5. A Palavra e as palavras formadas

Linguagem, forma e conteúdo

Introdução

Se o ser humano de hoje refletir sobre os conceitos ‘palavra’ e ‘linguagem’, surge então diante dele geralmente a forma da palavra, e isso ele vê como determinante, portanto, um conceito composto de letras e, com isso, claramente definível para o intelecto.

No convívio diário, ele a utiliza assim como a ela é atribuída o seu significado terreno, prático e racional. Com isso, tudo pode ser regulamentado e mantido no material. No entanto, a linguagem, utilizada exclusivamente dessa forma, permanece um puro instrumento de comunicação, sem energia.

Porém, o que acontece com a alma e seu núcleo, o espírito? Necessita ele de uma outra espécie de linguagem? A este respeito pode ser dito que a linguagem, semelhante à música, tem diversas espécies de atuação, dependendo de como ela é formada. Contudo, ficamos por enquanto na própria linguagem, portanto, também na palavra constituída no terrenal.

A Mensagem do Graal, na obra “Na Luz da Verdade”, declara que somente o significado, portanto a origem, dá à palavra a sua forma. Isto é, do significado formou-se com o tempo a palavra. Portanto, não é a palavra que dá a algo o seu significado, mas, sim, é somente através do significado que surge a palavra. Assim o lemos nas leis da Criação.

E, apesar disso, consta na história da Criação: “No início era a Palavra.” Uma contradição …? Ou como deve ser entendido?

A Palavra como indicador de caminho para a alma na procura pela Verdade

A procura pela verdade, portanto também o impulso para a fé, é uma funcionalidade única da alma e de seu núcleo, o espírito humano. Se este, na vida terrena, encontra informações ou comunicações que tocam nesse impulso, então, caso o intelecto não o retiver, assimilará e avaliará a informação com o sentimento ou com a intuição, e para ver se está em harmonia com o seu interior. Assim, surge uma espécie de fé.

Aliás, aqui na materialidade, essas informações estimuladoras somente podem ser transmitidas através da linguagem.

Essa linguagem tem, além de sua utilização prática, também um significado para o desenvolvimento espiritual do ser humano, que não deve ser subestimado. Utilizada corretamente, ela pode conduzir o espírito humano para um outro plano de consciência. Em sua forma, contudo, ela é demasiadamente limitada para poder atuar diretamente também no acontecimento espiritual mais elevado. Porém, está em condições de mostrar à alma um caminho para fora da materialidade e, com isso, do pensar puramente intelectivo. O alvo é a origem da palavra, da qual outrora ela se formou.

A forma da Palavra é absorvida primeiramente pelo intelecto, depois, porém, serve à alma como canal para os portais de entrada da consciência superior. Para chegar a essa consciência, a alma deve desprender-se novamente da palavra firmemente formada para, assim, perceber o conteúdo da linguagem, portanto, aquilo, em que a linguagem vibra.

Se o ser humano ficar preso com seu intelecto na forma da Palavra, ele não será atingido pelo conteúdo, e o seu núcleo, o espírito, não será tocado. A Palavra passa por ele. O ser humano utiliza então somente o valor prático da Palavra, o que ele, pela natureza da coisa, deixa totalmente a cargo do intelecto.

Este, então, examinará a Palavra, porque ele pode lidar melhor com a forma da Palavra. Ele A analisa e A questiona. Em parte, o indivíduo deixa também seu sentimento tomar parte, que, bem como o intelecto, pertence ao corpo.

Assim, surge uma espécie de fé, na qual o próprio espírito não assimilou a Palavra. Falta-lhe o vivenciar do vibrar junto na Palavra.

Vibrar junto na Palavra, porém, o espírito pode somente através de sua intuição. Nem com o sentimento isso é possível, uma vez que será um vivenciar puramente físico, que na verdade ainda faz parte da fina materialidade, o assim chamado plano astral, porém, nunca chega até o plano espiritual.

Se o ser humano ficar preso à forma da linguagem, então ele deixará todo o pesquisar a cargo do sentimento e/ou do intelecto. Nisso, somente as conexões lógicas podem convencer o intelecto. O sentimento, ao contrário, tende para imagens fantásticas e extravagâncias em um mundo próprio, porém, irreal. Dependendo do que então prevalece, surge com isso ou uma fé intelectiva, que é sem vida, ou uma fé de fanatismo, que geralmente conduz ao sectarismo. Em todo caso, uma fé sem vibração espiritual.

