabemos dos capítulos anteriores que o livre arbítrio no ser humano nada tem a ver com a capacidade de decisão do intelecto e, também, que não é constituído de matéria. Também descobrimos que ele se expressa pela intuição. Além disso sabemos que espécie pode reconhecer sempre apenas espécie. Isto significa que somente o livre arbítrio do ser humano tem condições de reconhecer a Vontade de Deus na Criação − que também se expressa nas partículas elementares − a fim de entrar em contato com esta Vontade.

De acordo com isso, a fé nunca poderá ser uma questão de compreensão, mas sempre apenas uma questão de intuição.  Construir a fé com base no intelecto só pode falhar. Certamente o intelecto pode compreender efeitos, pode tomar decisões, mas nunca exercer uma vontade viva, ao contrário, devido à sua forma limitada de ver, ele até se coloca como um obstáculo no caminho.

Encontrar a sua convicção na fé significa reconhecer a vida dentro de si mesmo, senti-la como vindo da eternidade e indo novamente para a eternidade. Portanto, quem considera a si mesmo como sendo cérebro, intelecto, e corpo com sentimentos, parou de viver realmente.

A humanidade só pode ter esperança de que tanto a pesquisa como as religiões  desçam de seu orgulho, e se tornem humildes, como exigido pelas doutrinas de fé há muito tempo e, infelizmente, por poucos cumprido, pois também elas estão entaladas em seu dogma e conduziram o ser humano a caminhos errados. —

Embora ambas, as ciências e as doutrinas de fé já tenham reconhecido muitas das ocorrências reais cada uma a seu modo, as duas estão presas em seu dogma. As religiões, no dogma de transmissões erradamente interpretadas, na super valoração  bem como no se manterem amarradas às suas próprias instituições e, consequentemente, no exercício de poder dentro da mesma. As ciências, em sua estreiteza de admitir a matéria como ponto de partida e com isso como ponto central de toda a vida.

Basicamente, os pesquisadores cometem exatamente o mesmo erro das religiões da Idade Média, que queriam ver a Terra como centro de tudo. As ciências veem a matéria, do mesmo modo, como ponto central, seguindo seu lema de que onde nada pode ser medido, lá também nada existe.  Dentro de alguns anos, só se poderá rir diante disso.

Se os representantes das ciências e das religiões se juntassem e incluíssem em seus estudos as experiências da outra parte, então, automaticamente iriam se deparar com a Verdade, nem seria possível de outro modo. As religiões, recebendo de planos mais elevados, as ciências executando com base na filosofia da natureza, a fim de tornar isso compreensível também para o intelecto. Pois, na verdade, este deverá fazer uso destas coisas a fim de tornar possível uma vida terrena – e esta é a sua única e exclusiva tarefa.

Isso iria trazer muitos esclarecimentos, pelo menos no âmbito terreno. Tal ação conjunta na Terra seria o início de uma nova era. Todavia, para isso, tudo o que hoje ainda existe em doutrinas, teria que desmoronar em si mesmo primeiro para então, a partir dos destroços, filtrar os grãos de verdade novamente e, a partir disso, edificar conjuntamente um novo saber. —

Imaginemos dois grupos de pessoas que recebem a mesma tarefa a ser realizada em local indefinido, tendo ambos o prazo de um ano para isso. Depois disso, devem abandonar a região, a fim de viver num lugar melhor com as experiências adquiridas.

Os grupos se hostilizam desde o começo, pois pretendem proceder de acordo com hipóteses diferentes.

O primeiro grupo se orienta pela inspiração, assim como um artista o faz e, por isso, se deixa guiar pelas forças enteálicas. Na aplicação do cotidiano, isso se revela em breve como apropriado. Já que isso funciona na prática, ninguém pergunta por provas. Eles conseguem tirar os benefícios praticamente durante o ano todo, e amadurecem visivelmente em sua consciência, entretanto, têm poucas possibilidades de aperfeiçoar algo, simplesmente vão levando a vida assim, conhecendo apenas o básico. Como o seu prazo de qualquer forma é de apenas um ano, isso não pesa muito.

