O falhar da humanidade

Antes de tratar sobre o tema propriamente dito, gostaria de convidar o leitor, depois da experiência adquirida em “Uma visão sobre um outro Mundo”, para que agora buscasse profundamente dentro de si onde se encontra a sua consciência própria e onde ela tem a sua origem. Em alguns sempre surgirá a ideia de que, basicamente, tudo pode ser esclarecido de modo concludente pela ação conjunta da biologia, da física e da química.

A todos aqueles que estão indecisos quanto a esta questão, mas que ainda consideram um esclarecimento diferente como sendo abstrato demais, eu gostaria de apresentar logo no início duas teses de visão da vida bem diferentes entre si.

1ª Tese:

O ser humano consiste das substâncias básicas da matéria. Por meio de processos muito complexos entre os pequeníssimos elementos de construção, tais como átomos, DNA e genes bem como moléculas, até plexos nervosos, essas substâncias desenvolveram-se durante milênios, formando uma consciência. Esta consciência forma-se então no cérebro como um bem herdado e como base da própria espécie.

Isso foi pesquisado pela ciência mais ou menos desta forma em análises realizadas ao longo de anos. Este todo é então denominado de evolução e contém tudo que de alguma forma tem a ver com o desenvolvimento. Fora destes reconhecimentos fundamentados nesta evolução nada existe que possa ser mensurado e, portanto, comprovado.

Todas as hipóteses, geralmente procedentes de círculos religiosos, espiritualistas ou esotéricos, que desejam avançar muito além dos resultados pesquisados pelas ciências são, com frequência, hipóteses muito interessantes, mas também altamente utópicas. Entretanto, tais ideias só podem ser levadas a sério por pessoas dotadas de muita fantasia. Parece que estas nunca aprenderam a permanecer no solo da realidade e foram retidas na boa-fé e na ingenuidade infantil da humanidade que, nesse ínterim, foi mais esclarecida pelas ciências!

2ª Tese:

Somente o corpo humano corresponde realmente à imagem acima descrita. Aqui a pesquisa realmente realizou um bom trabalho.

Entretanto, existe no ser humano ainda outra espécie imaterial. Esta, justamente por ser imaterial, não pode ser reconhecida pelas ciências, mesmo com os seus mais brilhantes recursos técnicos. Porém, considerá-la como inexistente é errar totalmente o alvo.

Esta espécie permanecerá sendo sempre uma teoria, mesmo para pesquisadores abertos, pois, no melhor dos casos, é possível ter uma noção disso ou presumir a sua existência que, porém, nunca poderá ser comprovada.

Mas é justamente esta espécie que faz do ser humano um ser vivo. É ela que abastece o corpo com uma autoconsciência própria. Por isso, tudo o que é pesquisado pelas ciências nada mais é do que matéria incandescida e com isso vivificada!

Temos aqui, portanto, a imagem de duas opiniões extremamente diferenciadas. Agora, sinceramente, a qual delas você iria aderir sem reservas?

Se você estiver totalmente satisfeito com a primeira afirmação, portanto, com a 1ª tese, então você pode deixar este escrito sossegadamente de lado. Assim sendo, o mundo puramente material é o seu ramo e tudo o que será tratado na presente explanação irá sobrecarregar as suas capacidades de reconhecer mais do que isso.  Falta a você simplesmente a vontade de ser mais do que apenas um humanoide biológico inteligente.

Porém, se você deseja se ligar à tese, mais ampla, irá mergulhar com este escrito num mundo que mostrará quem é você mesmo realmente.

Muitos irão se perguntar logo no começo: Por que razão as ciências não deveriam encontrar uma prova para essa espécie? Pois, já que, se esta realmente existe, mesmo que não seja de matéria, então ela também deve ser reconhecível de algum modo. Como de outra forma o ser humano individual iria descobrir e saber algo sobre ela?

Que esta espécie não pode ser pesquisada com os atuais métodos das ciências resulta do fato de que ela não é palpável e, em decorrência disso, nem mensurável. Mesmo adentrando nas ínfimas partículas elementares, uma comprovação só é possível por meio de medição. Consideremos novamente o assim denominado bóson de Higgs, às vezes também denominado pelos pesquisadores de partícula divina. Mesmo este ainda consiste em matéria. De outro modo, como poderia ser reconhecido por meio de medição? No melhor dos casos, apenas pode ser pressuposto.

Trata-se aqui de algo que exerce grande influência sobre a matéria, pois é somente através deste algo que a matéria é vivificada, porém ele mesmo não consiste em matéria e, por isso, não está sujeito às atuais abordagens filosófico-científicas. Exclusivamente os efeitos recíprocos sobre a matéria podem ser comprovados e estes naturalmente se tornam mensuráveis lá. O fato de na pesquisa este efeito recíproco ser considerado como sendo a coisa propriamente dita, isso se deve ao pensar errado de querer esclarecer tudo com base fundamentada na matéria.

Todavia, a própria vida não tem massa, ela se torna perceptível dentro da matéria através desta massa, porém não necessita dela. Por isso, o ser humano necessita de uma abordagem filosófica totalmente diferente para poder reconhecer esta espécie ou, digamos calmamente, percebê-la.

Com isso retornamos à nossa pergunta inicial. De que modo o indivíduo pode pesquisar em si mesmo e bem pessoalmente, o que, além de seu corpo, o torna um ser humano vivo?

Aqui a resposta é tão simples quanto lógica, pois espécie sempre só reconhece espécie!

De acordo com isso, quem recorre às ciências e ao método científico para compreender a própria consciência e, com isso a vida, na verdade encontrará apenas aquela parte da consciência que se formou pela evolução e que pertence à matéria e, portanto, o que está descrito acima na Tese. Porém, isso também significa que é reconhecido somente aquilo que também deixa de existir com a morte do corpo e do cérebro, ou seja, o intelecto com toda a sua complexidade, inclusive todas as vias nervosas.

A espécie de consciência independente do corpo, tal como descrito na Tese, não somente permanecerá desconhecida numa abordagem científica, mas, com isso, também ficará totalmente inativa no ser humano e irá definhar ao longo do tempo, assim como se não existisse ou nunca tivesse existido. Algo que precisa se confirmar por si mesmo, pois ali, de fato, o imaterial então não estará mais vivo.