Contudo, o que quer dizer, quando consta: A fé deve tornar-se convicção?

Não é o intelecto que deve ser convencido. Este não necessita de uma convicção na fé para si mesmo, porque ele é mortal e, sem seu invólucro material, o cérebro, que se decomporá, deixa de existir. É o espírito humano que necessita urgentemente da fé e da convicção.

Aliás, somente no vivenciar que não está atado ao intelecto, o espírito pode chegar à convicção, que, então, torna-se eternamente propriedade dele. Esta se tornou então parte integrante dele. Esse vibrar na Palavra, ou então no conteúdo da Palavra, é o elixir da vida do espírito.  A isso se referiu Cristo quando falou: “Eu vos alimento com pão espiritual”.

Por isso, a forma da linguagem, pode ser considerada exclusivamente como canal. Através dele pode ser alcançado o caminho para o próximo alvo mais elevado.

Também é comparável com um veículo. Este nos leva a um aeroporto. No entanto, para alcançar o próprio alvo, o primeiro meio de transporte tem que ser abandonado.

A linguagem no terrenal deve ser o primeiro meio de transporte. Para isso, naturalmente, é necessário utilizá-la corretamente.

Agora, dependendo do efeito que deve ser produzido, as palavras podem ser ordenadas para formar frases diferentes. Assim, surge então uma linguagem mais ou menos viva ou mecânica. Uma linguagem que atua predominantemente no material, dirigida ao intelecto e que se baseia na lógica, ou uma linguagem capaz de conduzir a alma para fora do terrenal, fazendo com que o espírito desperte dentro dela.

A linguagem, quanto mais ela falar ao espírito, tanto mais parecerá ao intelecto como incompreensível, ultrapassada ou absurda. Quanto mais entrelaçamentos lógicos se encontrarem na linguagem, tanto mais claramente ela falará ao intelecto.

No entanto, sabemos da Mensagem do Graal que a Criação, em sua edificação, é absolutamente consequente e, com isso, explicável de modo lógico. Dessa maneira, ela pode, por isso, ser tornada acessível também ao intelecto. O espírito, no entanto, reconhece a Criação por si mesmo, ele não necessita de entrelaçamentos lógicos para vivenciá-la conscientemente. O espírito pode descobrir a Criação na ressonância. Com isso, ele pode transmitir os reconhecimentos necessários ao intelecto. Ele nada na corrente da Verdade e pode haurir diretamente dela, sem precisar aprender penosamente.

A este ‘estar desatado do intelecto’ referiu-se Jesus Cristo, o Filho de Deus, já outrora, quando falou: “Tornai-vos como as crianças!” Naquela época ainda teria sido possível ao ser humano assimilar a Palavra diretamente no espírito.

Dois milênios mais tarde, Abd-ru-shin, o Filho do Homem anunciado por Jesus Cristo, teve de reconhecer que esse caminho estava então fechado à humanidade.

Assim, Ele escreveu a sua Mensagem “Na Luz da Verdade” numa base lógica.

De maneira sábia colocou, nisso, mediante a edificação e pela escolha das palavras, também uma âncora para o espírito humano, para finalmente alcançá-lo.

O intelecto, um obstáculo para a iluminação do espírito

O intelecto, que se tornou soberano sobre o espírito humano, precisa, em sua característica, aprender tudo penosamente. Isso, porém, é significativo somente para tudo que é terrenal e, com isso, também transitório. Porém, no que se refere a tudo o mais, que para o desenvolvimento do espírito humano é de importância bem maior, o intelecto pode ocupar apenas um papel subordinado. Ele necessita da condução do espírito para assimilar os reconhecimentos que estão fora de sua capacidade de compreensão. Porém, compreendê-los realmente, ele nunca conseguirá, porque estes provêm da eternidade e são impossíveis de serem compreendidos pelo intelecto.

O espírito, pelo contrário, apenas necessita estar vivo para, com toda sua capacidade de intuir, reconhecer verdadeiramente a Criação. Esse reconhecer o conduz para a eternidade do existir.

Tudo o que foi aprendido com o intelecto, e não simultaneamente vivenciado pelo espírito, decompõe-se com ele em pó e, como conhecimento aprendido, está perdido. Por isso, no fundo também não é um saber verdadeiro, mas, sim, apenas um conhecimento adquirido.