O segundo grupo não acredita na inspiração e em forças enteálicas, mas, no poder do intelecto. Ele segue o longo caminho da pesquisa e se baseia somente na probabilidade, para, no fim, após longas buscas e pesquisas, chegar à mesma conclusão.  Entretanto, eles aproveitam os benefícios somente depois de seis meses, mas creem que neste lugar conseguiram realizar algo para o futuro. Mas, eles tinham apenas este um ano. Para não ter pesquisado à toa, eles se amarram incondicionalmente ao lugar de seu agora suposto saber.

Embora o primeiro grupo tenha conseguido fazer uma colheita, ele não consegue explicar por que isso funciona, apenas se beneficiando das vantagens. O segundo grupo consegue esclarecer teoricamente a função até em detalhes, mas só tirou proveito disso durante seis meses, possivelmente otimizando algo disso através dos conhecimentos, entretanto, tiveram menos êxito durante este ano. Pode-se constatar que cada grupo poderia aprender um do outro, caso não tivessem se ignorado mutuamente.

Todos os que desejam confiar não exclusivamente no intelecto não necessitam do longo caminho da pesquisa, pois conseguem reconhecer e vivenciar, dentro de si mesmos, na vontade viva onde se encontra a Verdade, pois se deixam guiar pelas forças enteálicas. Para estes as constatações são suficientes.

Os outros ainda querem aguardar pelas comprovações para se tornarem convictos.

Porém, não precisamos discutir o fato de que possíveis caminhos errados na inspiração, dados por charlatães ou pretensos sabedores, que apenas se tornaram vítimas de sua própria fantasia, podem e devem ser desmascarados pela pesquisa. Porém, o perigo de cair nesses caminhos errados só se apresenta para aqueles que já edificam excessivamente sobre o intelecto-sentimentos e, devido a isso, foram impedidos de intuir a Verdade.  Os demais, que permanecem vivos na intuição, nem podem cair na fantasia, exceto pela influência de sua vaidade.

É justamente o intelecto com seu agregado sentimento quem tira primeiro as coisas do seu rumo, a fim de prensá-las em seus limites estreitos e então conduzir tudo para o rumo por ele desejado.

Por isso, para o espírito, que se torna perceptível na vontade viva e se expressa pela intuição, é de importância primordial reconhecer a si mesmo enquanto vivencia as correlações imateriais. Somente assim o ser humano pode impedir que a única coisa viva nele, que é ele próprio e que é incorruptível quando se trata de reconhecer a Verdade, seja enganado pelo seu intelecto do modo como atualmente ocorre em quase toda parte.

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5. Cérebro, intelecto e espírito em seu atuar conjunto

Um ou outro irá se perguntar: se o intelecto tem culpa em tantas misérias, como ele chegou a se elevar até este ponto, de modo que o ser humano pôde esquecer que dentro dele ainda existe algo vivo que tem capacidades imensamente maiores do que o intelecto jamais o conseguirá?

Para compreender isso, precisamos recapitular algumas coisas dos capítulos anteriores para então, ao reunir tudo, reconhecer como isso foi possível e porque, no mundo moderno de hoje, isso ameaça  se tornar até pior. –

Se, pois, o imaterial, o espírito, que incandesce o ser humano e o torna conscientemente vivo, deseja chegar ao cérebro, ele necessita de um transformador da não matéria para a matéria.  Algo como um transformador que faça a intermediação entre a consciência viva, portanto o espírito, e o cérebro. Uma espécie de sistema operacional, que pode tanto ter acesso ao cérebro central, como também estar ligado ao espírito imaterial. Este intermediador deverá ter uma densidade mais baixa do que o cérebro, porém ainda ser constituído de matéria e, apesar disso, ainda suficientemente fino para ligar-se ao espírito imaterial. Na verdade, esta tarefa deveria ser cumprida pelo intelecto.

De acordo com isso, a vontade do espírito deve ser transmitida ao intelecto, o qual, por sua vez, se utiliza do cérebro, passando antes disso pelo cerebelo. Sendo assim, o cérebro é uma central biológica de comutação e de armazenamento e, enquanto a alimentação de energia for realizada através do espírito, também controla processos vitais para a vida, tais como os batimentos cardíacos, o metabolismo etc. que se processam de modo puramente digital.