Justamente isto caracteriza atualmente a consciência de muitos seres humanos. Estes então não estarão mais em condições de perceber a sua consciência independente do corpo. Eles percebem para si somente como verdadeiro o que foi reconhecido pelos pesquisadores e se restringem assim à sua consciência racional e ao sentimento do corpo físico.

Quando, em sua consciência, os seres humanos consideram a si mesmos como sendo somente aquela parte que se originou da evolução, então já se pode notar que no fundo não pode mais se tratar de espíritos humanos terrenos de pleno valor.

Mas, que justamente estes considerem como fantasistas sem fundamento aquelas pessoas que ainda pressentem o imaterial ou que, pelo menos, procuram pesquisá-lo, é certamente a maior ironia da civilização moderna.

Aqui realmente pode-se fazer uso do exemplo da visão do horizonte a partir de um navio.

Um observador que se encontra no convés sempre verá o horizonte a ele visível como menor do que aquele que se encontra no mastro, olhando a partir de 10 metros acima.  Qualquer um sabe disso hoje. Se então aquele que se encontra mais abaixo afirmasse que aquilo que é visto pelo observador que se encontra acima não pode existir, isso refletiria exatamente a posição adotada pelo ser humano que se baseia exclusivamente nas ciências.

Na verdade, caíram numa cilada ao dirigirem o olhar para baixo e agora não conseguem mais perceber a espécie que lhes é própria.  No entanto, afirmam que são justamente eles que se encontram sobre o solo firme da realidade, sendo que é exatamente esta realidade que lhes tira a possibilidade de olhar acima de seu horizonte limitado. Com a afirmação de que além do horizonte reconhecível pelo seu intelecto nada existe, sendo que este horizonte é somente o final de seu intelecto, eles não se mostram menos duvidosos do que o homem no convés.

Que justamente os que se orientam pelas ciências se consideram especialmente avançados, isso se deve aos resultados da visão restrita da pesquisa, pois quanto menor o espaço sobre o qual se olha, tanto mais intensa é a impressão de reconhecer muitas coisas neste espaço.

Agora, como este espaço puramente material ainda é imenso mesmo para as ciências e, consequentemente, para o intelecto, tanto mais aumenta o orgulho de já ter pesquisado algo neste espaço. Diante deste cenário, o orgulho muitas vezes inexplicável dos seres humanos que agem puramente fundamentados nas opiniões científicas pode ser justificado, mas não compreendido.

Depois destas considerações, o leitor deve ele mesmo chegar a uma conclusão. Se esta espécie de vitalidade no ser humano for suprimida, então, precisamente, não são as ciências que poderão redescobri-la, mas somente algo que também seja da mesma espécie. Resumindo, uma espécie de vitalidade que não se fundamenta na matéria, mas que se encontra fora dela. É somente a partir de lá que o ser humano interior poderá descobrir de onde vem, o que ele é e para onde deve ir.

Povos da antiguidade, de tempos remotos até as eras pré-históricas, sabiam disso muito bem, pois o seu próprio germe de consciência ainda era uma parte desta espécie. Nisso se fundamenta o instinto primitivo no ser humano, de procurar por algo superior e que se expressa pelo anseio interno para a fé. De acordo com isso, este anseio nada mais é do que a vontade de sobrevivência da consciência independente do corpo, pois esta necessita da ligação com a sua espécie própria, a fim de não definhar ou até mesmo morrer quando se encontra no corpo humano.

Por isso, muitas culturas antigas mantinham um diálogo com mundos mais finos, nos quais viviam seres ligados ao ser humano. Eles deram nomes a estes seres. A separação deste mundo, que representa um mundo bem próprio, foi provocada pelo intelecto humano pelo seu modo restrito de ver, pois só consegue reconhecer o que é real para ele, portanto a sua própria espécie.

Portanto, quem deseja realmente ser um ser humano, não apenas um humanoide biológico com determinada inteligência, deve partir do princípio de que as culturas primitivas com suas fadas, elfos, ondinas, anões e todos os outros seres da natureza, chegando até os deuses, não somente tinham razão, mas que esta ligação foi uma necessidade de sobrevivência para o ser humano daquela época, e ainda hoje o é. Por isso, o ser humano não deveria renegar estes seres somente porque o intelecto não quer reconhecê-los, pelo contrário, deveria aceitá-los novamente em sua consciência, pois esta permanece existindo depois da morte terrena e, por isso, não depende da evolução.

Vivifica o teu espírito

Para mergulhar ainda mais profundamente neste tema, o leitor deve admitir o aqui apresentado não somente em seus pensamentos, mas permitir que se torne vivo dentro de si, pois a partir deste momento, nos separamos do intelecto e percorremos caminhos destinados ao íntimo do ser humano. No melhor dos casos, o intelecto poderá seguir como ouvinte.

A pergunta de onde vem o que é vivo no ser humano e que ainda existe como consciência além do intelecto transitório só pode ser respondida com um único conceito:

“Força luminosa criativa primordial eterna”

…não da espécie dos prótons que a pesquisa consegue analisar, mas que é absolutamente livre de matéria.

Desta Luz algo se desprendeu, formando só então a base do germe de vida no ser humano. O germe de Luz desprendido tem desde então o forte desejo de se desenvolver até a consciência e, com isso, até a personalidade própria. Portanto, ele se origina de um plano onde a força de Luz primordial eterna ainda irradia e onde se encontra a base inicial do germe da vida humana.

Que ainda existe algo escuro, isso ainda não deve ser tratado neste ponto.

O germe de Luz, que na verdade é o espírito humano, precisa mergulhar na matéria para o seu desenvolvimento e esta, por fim, nada mais é do que Luz condensada que se transforma em massa por meio de forças de ligação.  Durante certo tempo, o corpo serve de invólucro para o espírito e de centro de atuação na matéria. Enquanto este corpo se desenvolve lentamente de bebê a criança pequena etc., repousa nele, aguardando, o germe-espírito, que, no entanto, abastece o corpo da energia necessária, obtida por ele da Luz eterna enquanto mantiver ativa a conexão com Esta.

