19. Distorção dos conceitos e os asseclas de Lúcifer

Ultimamente tem surgido com frequência a pergunta de qual seria o motivo de não aparecerem mais textos. Tudo o que era necessário para a época atual já não foi escrito com os Chamados entre 2013 – 2016?

Certamente muito disso foi compreendido (intelecto), mas reconhecido por poucos em seu significado… (espírito).

Muitos seres humanos se viram ligados diretamente ao acontecimento, mas muitos nutriram mais a sua vaidade do que a sua responsabilidade. Outros queriam saber melhor algumas coisas. Deixaram o intelecto julgar o que foi lido. Deveriam ter sabido que estes escritos, com apenas poucas exceções, eram destinados também ao intelecto. Justamente este tinha as menores condições de reconhecer o verdadeiro valor. Muitas configurações feias de matéria fina se formaram desta maneira, mas poucas coisas construtivas. Quem se surpreende então se, da parte dos movimentos oficiais do Graal, todos os que começaram a ler estes escritos foram considerados como renegados e apóstatas. —

Mas isso não vale também para aqueles que cedem ao anseio interior de ler também a Mensagem original? São denominados de renegados ou apóstatas. Sim, isso eles são. Apóstatas das instituições terrenas que se autodenominam de representantes do Graal na Terra. Tudo o que não se desenvolveu a partir destes movimentos é recusado como influenciado pelas trevas. Um fenômeno já conhecido há milênios, do qual cada verdade teve que se tornar vítima.

Os Chamados foram enviados para cumprir as Leis. O fato de que não encontraram aceitação dentro dos movimentos oficiais do Graal já fala por si. O que é feito pelo ser humano que, apesar disso, teve a oportunidade de receber os mesmos (aqui nada está sujeito ao acaso), é assunto exclusivamente seu.

No entanto, chegou o tempo de alertar, mais uma vez, sobre o estado da humanidade, do mundo e dos movimentos do Graal na Terra, pois estão acontecendo importantes eventos no universo, que também na Terra já mostram seus efeitos. É necessário desvendar algumas coisas para esclarecer as pessoas que perguntam sobre o que aconteceu, para que possam reconhecer a qual conexão elas se prendem, e o porquê dos asseclas escuros tentarem hoje salvar a Terra da submersão, embora Lúcifer deseje ver toda a humanidade destruída. —

Desde a época do último cumprimento da Luz, o ser humano terreno se revelou indigno de uma consciência espiritual. Por isso, o seu atuar já há muito tempo não é mais considerado com tristeza, mas sim com aversão e incompreensão! Atualmente, o acontecimento terreno, exceto em seu sistema próprio, praticamente não tem nenhuma influência sobre a Criação posterior. Trata-se de uma construção criada pelo próprio ser humano, fechada em si mesma que, nesta espécie, está indo em direção à submersão. Muitos espíritos humanos poderiam se elevar disso, mas eles sempre novamente ficam presos no intelecto, na crença de com ele reconhecer o caminho para o alto. Porém, o intelecto não tem condições de reconhecer, na melhor das hipóteses pode colher reconhecimentos, que, porém, lhe mostram claramente os seus limites, mesmo que estes sejam para ele confusos e também permanecerão assim. Mas, compreender isso não é mais possível ao ser humano de hoje, desconsiderando poucas exceções. Ele está por demais preso ao ter que pensar. Se ele se tornasse consciente apenas por um momento de que o acontecimento terreno de agora nada mais é do que o último efeito posterior de uma história já escrita há muito tempo, que tem um final claro a partir de determinado ponto, ele nunca consideraria as suas conquistas como tão importantes. É somente dentro destes efeitos posteriores que o intelecto ainda encontra o seu campo de atuação. Neste, ele também exerce ainda hoje todo o seu poder. Porém, ele só tem influência dentro da forma, onde o fator de tempo terreno também pertence à materialidade e com isso à forma, mas não sobre o final, não sobre o momento no tempo, pois este já está definido. Todas as almas que na boa fé ainda pensam em salvar o antigo, procurando dar a este um novo brilho terreno, são levadas por ambição errada e se amarram firmemente à matéria.