Todavia, atualmente a pesquisa e a psicologia pressupõem que o intelecto seja o ponto de partida da vontade, pois depois disso nada mais pode ser medido.

Possivelmente deve-se a isso o fato de que um “agir rico em espírito (geistreiches Handeln)” é definido geralmente por intelecto ativo, pois aqui ele realmente se colocou acima da vida pulsante, o espírito, em vez de orientar-se por ele.

Com suas possibilidades de decisão, o intelecto que, no fundo, deve ser apenas um auxílio para o cumprimento do livre arbítrio, tenta agora negar o espírito, denominando-se a si mesmo de espírito. Pode-se dizer que o subordinado elevou-se a si mesmo a senhor.

Devido a esta circunstância, o ser humano de hoje só pode perceber a si mesmo e o seu ambiente de modo limitado na matéria, pois ele procura compreender tudo exclusivamente com o intelecto, preso à materialidade.  Com isso, para o ser humano, a visão do mundo ficou restrita ao mensurável e ao material.

Agora, a todos aqueles que consideraram este racional insuficiente, pois sentiam que deve ainda haver algo diferente, é ministrado, com a expressão “alma”, um calmante que, no entanto, paralisa o espírito, torna-o inativo e, ao mesmo tempo, ajuda o intelecto a manter o seu predomínio, pois, na verdade uma alma, como tal, não existe de modo algum no ser humano.

Quando se fala de alma, é admitido com isso o corpo de matéria fina que serve de ligação entre o espírito imaterial e o corpo de matéria grosseira e que ainda pertence à matéria, portanto, se encontra muito próximo do intelecto e, finalmente, também é o responsável pelos sentimentos.

A alma propriamente dita é algo puramente enteal, que o animal porta em si também como núcleo. Mas ela também é o imaterial na natureza que tudo incandesce e perpassa de vida.

O espírito, ao contrário, é o imaterial dentro do ser humano e que faz com que ele se torne vivo. Ele é, portanto, outra espécie de imaterial.

Este corpo de matéria fina – a que se referem quando em toda parte se fala da alma no ser humano – não porta em si nenhuma vida própria, porém, assim como o intelecto, é vivificado somente pelo espírito.

Na psicologia moderna, o ser humano é considerado como unidade de corpo, alma e espírito. O espírito é definido como sendo o intelecto, sendo pressuposto que este se encontra no cérebro. A alma é definida pela índole e pelos sentimentos, e vista no corpo como plexo nervoso.  O corpo é considerado como ponto de partida e portador de todos os acontecimentos, sem o qual os outros dois nem poderiam existir.

Está bem claro que, com esta forma de pensar, não pode mais haver um espaço para uma consciência independente do corpo, que também permaneça viva depois da morte do corpo. Como seria possível pensar de modo diferente estando a pesquisa baseada nestes fundamentos?

A religião e, em parte, também a psicologia veem algo diferente nisso. Pelo menos elas dão à assim denominada alma um significado imaterial, fato que para o indivíduo certamente é inicialmente mais útil, pois com isso uma existência após a morte física não se torna impossível.

Infelizmente, fica-se restrito ao conceito “alma” que, nesse ínterim, também se encontra mais próxima do intelecto do que do espírito, pois também este corpo de matéria fina se condensou muito. Entretanto, ele é igualmente tão transitório quanto o intelecto, uma vez que ambos ainda consistem em matéria, e matéria não é viva nem eterna. Aqui se encontra o perigo de não somente as ciências, mas também os meios de ajuda da vida, tais como religião e psicologia, terem tirado do foco a única coisa viva no ser humano, o espírito, já que agora foi arrastado para cá o conceito alma.

