3. “Se vós falhardes, sucumbirá o mundo!”

Assim retumbou outrora a exortação através do Universo.

Hoje essas palavras vibram novamente sobre vós.

Inexorável rola o “CUMPRIMENTO” sobre a Terra, ainda governada pelo intelecto.

Ele penetra, qual uma flecha, vossa materialidade densa para atuar em toda parte, mesmo nos cantos mais escondidos.

Cada vez mais curta é a duração dos intervalos entre acontecimento e acontecimento.

As almas, já se arrastando em sono mortal, mal ainda percebem a transformação dos tempos atuais.

Em desespero arrogante, o intelecto açoita uma última vez para a atividade extrema. Ele acredita poder fazer valer mais uma vez a sua superioridade neste mundo. Com o maior esforço ele ainda dirige, aparentemente, todos os acontecimentos terrenos. Ele envolve o espírito com uma camada intransponível de suas sutilezas ardilosas. Com o seu aliado mais forte, o sentimento, incentivado pela vaidade, sufoca qualquer reação do espírito já na fase inicial.

O mundo, porém, aproxima-se de sua transformação. O círculo da Luz já circunda tudo e cada vez mais forte comprime todos os acontecimentos.

O ser humano, porém, questiona com o intelecto, procura aí obter auxílio.

Assim o espírito fica atolado em sua indolência e espera pelo despertar através de Acontecimentos Luminosos.

O espírito, no entanto, não será despertado.

Somente ao deixar o seu invólucro ele é obrigado a despertar para reconhecer sua negligência. Então, porém, é tarde demais. Ele vivencia a sua queda, sua desintegração, até que esteja apagado do Livro da Vida.

Vós, que recebestes todo esse saber, também não o reconheceis atualmente. Aguardais por aquilo que possa vir da Luz.

Todavia, continuais dormindo sossegadamente; enquanto vós protegeis o vosso mundo aparente, todo o acontecimento passa tranquilamente por vós…

Vós, porém, não o percebeis.

Sempre e sempre de novo chegam vivências até vós. Porém, vossos ouvidos estão fechados. Vós analisais com o intelecto, e não deixais o espírito participar. Vós o prendeis no sentimento. Vossa presunção e desejos próprios são grandes demais para reconhecer espiritualmente.

Ainda dais muita atenção aos acontecimentos materiais.

Procurais proteger as vossas condições. Essas, contudo, são uma fachada das trevas, para ainda vos ofuscar e desviar.

Não percebeis os acontecimentos enteais nem os espirituais. Acreditais que seja por causa da venda que vos é colocada.

No entanto, não é a venda, é vossa indolência e a rigidez que vos deixa cegos e surdos.

Vós ainda nem reconheceis o enteal ao vosso redor e acreditais já poder reconhecer algo espiritual.

Grande número de enteais está decepcionado, pois vós segurais, sim, a “Palavra Sagrada”, vossa intuição, porém, não se desenvolveu nem um passo. Caso contrário, vós já perceberíeis o mundo enteal de forma diferente.

Somente nisso já reside para vós uma clara indicação de que continuais a reter a Palavra com o vosso intelecto. Certamente Ela vos toca, porém, deixais o intelecto examinar, antes de assimilá-La. O intelecto, no entanto, deixa passar somente aquilo que ele processou para si e que, portanto, não pode prejudicá-lo.

Ele bloqueia o despertar do espírito e, confortavelmente, se deleita naquilo que lhe foi oferecido como substituto: na presunção, a pior trepadeira das trevas.

Vossa incapacidade de expandir-vos não tem nada a ver com a venda, vós permaneceis em vosso mundo rígido, em vez de criar espaço no reconhecimento de vós próprios.

Aprendei, espíritos humanos, aprendei a reconhecer a vós próprios e ao mundo. Percebei todo o enteal, pois ele vos fala, diariamente.

Na antiguidade, os seres humanos ainda percebiam os grandes seres enteais, deram-lhes nomes, mantinham diálogos com eles, consideravam-nos deuses. Tinham conhecimento de Walhalla e do Olimpo. Esta é a base para pressentir também o espiritual.

Vós vos sentis superiores a esses seres humanos de outrora, porém, vós nem percebeis o mundo fino-material mais simples em vosso ambiente mais próximo, apesar de ele ser parte de vós.