Não está dito que “o antigo deve cair antes de tudo se tornar novo”? Por que então tantos esperam poder construir sobre o antigo? Ou será que alguém realmente acredita que alguma coisa na Terra já se tornou nova?

Certamente muitos, de vez em quando, percebem este equívoco. Mas de que serve isso, se ao reconhecer tornam-se novamente vítimas de sua vaidade? O seu anseio pelo mérito por ajudar deixa-os trabalhar na construção errada, embora tivessem que saber que tudo isso só ajuda as trevas a conservar a sua configuração autocriada por mais tempo possível.

A pesquisa, as ciências e a forma atual da tecnologia não são o que deveriam ser, mas, sim, um substituto para a ascensão desejada pela Luz, que não está mais acontecendo. Também a preservação do passado, que se observa em toda parte, visando uma consciência humanitária, bem como todos os esforços pela paz, a liberdade e o direito à igualdade, tão louvado em toda parte, tudo isso são palavras que soam grandiosamente, porém, elas se encontram mais do que nunca sob o domínio do intelecto e do sentimento a ele ligado. Nada disso corresponde às leis da Criação. Um princípio urdido com inteligência, que é oferecido pelas trevas ao ser humano como substituto para a sua procura pela Verdade. Todas as almas que ainda devem ser consideradas como tendo anseio pela Luz são presas na armadilha, graças às suas fraquezas, pois estas posturas “nobres” da sociedade, aparentemente melhor, geralmente vêm acompanhadas do sentimento de considerar-se ele mesmo um ser humano bom. Que cilada ardilosa das trevas.

O anseio de querer ser prestigiado perante outros já é um mal que conduz à ruína, porém o anseio de valer algo diante de si mesmo é a queda. Deste modo, as trevas determinam quase todo o desenvolvimento da humanidade desde a época do pós-guerra, dando-se a aparência de serem humanitárias.

E assim, na esperança de estar avançando, a humanidade despenca cada vez mais em direção ao funil da decomposição. —

Infelizmente também a maior parte dos leitores da Mensagem é atingida por isso. Se eles estivessem conscientes de onde realmente se encontram hoje, teriam que desesperar-se. Pelo encontro com a Verdade, entram inicialmente num acontecimento, do qual o seu intelecto nunca consegue se conscientizar. Todavia, depois do despertar espiritual inicial dos seres humanos, o intelecto continua a definir as suas ações. Logo, ele conduz as almas a um beco sem saída, pois estas, sob o seu domínio, não podem mais cumprir, no sentido da Criação, a responsabilidade que simultaneamente começa. O intelecto só consegue agir na espécie material e lá reconhecer um sentido. Ele não pode fazer outra coisa do que reter a Palavra e interpretá-la de modo que ela possa atingir a intuição apenas de forma condicionada, porém, em contrapartida, o sentimento é estimulado a se tornar ativo de modo intensificado, enquanto o espírito se encontra novamente inativo em seu casulo – o corpo terreno – já que nada acontece que perturba o seu sossego, somente coisas terrenas. As trevas cuidam para que permaneça assim, elas deixam-no blindado.

Assim já aconteceu outrora com os convocados que também viviam na convicção de que, com o seu atuar, ainda se encontravam na Luz. Depois que a Luz abandonou a Terra, eles se orientaram, na reconstrução, sempre somente nas particularidades terrenas. O seu espírito não conseguiu se movimentar com a intuição de modo que as decisões do intelecto fossem cunhadas pelo espírito. Sempre foram o sentimento e o intelecto que determinaram a maior parte de cada uma das decisões. Os poucos, em que isso acontecia de modo diferente, foram declarados como incompetentes para a reconstrução. —

O motivo para este mal também é, entre outros, que o intelecto, nesse meio tempo, não está mais atado ao cérebro. Ele exerce influência sobre tudo o que é terreno como uma central, e tornou-se um poderoso demônio autônomo com grande liberdade de movimento, com a qual, quando necessário, ele agora, também de fora, se serve dos cérebros e dos sentimentos.