A partir desta postura, está fundamentado que o intelecto se tornou gradativamente o leme dominante. Sendo assim, ele tornou-se o senhor absoluto do ser humano na Terra, mesmo lá onde alguma vez a índole está em jogo, pois esta permanece sempre sendo a denominada razão humana sadia, que, por fim, toma as decisões de acordo com as suas determinações e a seu bel-prazer. —

Mas como ele conseguiu se elevar acima do livre arbítrio? O espírito tornou-se demasiadamente inativo e, visivelmente, isso está piorando cada vez mais, pode-se dizer que ele passa o seu tempo na Terra dormindo. Ainda assim, ele só tem conexão com o mundo imaterial e, por isso, ele também é o único que abastece de energia o corpo e tudo o que a ele pertence.

Desta forma, o espírito dispõe de capacidades que são tão poderosas que iriam extravasar o atual posicionamento do intelecto, porém, ele permanece inativo do mesmo modo como um indivíduo, ao qual é oferecido um gigantesco reino, mas que prefere construir castelos sobre areia. Apenas poucos seres humanos conseguem ter uma noção disso em seu íntimo em momentos de silêncio.

Por isso, o ser humano atual, apesar de seu desenvolvimento tecnológico, não é mais do que um humanoide superaquecido por sentimentos e, apesar disso, indolente, uma inteligência biológica que deixa de lado as suas poderosas capacidades espirituais.

Ou o ser humano reconhece agora que precisa adequar o seu desenvolvimento tecnológico com o auxílio das forças enteálicas, que são inteiramente vivas, e que ele mesmo possui um cerne imaterial e que só este o torna um ser humano, ou o seu progresso momentâneo se tornará funesto para ele. E isso precisa acontecer antes que este desmorone em si mesmo. Como parece ser no momento, somente um desmoronamento poderá alterar algo nisso.

Todavia, o ser humano individual já pode se preparar hoje, pesquisando as grandiosas capacidades do espírito, deixando livre o seu livre arbítrio, que nada tem a ver com a possibilidade de decisão do intelecto, e mergulhando com o seu espírito no mundo que existe fora da matéria, conectando-se com ele. Assim ele despertará lentamente as capacidades que nele repousam. Se ele será bem-sucedido nisso de modo perceptível em sua atual existência terrena, depende da intensidade com que ele busca por este caminho. Porém, isso lhe dará a certeza de estar preparando o espírito para um futuro que então será eterno.

Este escrito visa auxiliar nisso, mostrando a essência das coisas que permanecem amplamente fechadas ao intelecto.

Não se orientar pela postura de recusa do intelecto em tudo o que a ele é incompreensível, mas apreender com a capacidade do espírito, este é o caminho do espírito.  Esta matéria é transitória e, graças às conquistas do intelecto, está se dirigindo ao seu fim, para assim recompor-se e renovar-se novamente dentro de milênios. Por isso, a sobrevivência do espírito humano nesta fase da matéria só pode se dar no mundo imaterial.

A atual orgulhosa inteligência biológica humanoide, que se denomina de ser humano, também encontrará o seu fim junto com a morte de seu corpo terreno, mesmo que o corpo de matéria fina ainda possa subsistir por certo período no espaço e no tempo. Somente o reconhecimento na vivência de ocorrências não amarradas à materialidade auxilia a consciência que anseia pela eternidade a se desprender da matéria.

Palavra final

O próprio espírito com seu livre arbítrio precisa descobrir os portais da existência fora do tempo e do espaço, onde se encontram a eternidade, o infinito e a Vida propriamente dita. No reconhecimento de si mesmo, ele conseguirá dar entrada lá.

Se isso não lhe for possível, ele andará confuso pelo labirinto da matéria e, com isso, se perderá nas imensidões inóspitas do Universo. Algo que no cristianismo é diretamente comparável com o denominado inferno.

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[1] NT: Bóson de Higgs é uma partícula elementar bosônica prevista pelo modelo padrão de partículas, teoricamente surgida logo após o Big Bang de escala massiva hipotética predita para validar o modelo padrão atual de partículas e provisoriamente confirmada em 14 de março de 2013. Representa a chave para explicar a origem da massa das outras partículas elementares. Todas as partículas conhecidas e previstas são divididas em duas classes: férmions (partículas com spin da metade de um número ímpar) e bósons (partículas com spin inteiro). [https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%B3son_de_Higgs]

[2] Original: Erfundenes

[3] Original: Gefundenes