Quem, portanto, se esforça em alcançar saber espiritual com valores para a eternidade, não o conseguirá através do intelecto. Se, porém, o intelecto conseguir dominar, ele dirigirá o caminho, em vez de para planos mais elevados, imediatamente de volta para a materialidade e, com isso, para a transitoriedade.

Para entrar no caminho para planos mais elevados, a intuição deve tornar-se livre e, com isso, isenta de pensamentos. O desprender-se do pensar dirigido pelo intelecto é a chave para a vida espiritual.

Este caminho para a consciência espiritual não pode ser trilhado com o querer intelectivo.

Essa é, com certeza, a tarefa mais difícil para o ser humano aqui na Terra.

As formas e a origem da Mensagem vinda do Graal

Com a Mensagem do Graal foi lançada uma âncora e um indicador de caminho para a origem, até a própria “Palavra Sagrada”.

Com igual direito pode ser dito que a Palavra formada da Mensagem é a ancoragem da Luz no terrenal. Porém, não é a própria “Palavra Sagrada”. Por isso, Ela pode apresentar formas diferentes e, mesmo assim, levar sempre ao mesmo alvo.

Os entrelaçamentos lógicos foram inseridos apenas para o intelecto, uma vez que o ser humano já se deixou dominar em demasia por ele. Por isso, teve de ser encontrado um caminho para, primeiramente, fazê-La compreensível para o intelecto, para que ele a admita, até que a alma seja atingida por Ela, o que, no entanto, simultânea e inevitavelmente, teve que prender a Palavra em limites estreitos.

O intelecto e, com ele, a Palavra formada, serve apenas para o começo do compreender a partir do terrenal para o espiritual.

Depois que, com a correta combinação das palavras, surgir uma linguagem que atinge a alma, também ela, necessariamente, tem que se desprender da forma da Palavra para, então, possibilitar o vibrar ao espírito. Assim podendo rastrear as correntes luminosas que outrora formaram a Palavra.

A partir de então, o intelecto deve ficar para trás. De aí para cima, tudo está além das suas capacidades. Aqui prossegue a intuição. Ela não necessita mais de deduções racionais, raciocínio lógico e comprovações. Se a alma não se desprende, então ela, incondicionalmente, se torna dependente do intelecto e presa ao ambiente terrenal ou fino-material.

Se o espírito humano der ao intelecto um papel demasiadamente importante, então também a linguagem da Mensagem não pode mais chegar até ele, uma vez que o intelecto prende a Palavra ao material. Então o espírito, conforme descrito acima, está preso ao solo. Não pode empreender o voo. O vibrar junto na Palavra e o pressentir da Origem torna-se com isso cada vez mais difícil e quase não se consegue mais, porque o espírito não pode mais sair do mundo material.

Com isso, o espírito está enclausurado na masmorra do intelecto. Até as pequenas chamas espirituais que já despertaram fracas estão ameaçadas então de perderem-se nas masmorras do intelecto. Demasiado fortes são suas muralhas, e os portões para fora estão fechados.

Assim, tornou-se necessário que uma irradiação direta da Origem da própria Palavra – “do Divinal” – rompesse através dessa barreira do intelecto.

Abd-ru-shin concluiu em 1931 a sua Mensagem, a qual Ele escreveu sob a influência de Parsival do Espírito-primordial. Com as palavras “Sagrada é a Palavra!” começou  IMANUEL a falar ao ser humano desde o Divinal.

Porém, somente em poucos espíritos humanos o Raio de Luz do Divinal avança até as prisões do intelecto.

As trevas parecem triunfar.

Contudo, a Palavra de IMANUEL rompe os portões de entrada desses muros de pedra, para que um sopro fresco entre vivificando nos cantos mais distantes, mais escuros e, com isso, chegue uma brisa fresca até todas as almas. Muitas, porém, não sentem mais  esse sopro fresco. Através do maior sofrimento da alma ou da maior alegria, o espírito humano, na escuridão das masmorras, agora está sendo obrigado a levantar o olhar para perceber a fresca corrente de ar que agora avança até as profundezas de sua consciência. Assim, ele pode, escutando e seguindo esse sopro de vento, atravessar os portões, abertos pelo Raio de Luz de  IMANUEL, até que, aos poucos, enxergue a Luz e corra ao Seu encontro.