Que até os seres humanos que ainda trazem em si o anseio pela Luz puderam cair tanto, apesar de terem recebido a Verdade em forma inalterada, com isso não era possível contar, mas aconteceu.

Com os Chamados foi dada oportunidade de reconhecer este estado que aniquila tudo e ainda de tomar outro rumo.

Foi dada a indicação (ainda intensificada com a edição de 1931) de que, com a leitura da Mensagem do Graal, se abrem canais que possibilitam um acesso mais elevado à força neutra. Estes canais devem ser vivificados e dirigidos com a intuição. Mas, também aqui o intelecto assume novamente a liderança, depois que ele deixou o espírito florescer brevemente, amarrado na corda comprida. Deste modo, as trevas utilizam a forma da Mensagem para os seus fins. É assim que pode ser observada a evolução em quase toda parte. —

Muitos deverão estar se perguntando, há longo tempo, como pode ser que as trevas sempre novamente conseguem exercer tal influência, embora tantos seres humanos do mundo inteiro queiram apenas o bem? A razão se encontra no conceito “bom”. O ser humano não sabe mais o que é “bom” no sentido da Criação. Bom só pode ser o que anseia pela Luz, portanto, que se afasta de qualquer amarra material. As trevas são justamente o oposto, vão na direção do atamento à matéria. Sendo assim, as trevas nada têm a ver com o mal (quem cria o mal é o ser humano), mas inicialmente somente com o aspirar por uma direção afastada da Luz. Neste ponto já reconhecemos o ardil e onde a armadilha se fecha. As trevas não se mostram necessariamente como más, pelo contrário, elas aprenderam a se apresentar como algo que é sentido como sendo bom e elas fazem isso por meio da distorção dos conceitos.

Infelizmente, o ser humano quase não está mais em condições de reconhecer a diferença.

Mas onde está a causa disso?

Está muitas vezes em sua maneira de geralmente perceber o que está errado, mas raramente tirar disso conclusões a respeito de si mesmo.

Quem se dá ao trabalho de aceitar com gratidão os erros do próximo ou do ambiente como indicação para seus próprios defeitos? Nenhum encontro acontece sem motivo. Muitos, porém, acreditam que foram conduzidos para ajudar outros ou para atuarem com os seus novos reconhecimentos sobre seu ambiente. Se este for o caso, então isso vem somente em segundo lugar. Isso aconteceria de qualquer maneira, se as condições de autorreconhecimento tivessem sido atendidas. Então o ser humano apenas precisa ser para, com o seu ser, influenciar o seu ambiente. É lei incontornável: cada um é guiado e conduzido pelo destino para reconhecer, em primeiro lugar, sua própria imagem no próximo como também nas circunstâncias com as quais se depara. A sua livre decisão nada pode mudar nisso. Muitas vezes a forma do respectivo erro é diferente da do próprio erro e ele pensa, de maneira autoglorificante, que justamente este erro não está nele, mas ele pode partir do princípio de que, com certeza, é exatamente este que está aderido nele também. Ele gosta de pular justamente esta parte de sua missão, a de modificar-se interiormente e, todo entusiasmado, deseja logo atuar junto nas mudanças externas. Isso é oferecido a ele pelas trevas com atos sentidos como bondosos, mas que outra coisa não são do que hipocrisia e altivez diante de tudo o que ele acredita ter modificado com autossatisfação. Com isso, o ser humano fecha a visão para poder diferenciar o que aspira pela Luz e o que aspira em direção às trevas.