Entretanto, como este corpo é transitório e o espírito necessita de mais tempo para amadurecer, são necessárias várias dessas permanências na Terra.  Por isso, o cérebro, o intelecto e o corpo precisam se desenvolver novamente a cada vez, até que o espírito possa assumir os mesmos totalmente para si. Deste modo, também o espírito, acompanhado das experiências antigas, tem sempre novamente a oportunidade de se ligar a um corpo novo em formação. Sendo assim, ele se torna repetidamente um ser humano terreno e aprende a dominar lentamente a matéria e a torná-la submissa a ele para o bem de todos os seres que nela vivem. Esta atividade é parte da natureza do espiritual.

No começo, o seu cérebro e o seu intelecto nada sabem disso – de que modo poderiam, já que consistem exclusivamente da matéria de vida curta? – devendo descobri-lo somente através do espírito, desde que o ouçam assim que ele se manifesta.

Pela lógica da coisa, os recém-nascidos não conseguem mais se lembrar do passado, pelo menos não o conseguem, caso pretendam descobri-lo com o seu cérebro. Seria o mesmo que querer salvar filmes num dispositivo de armazenamento de dados, mas querer acessar os mesmos de outro dispositivo de armazenamento de dados ainda vazio.

Lembrar-se realmente, caso seja possível, isso somente o espírito consegue fazer.  Com frequência, crianças pequenas que ainda não dominam a linguagem conseguem se lembrar, porém, junto com a linguagem esta lembrança vai desaparecendo, assim como muitos sonhos também desaparecem ao despertar.  Por este caminho, o espírito procura transmitir muitas coisas ao cerebelo e, às vezes, também tem êxito nisso. De lá, isso é enviado ao cérebro anterior. Entretanto, o intelecto terá suas dúvidas em tudo, pois ele mesmo nada tinha a ver com isso e irá rejeitar tais imagens como fantasias absurdas.

Com o despertar e a intensificação do intelecto terreno, o germe da consciência interior, ou seja, o espírito, é sobreposto gradativamente. Isso se processa juntamente com o aprendizado da linguagem, uma vez que com isso o intelecto ganha cada vez mais influência. Tudo o que o espírito ainda sabe desaparece na subconsciência, numa espécie de mundo de sonhos, esquecido. Este mundo às vezes se manifesta em sonhos, mas com certeza com a morte do corpo e, com isso, é novamente percebido como real pelo espírito, desde que neste meio tempo não esteja tão definhado pela inatividade, de modo que então ele também não reconhecerá mais nada lá.

Se então, depois da morte do corpo, percebe de alguma forma que também está consciente sem este corpo, ele se encontra num mundo intermediário, o mundo de matéria fina que não está tão fortemente sob a pressão do intelecto. Lá ele precisará se esclarecer lentamente primeiro, até que tenha readquirido novamente a sua consciência espiritual plena. Devido à inatividade, acabou regredindo no corpo e se encontra nesse mundo tão ignorante e sem ajuda como um bebê e, assim, sujeito a todos os perigos. Desta maneira, ele terá que reconhecer com amargura e dor que o seu antigo corpo não era ele mesmo e que teria que ter cuidado melhor da sua consciência espiritual.

Terá que recomeçar esta sua última vida terrena mais uma vez, desde o começo. Pois nesta última ele não se desenvolveu, pode-se dizer que “rodou na escola”. Na próxima vez, deverá cuidar para que o intelecto, que receberá como novo, não o negue novamente e o force tanto até que se renda.

Falando claramente: Um espírito humano terreno com intelecto aguçado e espírito pouco vivo irá cair de modo ignorante e desamparado em campo totalmente estranho com a morte terrena.  Pode-se imaginar isso como uma pessoa que se encontra firmemente em terra firme e se vê subitamente despreparado na imensidão do oceano sem qualquer recurso. Enquanto outros aprenderam a se mover como um golfinho na água, ele, no melhor dos casos, ainda conseguirá nadar por certo tempo. Se então não receber ajuda, ele mesmo se condenou ao naufrágio. Porém, neste caso se trata da morte espiritual que é muito pior do que a morte terrena.

Agora, é assim que, no melhor dos casos, as crianças pequenas na Terra, antes que dominem a linguagem, ainda conseguem perceber o outro mundo, pois elas vêm diretamente de lá e puderam aprender a reconhecer o seu espírito como sendo elas mesmas.  Ainda não dominam o intelecto e o corpo, mas o seu espírito é muito vivo. Porém, os adultos tão inteligentes nada sabem disso e sorriem com o seu intelecto benevolamente sobre tais coisas.  Com o despertar, também o intelecto da criança passa a recusar tudo. Qual responsabilidade realmente se encontra nas mãos dos pais, mesmo que tenham cuidado de todas as agradabilidades terrenas, isso se lhes tornará ciente em algum momento, quando eles mesmos chegarem no além, porém então terão de percorrer o mesmo caminho de sofrimento.

Assim, o ser humano terreno, no lugar de subir novamente à sua origem depois de seu desenvolvimento terreno, caiu num círculo vicioso que, porém, em algum momento será interrompido, ou seja, quando não existirá mais o planeta Terra para amadurecer.

Na presente descrição, trata-se certamente do desenvolvimento errado mais fatal em toda a história da humanidade.

Aprender a linguagem e, com isso, aguçar o intelecto nunca deveria resultar no desligamento da consciência interior. Estimulado pelo espírito, o jovem ser humano terreno deveria aprender a dominar o seu corpo com ajuda do espírito. Somente deste modo os seres humanos terrenos estariam em condições de aproveitar plenamente toda a sua capacidade e isso resultaria em destreza, força, rapidez e saber multiplicados. No lugar disso, restringiram-se ao seu intelecto que precisa primeiro aprender tudo com muito esforço, tendo como consequência que tudo isso se perde novamente com a morte.