A Palavra de  IMANUEL  pode ser a maior alegria para ele, porém, se isso também não ajudar, resta somente ainda sofrimento horrível como última salvação, antes da desintegração definitiva, a eterna morte espiritual.

Contudo, voltemos novamente à linguagem. Se o espírito humano der atenção demasiada à forma da Palavra, em vez de procurar a Sua Origem, então fica retido na forma e tem que, pela natureza da coisa, deixar todo o trabalho a cargo do intelecto.

O intelecto encontrará, então, sempre pontos onde acredita ter que duvidar. Por essa razão também necessita de uma lógica concludente.

Por isso, a Palavra na Mensagem recebeu uma forma que, em primeiro lugar, é acessível ao intelecto. Isso não seria necessário no caso de um espírito desperto, pois este advertiria o intelecto sempre de novo para se manter afastado, quando se trata do assimilar de algo extraterreno.

Um bom exemplo para isso também encontramos no amor. Ele não necessita de lógica para ser comprovado e, mesmo assim, ele é algo que impele fortemente o ser humano. Aqui, como por milagre, o intelecto é muitas vezes colocado de lado. Infelizmente, porém, na maioria das vezes o amor é dominado pelo sentimento e, por isso, mantido preso na materialidade fina, ou então, na materialidade grosseira. Assim, ele geralmente tende para o egoísmo e carece de abnegação.

No entanto, ele é, apesar de tudo, um impulso seguro que sabe contornar o intelecto.

Existe, porém, além do amor, mais um impulso dessa espécie, aliás, muito fatídico: a vaidade e/ou o egoísmo.

Também estes estão em condições de incentivar o ser humano até o esforço máximo, no entanto, empurram-no também algum dia para a autodestruição.

A vaidade e o amor são bons exemplos, pois ambos constituem um impulso que não necessita de nenhuma das conclusões lógicas para ser reconhecido. Eles existem, assim como a própria vida.

É por isso que as trevas enfraquecem a grande força do amor, ao insuflar ao ser humano um pouco de egoísmo, porém, somente lá, onde o ser humano o permite. Mesmo no amor abnegado por natureza, por exemplo, o de uma mãe, as trevas têm a sua influência, ao insuflar a este ser humano a necessidade de sentir-se importante perante si mesmo, para que se sinta bom perante si mesmo. Um golpe da vaidade.

Contudo, voltemos ao efeito diferenciado da linguagem.

Também podemos comparar muito bem a linguagem e as palavras com pedras de mosaico. Estas, combinadas, dão a imagem de um alvo que muitas vezes se encontra em distância inatingível. As pedrinhas individuais podem atuar, às vezes, como se de maneira nenhuma estivessem relacionadas, somente quando enxergarmos a imagem completa, torna-se visível o reconhecer da estreita relação entre elas. Se tentarmos pesquisar as pedrinhas individualmente, perdemos a visão do todo.

O intelecto sempre tentará pesquisar a constituição e a estrutura dessas pequenas peças individuais e nelas procurar um sentido. Ele necessita sempre de uma análise, um desmembrar e desmontar. Ele somente pode perceber a imagem, quando lhe é mostrada pelo espírito. Assim como a eternidade e o infinito se situam fora do alcance do intelecto, assim também a origem da imagem que se compõe das diferentes peças individuais. O intelecto tem frequentemente a tendência de concluir que muitas dessas peças não podem ser combinadas. Ele vê apenas  as peças individuais.

Somente através do espírito e de sua capacidade de intuir é que a imagem pode ser compreendida. Somente através do espírito o intelecto está em condições de colocar as peças individuais no lugar certo. No entanto, se o intelecto o tentar sozinho, ele se perderá na multiplicidade e, então, pesquisará cada pecinha individual para procurar a sua origem. Com isso ele enredar-se-á cada vez mais apenas em detalhes inferiores, os quais, no entanto, ele consegue então explicar melhor.

Assim também acontece com a linguagem da Mensagem do Graal, formada no material. Somente através da intuição, que perpassa a forma e assimila o conteúdo, essa linguagem pode se tornar viva. Viva, porque seu conteúdo desperta o espírito para a vida e, com isso, torna a Palavra compreensível a ele como um todo. Ele reconhece o significado, do qual Ela outrora se formou.