Nos Chamados foi alertado com exatidão que as trevas, se necessário, se servem dos seres humanos que com ambição vaidosa desejam lutar pelo bem, mas, que se autoavaliam erradamente. É surpreendente quantos justamente veem esta situação no próximo e se irritam com isso – mas não prestam atenção no porquê de serem justamente eles que se irritam com isso. O perigo de ser conduzido para rumos falsos não emana do mal, mas sim das trevas que usando uma máscara humanitária atiçam e estimulam o convencimento autocriado dos seres humanos que pretendem ser bons.

Assim, a distorção dos conceitos pôde obter entrada em toda parte.

Tomemos como exemplo a misericórdia. Atualmente ela geralmente é equiparada à compaixão. Quantos seres humanos se sentem interiormente elevados quando sentem compaixão e agem motivados por ela. Mas são poucos os que têm a coragem da verdadeira misericórdia. Porém, uma delas é influenciada pelas trevas, a outra pela Luz. Ou o conceito liberdade – deste foi criada uma espécie de arbitrariedade. Ser livre significa se submeter livremente às leis da Criação por ter reconhecido que somente estas trazem felicidade.

Contudo, o que é feito hoje da liberdade? Geralmente, fazer e deixar de fazer o que se deseja e como apraz no momento, viver de acordo com a opinião própria. Enquanto não se ocasiona nenhum dano aos demais, isso é considerado como uma decisão pessoal, já que justamente nisso se caracteriza a liberdade. Esta liberdade, porém, é apenas uma espécie de arbitrariedade. Entretanto, liberdade e arbitrariedade não se harmonizam, elas se opõem uma à outra.

Tomemos um exemplo bem simples: uma pessoa aprecia magia negra, pois isso seria uma questão de gosto e nisso cada pessoa é livre, assim é dito. Mas esta pessoa não é livre, pois pratica uma arbitrariedade até contra si mesma! Sem falar da terrível conspurcação do mundo de matéria fina. Outra pessoa sente o constante desejo de falar, geralmente sobre o comportamento errado de outros. Também ele considera isso sua liberdade pessoal.

Somente quando as consequências deste engano funesto sobre a liberdade forem reconhecidas e não pender mais nenhum vício desse tipo nestas almas, elas realmente estarão livres. Liberdade significa que devemos comportar-nos de modo que nenhum carma ruim possa nos amarrar.

Consideremos agora o livre-arbítrio. Ele se mostra na possibilidade de decisão pessoal, esta seria a resposta comum. Porém, a livre decisão é cada vez mais assumida pelo intelecto. O livre-arbítrio, ao contrário, é uma questão do espírito. Porém, onde ele ainda se faz notar hoje em dia? Tomemos o exemplo do sentir-se atraído por uma pessoa, por uma região ou pelas artes, por cores ou música, entretanto, isso só vale onde a pessoa não tenha sido condicionada pelo sentimento para uma determinada direção pela propaganda ou pela educação.

Também quando se sente amor, esta é uma questão do livre-arbítrio, mas nunca da decisão, pois isso acontece primeiro sem a participação do intelecto. Também o impulso interior para a fé se baseia no livre-arbítrio.

Na origem, todas essas emoções não estão submetidas ao controle do intelecto. Mas é justamente aqui que o ser humano pretende manter o controle sobre si com o intelecto. Aqui se torna bem claro quem na verdade controla quem. O intelecto controla o espírito, e não o espírito o intelecto como deveria acontecer.