Visto desta maneira, o espírito nada tem a ver com o intelecto, mas é um germe de vida independente do corpo humano e que tem condições de sobreviver na matéria, caso preservar a ligação com sua origem. Aqui reconhecemos o sentido profundo quando Cristo disse: “Tornai-vos como as crianças…”, pois geralmente estas ainda não sacrificaram o seu espírito a favor do intelecto.

Por isso, considerando deste modo, o anseio pela fé não é somente justificado, mas absolutamente necessário, a fim de, como ser humano, desenvolver totalmente a capacidade que lhe foi dada.

Por isso, não é o intelecto humano que necessita deste anseio para o mais elevado na fé, pois esta não lhe pode trazer nada, além do reconhecimento de que ele não é a coroa da Criação. Unicamente este também é o motivo porque os seres humanos orientados pelo intelecto se deixam estimular por este, no sentido de considerar a fé como ingenuidade ultrapassada, vinda dos primórdios da história e, no melhor dos casos, deixando-lhe reservado um espaço para direitos sociais e tradicionais.

“A fé deve se tornar convicção”, portanto, não é uma exigência das religiões. Não! Pelo contrário, significa mergulhar como ser humano terreno no saber vivo do ser, a fim de, como espírito e, portanto, como parte da vida eterna, tornar-se plenamente consciente e, com esta consciência, aproveitar toda a capacidade da existência humana e também de todo o corpo, quase como incandescendo-o com a força espiritual da vida.

O único que impede o ser humano neste grandioso desenvolvimento é o intelecto.

Construções da antiguidade, que ainda hoje são um enigma para os pesquisadores, testemunham do que o ser humano já foi capaz sem a tecnologia, quando o seu desenvolvimento se processou pelo menos de certo modo normal. Os recursos técnicos da atualidade, quando considerados isoladamente, são apenas uma fraca substituição que, porém, auxiliam o intelecto a manter a sua influência. O ser humano estaria apto a coisas poderosas. No entanto, ele se limita àquilo que o intelecto consegue realizar.

Agora, cada um pode imaginar muito bem o que os seres humanos fazem a si mesmos, na realidade, quando recusam tudo isso com o seu orgulhoso intelecto. Trata-se aqui de um suicídio espiritual.

Que tudo isso é inicialmente para as ciências uma postura a ser recusada, resulta somente do fato de que elas nada têm em comum com esta espécie, pois já é sabido que tudo o que pode ser aprendido por meio delas irá desaparecer quando o cérebro se tornar pó. Nada disso o ser humano poderá levar consigo.

No caso de artistas, isso é diferente, pois estes vivenciam a sua arte, desde que não a pratiquem unicamente como profissão.  Portanto, se o ser humano quiser levar consigo o seu saber, de modo que não se decomponha juntamente com o intelecto, será necessário manter desperto o seu espírito e isso somente pode ocorrer através de uma fé viva, artes autênticas e da formação da índole.

Por esta razão, a fé não tem nada a ver com o querer-ter-fé do intelecto, muitas vezes encontrado em igrejas e seitas e que se tornou uma fé de obediência cega. Não, a fé verdadeira é viva a partir de si mesma, pela intuição do ser como fonte de vida no ser humano. – – –

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O falhar na antiguidade lança suas sombras sobre a atualidade

Desde os primórdios da história da humanidade foram enviadas mensagens da Luz para povos espiritualmente amadurecidos. Convocados dentre estes, como dignitários, deveriam manter o saber desperto a fim de então propagá-lo ao mundo inteiro, mostrando a direção. Porém, como a história da humanidade mostra, como sucessores, muitos fazem uso do saber unicamente para conservar o seu poder terreno.  Devido a este seu posicionamento material, reforçaram o seu intelecto, tendo por consequência que não conseguiram mais receber a Verdade de planos luminosos, esquecendo-se assim de sua própria origem.

Com o intelecto, modificaram então tudo do modo como pensavam. Do saber de outrora surgiu um querer-saber, chegando até um saber aparente, que, em parte, se baseava ainda apenas em tradições. Desse modo, a fé passou a adquirir uma marca fortemente impregnada pelo terrenal, que geralmente servia para produzir o medo nas pessoas e assim dominá-las.

Muitos reconheceram este fato, tomando isso como base. O anseio pela fé lhes ficou mantido, porém a confiança nos dignitários desaparecia visivelmente. Outros recuperaram o acesso aos planos mais elevados e reconquistaram o antigo saber. Brigas, guerras, traição e alienação foram o resultado.

Assim, muitos seres humanos começaram a duvidar do sentido da fé ou a se distanciar completamente, pois ela geralmente só trazia inquietação e sofrimento. Mais e mais as pessoas começaram a se dirigir a coisas puramente terrenas, pois estas eram claras e visíveis. Dessa maneira, os seres humanos se afastaram da Luz.

Hoje, no mundo moderno, a fé tem apenas uma importância tradicional ou é dogmatizada e relegada à finalidade própria das igrejas e seitas. Que ela é o elixir da vida do espírito vivo, isso foi esquecido. No lugar disso, se move para o primeiro plano cada vez mais o que um dia irá se decompor em pó, ou seja, o racional terreno bem como os sentimentos humanos, restritos à atual existência terrena. Devido a isso, hoje, mesmo no mais claro brilho do sol, tudo se tornou espiritualmente escuro em volta dos seres humanos.

Neste ponto, um ou outro irá se perguntar: Neste contexto, o que quer dizer realmente “escuro”? Na verdade, escuridão nem existe, há luz e ausência de luz. Escuridão absoluta é, por assim dizer, o nada. Isso significa que, onde a luz diminui, lá não se torna mais escuro, mas menos luz está presente.

Por este motivo, como escuro só pode ser designado o que se desvia da Luz, assim como o arcanjo, Lúcifer, outrora o fez. As trevas e o mal, por sua vez, têm nisso a sua origem.

Muitos seres humanos de fé querem colocar a culpa principal, pelas trevas, escuridão e mal na Terra, em Lúcifer.