Assimilai o conteúdo da Palavra e ela tornar-se-á viva e resultará em um todo.

A Palavra é a força e a origem da qual tudo se formou. As palavras da Mensagem do Graal, formadas no terrenal, são as pedras de mosaico grosso-materiais. Elas explicam as Leis, que somente através da Palavra chegaram à atuação. Elas podem reproduzir a imagem, se forem combinadas corretamente. Para isso, no entanto, a imagem deve ser reconhecida, e isso pode somente o espírito vivo, pois ele pode obter a ligação com a Origem.

No entanto, isso ele consegue somente se não dirigir o olhar apenas para as peças individuais e não deixar o intelecto examiná-las em sua constituição, mas ao elevar o olhar, para enxergar a imagem inteira. Somente então ele saberá onde é o lugar de cada peça individual e poderá indicá-lo ao intelecto para, também no mundo material, deixar atuar a Palavra através do espírito humano. O próprio intelecto sozinho é incapaz disso.

O intelecto pode colocar as peças em seu lugar somente sob a direção do espírito. Para isso, não é preciso estudar cada uma em sua estrutura e constituição, como o intelecto sempre gostaria de fazer.

Também na pesquisa, principalmente das ciências naturais, é cometido esse erro. Em vez de procurar a origem no espírito, as peças individuais são analisadas pelo intelecto primeiramente quanto à sua constituição. Com isso, o intelecto também consegue certos conhecimentos, os quais, no entanto, contêm apenas detalhes inferiores, que são sem importância para o desenvolvimento do espírito humano. Lamentavelmente, o espírito consente isso ao intelecto, porque o intelecto dirige o impulso para o reconhecimento na direção errada, no presunçoso desejo de obter prestígio próprio. Por isso, lamentavelmente, o espiritual humano prefere deixar o intelecto fazer especificamente esse trabalho.

Isso leva o espírito para a inatividade e indolência. Assim, as trevas o alimentam com perspicácia intelectual que, em substituição, lhe possibilita uma outra consciência, aliás, a serviço das trevas.

O espírito, ao contrário, alimenta as trevas com a força neutra, na maioria das vezes inconscientemente. Por isso, para as trevas é muito importante que o espírito não perca toda a sua capacidade de intuição. Elas necessitam do espírito para aprovisionamento de energia, porque elas foram desligadas dela. Sem essa ajuda do espiritual humano, as trevas já há muito teriam secado interiormente.

A última luta das trevas

A humanidade caiu na dependência da ferramenta de Lúcifer, a besta, um demônio que desenvolveu vida própria.

O próprio espírito humano, porém, é responsável, uma vez que ele, na esperança do cumprimento de seus desejos próprios, consentiu na atuação desse demônio. Aliás, o espírito o fez no impulso por reconhecimento nele inato, porém, pelo prestígio próprio, em vez de, agradecido, colocar-se com esse impulso abnegadamente a serviço da Luz.

A vaidade, com todas as suas facetas, tinha nascido. Esta devia se tornar a maior armadilha para toda a humanidade.

A vaidade está sendo alimentada pelas trevas. Sob trevas ou escuridão devem ser entendidas regiões que são afastadas da Luz e, por isso, foram separadas do aprovisionamento de força. A Terra encontra-se na borda dessas regiões.

As criaturas das trevas, os demônios e espíritos hostis à Luz, lutam agora por sua sobrevivência desde o agrilhoamento de Lúcifer. Elas necessitam de energia e tiram esta dos espíritos humanos. Para isso, deixam habilmente aberto um canal ao espírito, como aprovisionamento de força. Cuidam para que as pequenas chamas espirituais não se apaguem. Verdadeiros vampiros de energia povoam o mundo para transferir essa força para as trevas.

O ser humano, porém, não reconhece isso, porque as trevas desenvolveram uma nova falcatrua. Seus dirigentes procedem, nisso, com muita habilidade.

As trevas, já há muito tempo, não são mais reconhecíveis pelo mal. Não, elas produzem o mal para, por sua vez, combatê-lo. Para isso, elas se camuflam com uma forma de humanismo orientado pelo intelecto e, com essa máscara, vão à luta ao lado do ser humano. E assim, este acredita servir ao bem. No entanto, habilmente lhe é insuflado um sopro de desejo sedutor de ser reconhecido, bem como, um desejo egoístico. Com isso, o ser humano fica ligado mais fortemente à Terra. Assim, as trevas, com toda calma, podem sugar energia mesmo de pequenas chamas espirituais despertas. Incentivado pelo princípio luciferiano de obter prestígio em todo atuar, banha-se o espírito humano então em suas assim chamadas boas ações, estimulado pelas trevas, que assim asseguram a própria sobrevivência.