Por quê? Porque nada mais podeis do que confiar em vosso intelecto. Na melhor das hipóteses ainda dais livre curso aos vossos sentimentos. Então já vos julgais muito superiores, acreditais perceber valores interiores. Contudo, examinai-vos bem, o que realmente percebeis ao vosso redor e dentro de vós, e ireis reconhecer se é vossa intuição que se inflama ou se são apenas os vossos sentimentos embriagados que simulam uma ligação agradável, aconchegante…

Somente podereis compreender algo espiritual, quando tiverdes compreendido plenamente o enteal. Isso, porém, já deveríeis aprender na infância.

Isso, no entanto, deixais de fazer, na educação das escolas, em toda parte. Agora devereis recuperá-lo.

“Tornai-vos como as crianças”, já exigiu Jesus. Essa exigência é válida hoje, mais do que nunca.

Também isso vós assimilastes apenas no intelecto.

Olhai uma vez nos olhos de uma criança com espírito ainda desperto, que ainda não aprendeu a falar. Poder-se-ia pensar que ela pensa, porém, ela ainda nem pode pensar, porque ela ainda não pode formar palavras no intelecto. Que tipo de consciência vedes aí?

Dai somente uma olhada, mas não a assusteis. Ficareis surpresos. A criança percebe o seu ambiente enteal, ela ainda vive totalmente em sua intuição.

Ela tem uma consciência bem mais forte do que vós, adultos, podeis supor. Isso deveria ser a base para o desenvolvimento para o reconhecimento espiritual. Contudo, com a formação do intelecto vós sufocais tudo isso. Assim torna-se impossível, como adulto, perceber algo espiritual. Quando o espírito desabrocha, falta-lhe a ponte. Ele se inflama brevemente, porém, cai pouco depois novamente em seu sono profundo, para deixar o espaço ao intelecto.

Por isso, aprendei finalmente a reconhecer o mundo, tornai-vos como as crianças, aprendei primeiro a perceber o enteal em seu atuar.

Atentai à região em torno de vosso diafragma. Lá vibra a vossa alma, se situa a vossa livre vontade.

Lá deveis tornar-vos mais sensíveis. Os enteais podem auxiliar, pois é lá também onde se comunicam convosco e vos dão auxílio e advertência.

Assim que perceberdes isso, também podereis reconhecer como deveis atuar conscientemente em espírito.

Aprendei a intuir como as crianças. Porém, não deveis tentá-lo na cabeça. Assim o vosso auxiliar enteal também conseguirá, de modo mais claro, entrar em contato convosco.

Contudo, cuidai para não atrair almas escuras que, através de vossa presunção e, com isso, dos sentimentos, podem aproximar-se de vós. O abismo de vossos desejos próprios é a maior armadilha.

Esse perigo é maior do que podeis imaginar.

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Se, então, quiserdes formar o assimilado em palavras, torna-se necessária ainda a transformação através do cerebelo até o cérebro. Então as vossas palavras estarão dominadas fortemente pelo espírito.

Às vezes, porém, seria melhor que silenciásseis e não formásseis palavras. Assim, a força vos ficará conservada. Atuareis cada vez mais intensamente e vos superareis. Ligar-vos-eis com centros luminosos, os quais, com isso, sereis capazes de ajudar a formar.

Atentai à região do diafragma. Lá reside o vosso “ser”, vossa verdadeira “consciência”. De lá tudo deve sair, e lá também tudo deve entrar novamente. Portanto, se vós quiserdes atuar com o vosso espírito, então o enviai da região de vosso diafragma para fora, e se examinardes o que vem de fora para vós, então o façais nesse lugar. Por lá deveis decidir o que permitis que entre em vós. Permiti, então, ao vosso intelecto processar somente isso para o mundo material.

Não permitais que o próprio intelecto examine, mas sim, dai-lhe aquilo que vós escolhestes em espírito, para processamento.

Contudo, somente conseguireis isso, quando puderdes dispensar mentalmente a necessidade deste mundo material e reconhecê-lo assim como ele é, como fachada. Somente então estará livre o caminho para o espírito.

Assim como uma criança; ela também ainda não vê valores em vosso mundo.

Deixai que os enteais luminosos vos auxiliem nisso.

Uma felicidade indescritível vos sobrevém quando essa energia flui: uma felicidade que não pode ser comparada com nada deste mundo material.

Isso não quer dizer que deveis desprezar o mundo material. Se, porém, quiserdes reconhecer e amadurecer no espírito, então devereis poder renunciar ao mundo material.

Unicamente então conseguireis tirar de vosso intelecto a força, da qual o espírito tão urgentemente necessita para atuar.

Contudo, cuidado, também aqui há uma ilusão: se sentirdes um formigar que vos faz arrepiar de tensão, então isso nada tem a ver com o espírito. Nisso, deveis sentir-vos livres e leves.