O fato é que foi Lúcifer quem considerou o ser humano, desde o início, como indigno de poder se desenvolver espiritualmente até a consciência. Para provar isso, ele lhe mostrou um caminho desviado da Luz, ou seja, o predomínio do intelecto.  Ele deu aos seres humanos o reconhecimento do intelecto, mas negou-lhes o reconhecer sobre quem são e o que devem ser. Ele quis limitá-los ao material. Lúcifer sabia muito bem que isso seria possível devido à real indolência desse germe, pois, se o espírito humano tivesse um forte querer para se desenvolver até a consciência, não permitiria que o intelecto exercesse tal domínio sobre si, mas ele mesmo seguraria o cetro nas mãos.

Inicialmente, portanto, Lúcifer não fez outra coisa do que separar o joio do trigo. Ele pretendia que o fraco se desligasse por si mesmo, em vez de, como desejado pela Luz, conduzi-lo a um lento desenvolvimento. Ao longo de milênios, ele repetidamente ofereceu aos seres humanos um progresso fundamentado exclusivamente no intelecto e nos sentimentos humanos, tendo por finalidade desativar a intuição espiritual. Por isso, ele também é denominado de o grande tentador.

Todavia, foi somente a partir de todos os que se deixaram desviar por ele que surgiu o mal. Inveja, ressentimento, ódio, vaidades e, citemos calmamente também os sete pecados capitais da Bíblia, tudo isso são produtos dos pensamentos e sentimentos humanos. Portanto, o mal não está fundamentado em Lúcifer. Ele apenas providenciou um caminho desviado da Luz, ou seja, um caminho escuro.  De acordo com isso, o mal surgiu somente dos seres humanos que andaram por este caminho. O mal nasceu do ser humano!

Quando Lúcifer reconheceu o que havia feito, também já era tarde demais para ele. Pode-se dizer que ele caiu na própria armadilha e despencou juntamente com a força que ainda lhe era própria profundamente para o vazio desprovido de luz, onde está preso até hoje.  Pela força que ainda lhe restou, formou-se então o reino das trevas e ele se tornou o príncipe da escuridão. Desde então, todo o seu pensar está orientado a empregar os espíritos humanos que seguem o seu princípio para que conduzam em seu lugar, toda a humanidade para o caminho desviado da Luz, o caminho de uma consciência puramente intelectiva e sentimental.

Entretanto, ele não tem condições de destruir o espírito humano, este poder ele não tem.  Ele só consegue tentá-lo.  Trata-se, portanto, de influenciar o ser humano no sentido de que ele edifique exclusivamente sobre as conquistas do intelecto, cavando assim uma cova para si, destruindo-se a si mesmo!

O mal e, com isso, o assim denominado inferno foi o próprio ser humano quem criou.

Não é necessário dizer com qual satisfação Lúcifer olha hoje para a Terra. – – –

No decorrer de milênios da história da humanidade e com permissão da Luz, quase todos os povos puderam atuar uma vez liderando espiritualmente. Cada um destes povos, porém, desviou-se novamente do caminho, a fim de dar mais importância para o querer-saber do intelecto (princípio de Lúcifer). Encontraram-se entre eles na antiguidade os persas, chineses, troianos, indianos, árabes, egípcios, gregos e muitos, muitos mais.

Os ensinamentos dos sábios e profetas bem como dos preparadores do caminho, dos quais ainda hoje alguns nomes são conhecidos, tais como Isaías, Buda, Zoroaster (“Zaratustra”), Krishna, Lao-Tsé, apenas para citar alguns deles, foram adaptados aos objetivos próprios dos respectivos povos.

Somente por este motivo, houve diferenças tão grandes entre as religiões.  Na origem, porém, todas eram iguais, não importando se se tratava de crença em deuses ou na crença em Deus, pois as mensagens sempre vieram de páramos luminosos e lá a Verdade é inalterável e uniforme.

Certamente lá também existem diferentes planos, por isso, os denominados deuses realmente existem.  Trata-se de seres elementares que vivem entre as alturas da Luz e a matéria e, juntamente com todos os seus auxiliares, cuidam da manutenção e da vivificação da natureza.  Na antiguidade, muitos povos mantinham diálogos com eles e os honravam devido ao seu poder sobre a natureza.  Com o tornar o intelecto aguçado, também estas dádivas se perderam, surgindo disso mitos, fábulas e lendas.

A partir de determinado momento, a queda total do espírito humano não pôde mais ser impedida. Toda uma espécie, outrora nascida da força luminosa criativa primordial eterna, estava ameaçada de cair como vítima das trevas, sem qualquer ligação com a Luz e com isso ser levada à total dissolução deste germe de vida. Lúcifer triunfou.

A ajuda só podia ainda ser dada por um poderoso ato de Vontade das alturas máximas, da origem da própria Vida: muito acima dos planos dos deuses, mas também muito acima do plano do qual o arcanjo Lúcifer veio outrora, formou-se a Vontade de libertar a humanidade da escravidão de Lúcifer, pois ela mesma já não o conseguia mais de tão cega que estava. Mensageiros que tinham forças e saber mais multiplicados do que todos os profetas, sábios e preparadores do caminho deveriam despertar novamente o espírito humano. Deus, Ele mesmo, deu uma parte de Si para enviá-La para que se tornasse ser humano na Terra.

A imagem é semelhante a uma torrente de Luz ondulando na eternidade primordial, de cujos feixes de luz se desprenderam chamas para, a partir de então, sendo pessoais, arderem vivificadas.  Jesus e Imanuel, também denominados de Filho de Deus e Filho do Homem, foram assim nascidos nas maiores alturas da Luz da chama eternamente primordial e preparados para se tornarem seres humanos na Terra.

No divino “Parte” e “Filho” têm o mesmo significado, por isso, a expressão “Filho de Deus” para Jesus. Imanuel, ao contrário, é denominado de “Filho do Homem”, não porque também Ele se tornou ser humano, mas porque Ele não irá retornar à sua origem, mas permanecerá na Criação como Garante para a humanidade para manter a ligação com a Luz para toda a eternidade. Também é Ele quem toma o poder de Lúcifer de modo que este ainda pode desviar a humanidade através de tentações, porém, não a pode destruir. Jesus, porém, permanecendo pessoal, retornou à Sua origem.