De tempos em tempos, esses poderes escuros afrouxam as correntes e abrem uma fresta nos portões. Ao impulso das pequenas chamas espirituais de despertar é dado curso livre, e isso poderia ser a salvação delas. Nesse período, sempre de novo, haurem nova força. A maioria, porém, entrega-se novamente às tentações, somente de forma diferente. Assim, são novamente agarradas, depois de novamente terem obtido força.

Os dirigentes das trevas conhecem demasiadamente bem os pontos fracos do ser humano. Em primeira linha a indolência e o impulso de obter prestígio, a vaidade.

Através da carreira, distração, necessidade de consumo, alto rendimento esportivo, sucesso econômico, poder, influência e manipulação, um ansiar do espírito pela Luz é novamente puxado para o charco dos desejos próprios. O erro permanece o mesmo, apenas as formas mudam. Uma armadilha do impulso por prestígio!

Mas, também filmes e romances que estimulam a fantasia de modo não natural, bem como todas as formas de vícios e prazeres, mas também o egoísmo, a paixão erótica e, principalmente, todo tipo de música ensurdecedora e paralisante do espírito, assim também o mormaço da degeneração das artes, que bajulam os sentimentos e contribuem para nova paralisação do espírito. Aqui engrena a indolência!

Existem muitas coisas que no terrenal atuam como uma bênção, porém, servem apenas para anestesiar.

Com isso, desde o agrilhoamento de Lúcifer e a ancoragem da Luz na Terra, a escuridão utiliza a força neutra, recebida pelas pequenas chamas espirituais inflamadas, para a própria sobrevivência. Por isso, é muito importante para ela que a humanidade não perca a ligação com a força. Para isso, aproveita o impulso para a procura pela Verdade e, também, deixa o espírito encontrá-La em partes. No entanto, prende habilmente o espírito com todas as tentações dos desejos próprios e com todas as facetas da vaidade, nova e mais fortemente à Terra.

Assim, esses seres humanos formam, sem sabê-lo, o elo entre as trevas e o abastecimento de força oriundo da Luz. O intelecto dá-lhes, nisso, toda segurança necessária para manter-se firmemente no solo terrenal. Um plano sutilizado!

A este respeito, uma breve indicação interessante.

O filme cinematográfico “Matrix”, primeira parte, que chegou aos cinemas em 1999, reproduz de maneira assustadora e de modo muito claro um estado bem semelhante em todo o seu horror. Os irmãos Wachowski (“roteiro” e “regência”) parecem ter captado e interpretado correntes fino-materiais num bizarro filme em Hollywood. Será que tinham ciência de quão perto chegaram da terrível verdade com essa utopia?

Como podemos nos proteger?

Somente quando o espírito humano compreender a Palavra livre de sua forma, como um quadro completo, pressentir assim sua Origem e ter reconhecido o seu efeito, ele a assimilou dentro de si. Então não mais terá desejos próprios, mas, sim, submeter-se-á inteiramente à Vontade do Criador. Pois sabe que cada menor desejo próprio somente lhe trará prejuízo, e enquadrar-se-á voluntariamente na Vontade de Deus, pois sabe que isso significa a maior felicidade para ele.

O impulso por fama terrena e principalmente por reconhecimento diante dos seres humanos e de si mesmo, tornar-se-á repugnante e estranho.

Porém, até lá, no melhor dos casos, pode querer viver a Palavra, mas nunca chegará a vivê-La realmente. Ele serve às trevas como bateria viva. Um estado horrível, ao qual somente pode ser dado um fim com a total destruição do mundo material dominado pelas trevas e, com isso, também de todos os espíritos humanos ainda atados.

Que o mundo, com todos os seus espíritos atados a ele, ainda não tenha sido destruído, deve-se unicamente à justiça. Pois antes que uma única chamazinha chegue inocente a tal destruição, o mundo ainda será mantido. Porém, em algum momento, também essa última pequena chama terá perdido sua chance aqui.