Mas o fato é que cada emoção tem sua origem na intuição. Porém, quando começa a ambição e a vaidade, o sentimento executante é estimulado a se tornar uma obstinação. Neste caso, o controle do intelecto é realmente o mal menor, pois o sentimento iria levar o ser humano a ações egoísticas e egocêntricas. Aqui se encontra a causa do predomínio do intelecto na sociedade atual, pois este realmente pode impedir que as ações dos sentimentos sejam exauridas obstinadamente, pois raramente terminam num final positivo. Com qual astúcia as trevas agem e se aproveitam das fraquezas humanas, isso pode ser visto bem nitidamente neste fato. Elas atiçam os sentimentos a desejarem coisas não belas para, a seguir, aparecerem de modo compensador com o instrumento poderoso, o intelecto. Devido a essa discrepância entre a razão e os sentimentos, a intuição – que é o verdadeiro livre-arbítrio – é totalmente estrangulada. A introdução ou a distorção de determinados conceitos impede um despertar deste círculo diabólico.

Igualdade de direitos, democracia ou direito à opinião própria são palavras-chave utilizadas com muito gosto pela orgulhosa sociedade liberal. Mas, como uma pessoa pode exigir direito a uma opinião própria se para isso lhe falta o saber necessário? Justamente aqui o conceito liberdade é usado abusivamente.

Existe apenas uma verdade e esta não depende de opiniões. Mesmo que pareça ser diferente devido a diferentes modos de observação, a verdade permanece sempre a mesma. A atual multiplicidade de opiniões é um produto das trevas e não da liberdade, servindo apenas para confundir as pessoas, pois onde existem muitas “verdades” lá também é possível escolher aquela que para si parece ser a mais agradável. No lugar de se adequar à Verdade, o que se faz é simplesmente adequar a Verdade aos desejos próprios, fato que, naturalmente, tem que levar à indolência, já que é tão confortável.

Tomemos o conceito da coparticipação nas determinações: na Criação não existe uma coparticipação nas determinações, uma vez que tudo já está determinado nas Leis. O ser humano tem a missão de reconhecer essas Leis. Se ele fizesse isso, não haveria disputas, nem na política nem em parte alguma, mas, sim, apenas um engrenar harmônico das diferentes espécies, as quais, todas elas, estão submetidas às mesmas Leis, às leis da Criação.

Encontramos um bom exemplo na questão do perdão e da tolerância. Em substituição, atualmente é aplicada a condescendência.

Perdão significa não se ligar ao mal praticado. Cada delito amarra primeiramente o autor à vítima. Pelo perdão, a vítima pode desprender-se desta amarração ao autor, tornando-se livre, no entanto, isso não liberta o autor. Mas isso não significa ser condescendente, pois isso iria amarrar mais fortemente ainda. Se, porém, a vítima guardar rancor contra o autor, então ela mesma se amarra ao ato.

Tolerância é a exigência de não atentar aos erros de outros, porém, disso se desenvolveu uma aceitação de comportamentos errados. Não atentar às falhas de outros não quer dizer outra coisa do que não ficar falando deles ou não se irritar sobre isso ou não se incomodar. Como já foi mencionado, foi dado com isso um auxílio infalível de reconhecer as suas próprias falhas. Cada um pode perceber uma falha no próximo, mas reconhecer esta falha, isso ele só pode em si mesmo.

Cada pessoa, que percebe um pendor em uma pessoa com que convive e se perturba com isso, está recebendo uma indicação para o próprio caráter. Não é sem motivo que ela é confrontada deste modo. Ver a falha em seu próximo, somente isso não lhe ajuda em nada se, ao mesmo tempo, isso não vier acompanhado do autorreconhecimento. Raramente a falha própria tem a mesma forma, mas com certeza a mesma espécie.

Por exemplo, a avareza não deve ser restrita somente a bens e dinheiro, mas também pode estar ancorada na falta da necessária cortesia ou respeito.

Em todos os reconhecimentos obtidos através da Mensagem, em cada encontro, é incondicionalmente necessária, em primeiro lugar, uma reflexão a respeito de si mesmo, pois somente disso pode despertar um verdadeiro reconhecer.