Providenciai espaço interno e expandi-vos desse modo. Centros de Luz atuarão sobre vós com força nunca imaginada. Então, mais nenhum sofrimento terreno poderá vos atingir. Não por então ficardes poupados, não, é porque não pesa mais sobre vós.

Não tenteis compreendê-lo na mente.

Com o intelecto, vós somente podeis perceber a imagem da própria fantasia, nunca, porém, acontecimentos vivos.

Somente então sereis os seres humanos que se tornaram novos.

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Então, ainda tereis de fazer uma coisa:

Transmiti àqueles que ainda podem ser salvos, força luminosa!

Vós os encontrais por toda parte. Muitos não estão em boa situação perante as leis terrenas, mas isso não conta.

Isso, porém, cada um tem que fazer por si mesmo.

Vossa comunhão existe unicamente para o espírito, através da ligação de irradiações.

Livres da presunção humana, atentai a espíritos despertos. Nisso, ireis reconhecer também alguns que, espiritualmente, já vos ultrapassaram, mas que ainda necessitam do vosso impulso. Para estes, vós deveis preparar o caminho.

PORÉM, NÃO OFEREÇAIS  A  PALAVRA!

Não faleis nem tagareleis por aí. Silenciai e vivei a Palavra através de vosso “Ser”. Vossa aura atuará então como um chamado misterioso da pátria sobre todos aqueles que ainda trazem o anseio dentro de si. Vós, então, não precisareis fazer nada além de “SER” e indicar para a Palavra.

Vós, que já recebestes um Raio da Luz, deveis dar o início.

Não penseis que tudo isso nada tem a ver convosco.

Vós sois aqueles que devem levar a Luz para o mundo. Despertai e abri espaço, e vossa intuição irá inflamar-se através da ação recíproca vinda dos centros luminosos.

Terrenamente, porém, vós deveis fazê-lo sozinhos, a comunhão somente vos atrapalha.

Tornai-o a finalidade de vossa peregrinação aqui na Terra. Vosso trabalho diário, tudo deve estar incandescido e vivificado por esse desejo.

Escutai vós, leitores da “Palavra Sagrada”: vós deveis  tornar viva a Palavra dentro de vós, para que ela irradie através de vosso ser.

Não tenteis dizer aos seres humanos como devem viver, mas, sim, vivei de maneira que eles vos perguntem. E se fordes perguntados, então examinai se o interrogador fala a sério e decidi então se ireis responder. Depois, no entanto, que a vossa resposta seja clara e não cunhada pelo intelecto, senão atingireis novamente apenas o intelecto.

Muitos espíritos anseiam por isso. Porém, o seu intelecto se defende. Não tenteis convencê-lo: atuai sem dar-lhe atenção, e auxiliareis o espírito.

Não deis atenção à maneira como as pessoas ao vosso redor reagem a isso. Muitas coisas estranhas acontecerão. Encontrareis ódio e desconfiança ou admiração e respeito; porém, em nenhum lugar encontrareis indiferença. Nisso reconhecereis o efeito de vosso ser.

Contudo, cuidai para não cair em presunção, assim que perceberdes tudo isso. Permanecei em humildade, senão os seres humanos procurarão culpa em vós, porque sentem o vosso falhar.

Em todo lugar, onde pressentirdes um espírito que procura, lançai uma âncora da Luz, e deixai-o, então, seguir o seu caminho; um raio de Luz, então, o encontrará.

Caso algum espírito queira seguir-vos, permita que ele o faça por algum tempo.

Escutai, leitores da Palavra Sagrada, com a vossa vida aqui na Terra vós vos encontrais na Luz e assumis pesada responsabilidade.

Deixai vosso espírito tornar-se vivo. Não vos fecheis ao reconhecimento. O mundo espírito-enteal e vós formais uma coisa só; ligai-vos a ele.

Tornai-vos novos!

Escutai as palavras do Senhor, por Ele outrora pronunciadas:

“Vós, portadores da Cruz, despertai para uma nova espécie, deixai cair velhos hábitos e coisas aprendidas, tornai-vos, em primeiro lugar, novos diante do mundo, também no pensar e atuar cotidiano!

Nada existe que não deva tornar-se novo, isso já vos disse centenas de vezes!

Vós deveis dar o início! Sem começo não há continuação!

Se vós falhardes, sucumbirá o mundo!”

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Fecha-se o círculo de Luz.

Assim extinguem-se as palavras vindas do espaço.

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Ass. Simon

7 de maio de 2013