Foi assim que, por causa dos seres humanos, surgiu o mistério da Trindade, que as igrejas também aplicam hoje e que atrai muitos seres humanos, pois estes sentem no espírito que isso é verdade…!

São eles:

O Pai (Deus, a própria Vida primordial eterna);

O Filho (Jesus, o Amor de Deus);

O Espírito Santo (Imanuel, a Vontade de Deus).

O primeiro povo escolhido

A partir de determinada época, o relógio fazia tique-taque sem parar.  Restavam apenas poucos milênios até que o planeta Terra teve que se aproximar, em algum momento, da decomposição, como tudo o que é de matéria.

Com o nascimento terreno de Jesus Cristo, iniciaram-se, ao mesmo tempo, os últimos 3 mil anos que deveriam restar à humanidade para que retomasse o saber original e recebesse coisas novas, a fim de vivificar novamente o seu negligenciado germe de vida.

De acordo com isso, o cálculo de tempo cristão nada mais é do que o relógio do fim do tempo do planeta, que deverá terminar em torno dos três mil anos. Ou a humanidade reconheceu até lá a sua consciência propriamente dita e a sua origem, ou cairá na decomposição inevitável que é um processo natural na densidade da matéria e que corresponde ao fogo do inferno das igrejas.

Como exemplo visível, seja mostrado aqui a lagarta da maçã. Toda maçã cai algum dia da árvore para se decompor, a fim de que, a partir de sua semente, surja nova vida.  Isso se deve à matéria em sua espécie mais grosseira. Uma lagarta que pôde se desenvolver numa maçã deveria ter abandonado esta maçã como borboleta, antes que esta caísse no chão.  Os raios do sol devem dar à lagarta, também dentro da densidade da maçã, o estímulo necessário para que ela se desenvolva e se transforme numa borboleta.

Assim, para a humanidade que se encontra na escuridão profunda, também foi enviado um mensageiro luminoso que, assim como o sol sobre a natureza, atua sobre o espírito dando-lhe forças, de modo que este seja vivificado… Jesus de Nazaré. – –

Para o nascimento terreno de Jesus, foi escolhido o povo de Israel, devido ao seu amadurecimento espiritual já existente na época.

Há cerca de 3 mil anos, quando ainda se encontrava escravizado pelos egípcios, este povo recebeu primeiramente, através de Moisés, a possibilidade de estabelecer uma ligação com a Luz.  Mil anos mais tarde, este povo deveria receber Jesus.  Durante mil anos este povo foi preparado para esta finalidade, e durante mil anos também esperou fielmente pelo Messias já anunciado pelos seus profetas Isaías e Jeremias.

Ainda inconsciente de sua força divina, Jesus viveu como criança no meio deste povo. Mas esta força já penetrava na alma dos seres humanos e os agitava. Porém, quando Ele finalmente apareceu diante deles – que alegavam representar a Luz na Terra – eles se revoltaram, pois as suas doutrinas, neste meio tempo já distorcidas e reconhecidas como falsas pela atuação de Jesus, ameaçavam tombar.

Foi assim que aconteceu que aquele que veio diretamente de Deus foi considerado blasfemador e traído, julgado e assassinado exatamente por aqueles que haviam se arrogado o direito de estarem a favor da Luz. Uma tragédia histórica como pior não poderia ter sido. – – –

Neste ponto, gostaria de pedir ao leitor que fizesse uma parada e lesse novamente de modo bem consciente o último parágrafo e intuísse profundamente o que aqui foi apresentado…!

Quem acredita que pior não poderá ser no futuro, este logo reconhecerá que se enganou no decorrer dos presentes esclarecimentos. Já é inacreditável o quanto o ser humano é capaz quando se trata de querer ter razão de qualquer maneira.  Para isso, ele faz uso até de tudo o que é mais sagrado para defender a sua própria opinião.

Prossigamos, portanto, na história.

Através de todos os que reconheceram em Jesus aquela parte do próprio Deus enviada pela Luz, surgiu então logo o Cristianismo no mundo inteiro e assim parecia que a missão não fora totalmente inútil. Com a Palavra de Cristo, que agitou muitos profundamente, deixando os seus espíritos novamente libertados, restaram então para a humanidade adicionalmente ainda a promessa cheia de esperança pela vinda do Filho do Homem e quase três mil anos de tempo.

Nos séculos seguintes, os ensinamentos de Cristo e os acontecimentos daquela época foram mais uma vez totalmente distorcidos. Assim, o frio assassinato do Filho de Deus foi transformado num plano de salvação. Atualmente, a maior parte dos cristãos acredita que foi um mandamento de Deus crucificar o Seu Filho a fim de livrar os seres humanos de seus pecados. A ideia absurda que a maioria segue cegamente, isso não será tratado em mais detalhes aqui. Qualquer um que tenha pelo menos um pouco de intuição dentro de si nunca conseguirá harmonizar tal coisa com o seu íntimo. Muitos que foram educados de modo cristão já se afastam da fé somente por causa disso, ou se atêm a ela puramente por tradição. Quem quer acreditar que Deus manda, por vontade própria, uma parte de Si mesmo para a Terra para que seja assassinada pelos seres humanos, com as maiores torturas, e isso somente para redimir a humanidade? Algo assim não pode se transformar em convicção numa alma realmente viva.

Isso só consegue uma alma que se auto glorifica e sobretudo muito vaidosa, que considera a si mesma muitíssimo valiosa, talvez isso possa até mesmo parecer-lhe um bálsamo, pois quão importante deve ela ser para que o seu Deus faça este sacrifício para salvá-la…!

Com tanto orgulho, as palavras não são mais necessárias…!

E não somente isso, mas muitas coisas dos ensinamentos de Cristo foram alteradas ao longo dos séculos devido às vaidades humanas e para conservar o poder das igrejas.

Enquanto tudo isso acontecia, foi preparado o segundo envio, Imanuel, o Filho do Homem, pois Jesus havia prometido que, perto do final do tempo que ainda restava, a humanidade iria receber força novamente, mas também o seu saber deveria ser ampliado, para que cada indivíduo tivesse mais uma vez a oportunidade de reconhecer o que ele é, de onde vem e para onde deve ir.