Devido a essa Justiça, cada espírito humano individual pode salvar-se mais uma vez… porém, o relógio faz tique-taque ……………….. !!!

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Voltemo-nos agora novamente à pergunta: o que significa a “Palavra”?

Por que é dito: “No início era a Palavra”?

O que é “A Palavra”? De que significado e de qual origem Ela outrora se formou?

Por que é dito: “No início era a Palavra … E a Palavra estava junto a Deus! E a Palavra era Deus”?

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Deus é a vida. Sua Vontade é a Ação, e a Ação é a Palavra.

A “Palavra” é “IMANUEL”, a Vontade. ELE é e era (no início da Criação) o Primeiro além de Deus. A forma visível é e era a Pomba.

A Cruz da Criação é e era Parsival. A Cruz vibra na Pomba.

A Ação: “Faça-se Luz!”. A Cruz (Parsival) sai do Burgo do Graal Divino.

O nascimento da Criação (Burgo do Graal Espírito-primordial).

NO  INÍCIO  ERA  A  PALAVRA

A Palavra é  IMANUEL  (a Vontade).

“Faça-se Luz” é a Ação.

Parsival sai da parte Divina do Burgo do Graal e ilumina a escuridão.

(Da parte Divina do Burgo do Graal sai a Irradiação de  IMANUEL; dela emerge Parsival, que ilumina o espaço até então sem Luz).

E  A  PALAVRA  ESTAVA  JUNTO  A  DEUS

Através de IMANUEL, Parsival está eternamente junto a Deus.

E A PALAVRA ERA DEUS

IMANUEL.

Ele se origina de Deus. Não de Sua Irradiação. Ele é uma parte de Deus. A Vontade “Imanuel” e o Amor “Jesus” são uma parte de Deus. Eles estavam em Deus, estão em Deus. “Deus-Trindade”.

Do Divino, IMANUEL (a Pomba) para o Espírito-primordial Parsival (a Cruz).

“No início era a Vontade “IMANUEL” – Faça-se Luz – Parsival e o nascimento da Criação.

Por isso foi dito em Gênesis (Bíblia):

“No início era a Palavra!

E a Palavra estava junto a Deus!

E Deus era a Palavra!”

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A Mensagem do Graal no terrenal é um canal até a Palavra. No entanto, o próprio espiritual humano deve encher esse canal com o fluxo de sua intuição. Se não o fizer, esse canal ficará vazio para sempre.

As primeiras 91 dissertações da Mensagem do Graal (versão original) foram formadas sob a influência de Parsival a partir da Criação primordial.

As Ressonâncias, com as palavras: “Sagrada é a Palavra!”, no entanto, foram formadas sob a influência de  “IMANUEL”.

ELE é a Vontade, a Palavra e o início. ELE atua através de Parsival na Criação. Ambos constituem uma forma, uma imagem: a Cruz, que se encontra na Pomba.

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Num segundo quadro: “Faça-se Luz.”

A Cruz emerge do Burgo do Graal e ilumina o Universo até então sem Luz.

O nascimento da Criação com Parsival.

Dessa Origem, o Início, surgiram todos os planos da Criação, os quais, estendendo-se sempre mais, até a materialidade grosseira, formaram também a Mensagem do Graal.

Quem compreendeu a Mensagem do Graal como um todo, encontrará Parsival – IMANUEL e, com isso, reconhecerá a atuação de Deus.

O único alvo que um espírito humano hoje ainda pode ter.

A Mensagem de Última Mão (versão de 1941) é a última forma dada à Palavra. Devido ao inesperado obscurecimento da Terra, agora, não mais para a salvação de toda a humanidade da Terra, mas, sim, de cada um individualmente, assim que ele abrir o canal até a Palavra e encher este com a sua intuição. Assim ele obterá a ligação com a irradiação e o aprovisionamento de força diretamente da Luz, que já há muito envolve a Terra, e ele pode se salvar no Reino prometido que durará Mil Anos.

Mas ai dele se deixar os exércitos das trevas se nutrirem dessa Força, por causa de mornidão irrefletida, assim como já descrito acima; então ele será cobrado em dobro e severamente. Teria sido melhor se ele nunca tivesse aberto esse canal.

Acautelai-vos para que não pertençais também a estes.

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Ass. Simon

27 de setembro de 2013.