Pois: “quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará para toda a Verdade!”… este é o sentido da promessa.

Agora muitos irão perguntar: Quando será isso…?

Uma indicação de Isaías na Bíblia permite ter uma ideia de que a força divina que Ele irradia trará grande inquietação. Lá está escrito: “Tomai juntamente conselho e ele será frustrado, dizei uma palavra e ela não subsistirá, … pois aqui está Imanuel.”

De acordo com isso, a atuação desta força na Terra deveria ser reconhecível pelos acontecimentos visivelmente marcantes, principalmente pela constante discórdia, apesar de todas as deliberações. Portanto, a humanidade não deveria deixar de ver isso.

Quem observa o caos cada vez mais crescente no cenário político desde 1900, poderá ter uma noção desta correlação…!

Vamos observar o desenvolvimento que ocorre paralelamente a isso.

Inicialmente, parece não chamar muito a atenção, porém, explicitamente desde o séc. XX, a humanidade está passando por um desenvolvimento estarrecedor.

A explanação que se segue deve falar por si mesma.

De acordo com estimativas, no ano zero havia em torno de 300 milhões de pessoas. No ano de 1900, a população contava com um bilhão de pessoas. Isso significa que o número de pessoas mais do que triplicou em menos dois mil anos. Do ano 1900 até hoje, portanto em menos de 120 anos, a mesma humanidade aumentou praticamente  8 vezes.

Expresso de outro modo, dentro de mil e novecentos anos, a humanidade aumentou em 700 milhões de pessoas, para então, em 120 anos aumentar para 7 bilhões, ou seja, 7 mil milhões…!  Isso significa mil por cento de crescimento em 15 avos do mesmo tempo.

Da mesma forma, tomemos como exemplo uma árvore que cresce 7 metros em 19 anos, para então, em 1,2 anos crescer 70 metros.

Procurar o motivo para isso na evolução, isso certamente seria simplório demais. Mas isso não é tudo…!

Enquanto a humanidade, desde a descoberta da roda até o primeiro automóvel necessitou de praticamente 4 mil anos, não foram necessários nem 120 anos, desde a produção do primeiro automóvel na linha de montagem até o mundo digitalizado de hoje, com smartphone, aviões, satélites, computadores etc.

Portanto, ao longo de 4 mil anos, a humanidade andou muito lentamente para frente, de descoberta a descoberta, sem reais progressos. Então, a partir do ano de 1900, aproximadamente, este desenvolvimento se acelerou centuplicadamente e, entrementes, chegou até mesmo a um aumento de mil vezes, paralelamente à explosão demográfica absolutamente paralela.  É esta uma obra do acaso?

Porém, o que parece mais poderoso ainda é o seguinte fato:

Enquanto, desde a espada de bronze até a primeira metralhadora de carregamento automático, a humanidade necessitou de cerca de 5 mil anos, não foram necessários nem 60 anos, desde a fabricação do primeiro equipamento de destruição em massa até o lançamento da primeira bomba atômica.

Aqui deve ser visualizado o seguinte:

Com a espada, depois de árduas lutas, um homem consegue vencer sempre apenas um oponente. Com a primeira metralhadora, um único homem podia derrotar duas dúzias em poucos segundos, pressionando um botão. Com a bomba atômica, ao pressionar um botão, pode ser extinta a vida de muitos milhões de pessoas em apenas alguns instantes.

Aqui realmente pode ser feita a pergunta: Desde aproximadamente o ano de 1900, o que está acontecendo com a humanidade, e tudo isso realmente é progresso?

Será que é uma força que faz com que tudo se acelere visivelmente?

E existe algo que está utilizando esta força para que o homem se destrua através dela?

Encontraremos uma resposta a isso no próximo capítulo:

O segundo povo escolhido!

Enquanto Jesus amadurecia como jovem entre o povo judeu, a força divina já fluía através dele para o exterior. Esta força deveria ancorar-se de modo mais intenso no povo de Israel, porém lá ela não foi trabalhada de modo que se propagasse mais e mais por toda a Terra, a fim de ancorar-se lá, para onde era atraída.

Um povo que naquela época era muito simples pôde servir de ponto de ancoragem para a força, pois ainda não havia formado o seu intelecto de maneira errada, e então, no lugar de fluir para o povo de Israel, esta força fluiu em grande parte para este povo simples, de modo que este despertava espiritualmente. Aos olhos dos romanos, estes seres humanos eram bárbaros, porém o seu espírito era puro e forte.

Esse povo estava estreitamente ligado aos seres elementares e vivia numa fé nos deuses que era mantida pura e ascendia ao alto, até a fé em Deus Todo-poderoso. No entanto, de Cristo, este povo nada sabia.

Pela conversão ao Cristianismo, a partir do século VII, esse povo deveria amadurecer mais, pois foi escolhido para receber em seu seio o Filho do Homem, Imanuel. Para isso, ele precisava saber a respeito de Jesus Cristo e seus ensinamentos. Certamente, sua ligação com os seres elementares não deveria ser posta de lado, porém este fato deveu-se ao trabalho missionário cristão. Porém, o antigo saber sobre os seres elementares ficaria mantido ainda por longo tempo na consciência.

Neste meio tempo, a Palavra de Jesus foi utilizada mais para conservar o poder terreno do que para vivificar o espírito.

Quando também este povo estava ameaçado de cair nas doutrinas dogmáticas da igreja, surgiu de seu meio um monge, que reformou a doutrina de Cristo e a redigiu de modo totalmente novo e compreensível. Deste modo, a Palavra de Cristo pôde penetrar profundamente nas raízes destes seres humanos simples. E assim, Martinho Lutero cumpriu a sua elevada tarefa. Com este acontecimento, passou a formar-se ao longo dos séculos a língua que era necessária para ancorar o saber ampliado e abrangente da Luz na Terra.

Quando esta língua se encontrava bem desenvolvida, por volta do ano de 1900, o prometido Filho do Homem, Imanuel, baixou até este povo que nesse meio tempo foi denominado de o povo dos artistas, dos poetas e filósofos. A partir de determinada época, assim como aconteceu também com Jesus outrora, a força divina própria do Filho do Homem fluiu para os seres humanos, agitando-os intensamente, de modo que teriam que ter despertado espiritualmente.

…porém, tudo aconteceu de modo diferente.

O quanto este povo falhou diante da história, isso cada um pode reconhecer por si mesmo. Os seres humanos utilizaram a força para obras e finalidades obscuras. Aquele, de Quem podiam receber, este eles não reconheceram, correndo, ao invés disso, atrás de um líder inspirado pelas trevas que, por fim, lançou-os no afundamento.

Foi assim que o Filho do Homem, Imanuel, abandonou precocemente a Terra como um desconhecido, pois esta força divina aceleradora deveria ser novamente retirada daqueles que a utilizavam da pior forma. O destino deste povo, outrora tão ascendente, e de seus líderes estava com isso selado, mas também para a humanidade ocorreu uma estagnação espiritual.

Entretanto, a força divina que tudo estimula, havia se ancorado na Terra pela existência de Imanuel e continua a atuar, ainda que enfraquecida. Todavia, ela não foi utilizada para o despertar do espírito, mas conduzida ao intelecto que é estranho a esta finalidade, pois este só a utiliza para, a mando de Lúcifer, finalizar a obra de destruição que se apresenta ao ser humano como progresso. —

Os anos mais significativos da história passaram despercebidos para a humanidade. Assim como Jesus não está documentado na historiografia, exceto na Bíblia, que porém não é reconhecida como documento oficial da história, assim também o envio de Imanuel sucumbiu nos poderes escuros do Terceiro Reich.

Porém, em determinado momento, a força deverá desdobrar-se mais uma vez sobre toda a Terra, a fim de levar à queda tudo o que foi feito pelo homem, e tudo o que é desviado da Luz. Depois disso, assim como a Fênix ressurgiu das cinzas, a humanidade fará um novo começo e todos os que reconheceram tudo isso poderão aproveitar os últimos anos que ainda restam para amadurecerem espiritualmente.

O germe de vida que ainda se encontra profundamente no íntimo de muito ser humano e que se manifesta pela intuição, este sabe disso.  Por isso, um grande anseio por algo grande e poderoso perpassa muitos seres humanos, sempre novamente, até as profundezas de seu íntimo. —

Neste meio tempo chegamos no ano de 2019.

O relógio universal continua a fazer tique-taque sem parar.  Não restam mais mil anos e hoje, mais do que nunca, a maior parte dos seres humanos não sai mais da antiga maldição de conhecer apenas corpo, sentimentos e intelecto. A fé tem apenas um significado tradicional e lá, onde ela ainda existe em forma de anseio, ela é capturada pelas igrejas e dogmatizada.

Ainda hoje os cristãos estão esperando pelo Filho do Homem, no qual querem ver a volta de Jesus, sem ter a mínima noção de que Ele já esteve aqui. Assim como o Judaísmo, que ainda está aguardando pelo seu Messias embora o tenham recusado e crucificado há 2 mil anos, da mesma forma está equivocado hoje o Cristianismo.

No lugar de a humanidade pesquisar estes desenvolvimentos inimagináveis que ocorreram desde o ano de 1900, os crentes esperam por algo que já passou, enquanto os outros veem na aceleração um grande progresso. Faz sentido que as igrejas já tenham perdido grande parte de sua influência, pois poucos acreditam nelas. Progresso e crescimento econômico é a atual fórmula de fé. Mas também aqui existem alguns que têm noção, ou digamos calmamente, alguns sabem para onde isso deve levar.

Consideremos uma vez o patrimônio financeiro do mundo. A partir do ano de 1900, ele subiu de aproximadamente 100 milhões para mais de 85 bilhões de dólares (isto é, 85 mil milhões) e a cada ano, outro bilhão é acrescentado a este valor pelos bancos, isso somente na Europa. A produção industrial de bens aumenta de modo incrível. Esta expansão exponencial deverá fazer com que, em poucas décadas, se já não antes, a indústria esteja produzindo um múltiplo de mil do que já está produzindo hoje. De que outro modo este crescimento deveria ser mantido? Cada artigo já produzido hoje deverá ser produzido com uma frequência aumentada em mil vezes num período de três gerações.

Ou este sistema ridículo entra em colapso por si mesmo, ou a própria humanidade puxa o freio de emergência.  Caso contrário, a submersão da humanidade e a destruição do planeta é apenas uma questão de tempo.

Palavra final

O mundo enteal clama insistentemente à humanidade:

Como não quereis despertar, é mandamento que aquela força que vos foi dada como auxílio leve tudo agora ao ponto em que não podereis mais continuar e onde estareis diante de vossos próprios escombros; então um ou outro refletirá porque lhe foi concedido viver na Terra.

Ao final desta explanação, eu gostaria de fazer referência a uma obra que dá testemunho sobre o que aqui está escrito.  Ela se denomina “Na Luz da Verdade”, de Abd-ru-shin, também denominada de Mensagem do Graal. Ela surgiu entre 1923 e 1941 e foi deixada à humanidade também como testemunha daquela época. É o livro dos sete selos, pois só pode ser compreendido de modo condicionado pelo intelecto, mas está apto a ressuscitar lenta, mas seguramente, a consciência interna do ser humano, ameaçada de morrer.

Também deve ser mencionado que não se trata aqui da obra de mesmo nome, que o chamado “Movimento do Graal” tomou para si como propriedade, pois essa obra foi alterada e é incompleta.  Portanto, quem pesquisar por este título na internet acabará encontrando este movimento e o livro de mesmo nome vendido oficialmente por ele.

Pelo contrário, trata-se da obra original, concluída pelo autor somente em 1941 e que é destinada unicamente ao ser humano individual, independentemente de igrejas, seitas ou política.

Se você agora deseja avançar mais no saber espiritual, poderá perguntar pela obra “Na Luz da Verdade” pelo mesmo caminho pelo qual recebeu o presente escrito.

Simon, maio de 2019.