Quem realiza este trabalho em si mesmo, logo constatará este fato em seu ambiente. De repente ele não se sentirá mais oprimido ou incomodado por outros justamente devido a essa falha. Ele se liberta disso já pelo simples fato de que isso não o incomoda mais. Cuidado, porém, pois também aqui reside o perigo de um embotamento que se expressa pela postura típica “Tanto faz para mim”. Naturalmente não é este o sentido do que está sendo dito. —

Reconhece-te a ti mesmo no comportamento, em relação ao teu ambiente, nas pessoas que encontras e nas circunstâncias em que mergulhas e modifica-te então com base nesta experiência. Assim atingirás um grau de liberdade que te dará condições de ativar o teu livre-arbítrio de modo que possas orientar todas as tuas decisões de acordo com ele. Somente então estarás espiritualmente livre e também feliz.”

Por isso, felicidade não é uma questão de circunstâncias externas, possíveis de atingir terrenamente, mas, sim uma questão de espiritualização interior. Somente esta criará então também as circunstâncias externas. Por isso está certo quando é dito que cada um forja a própria felicidade. Mas também isso está sendo distorcido agora, e se procura atrair a felicidade por meio de despreocupação.

Atualmente, nenhum outro conceito é tão mal interpretado, estimulando com isso uma hiperatividade terrena que, porém, conduz infalivelmente à indolência espiritual devido à distorção do conceito. A maior parte das pessoas deseja ver na satisfação também a sua felicidade. Satisfação, no entanto, é uma questão do intelecto. Ela pode até mesmo estar atrapalhando o caminho da felicidade autêntica. Muitos percebem isso. Ouve-se dizê-los: “Na verdade, eu teria que estar satisfeito, mas algo dentro de mim me inquieta e não me deixa vivenciar a felicidade”. Muitos pensam que devido a isso seriam ingratos diante do destino que até então só queria o seu bem. Entretanto, é o livre-arbítrio que os deixa inquietos, pois provavelmente foram atados justamente pelas circunstâncias que conduziram à satisfação. Disso pode-se reconhecer nitidamente como as trevas manipulam com astúcia para manter o espírito humano na indolência. Simultaneamente, elas lhe oferecem uma substituição: a satisfação da vaidade em forma de ambição, acúmulo de bens ou prestígio e poder, pois tudo isso realmente contribui para a satisfação, mas nunca para a felicidade.

Por isso, não deveis procurar o perigoso das trevas diretamente no mal, mas na distorção dos conceitos para a vida orientada unicamente ao que é terreno.

Livre-arbítrio, liberdade e felicidade, estes conceitos são de origem espiritual. Porém, assim que forem desacoplados da intuição, tornam-se oponentes perigosos, pois se limitam à satisfação, à arbitrariedade e à possibilidade de decisão. Do mesmo modo como também o intelecto separado do espírito e o sentimento separado da intuição se tornaram funestos para o ser humano.

Mas é exatamente para isso que as trevas direcionaram todos os seus esforços.

As trevas dão a aparência de estar lutando contra o mal ao lado do ser humano. Para isso, elas utilizam conceitos como humanitarismo, humanismo, liberdade de opinião ou igualdade de direitos. Entretanto, elas distorcem o seu significado, a fim de dirigir a atenção somente para o plano terreno e, assim, contornar o livre-arbítrio do ser humano em todas as decisões. Deste modo as decisões são tomadas somente pelo intelecto. Por exemplo, conseguiram realizar uma mutação de igualdade de direitos para equiparação de direitos. Igualdade de direitos, no entanto, só pode existir para algo de espécie igual. Por isso, nas diferenças também só podem ter direitos diferenciados ou tarefas diferenciadas.

Também a moderna forma de democracia, tão louvada, é uma construção do intelecto visando concentrar o ser humano em problemas puramente terrenos. Ela se tornou a síntese do conceito de direito e liberdade. Nas leis eternas também existem os conceitos direito e liberdade, porém não existe democracia. Ela é um produto fictício que sugere liberdade, mas, na verdade conduz a alma para a dependência de um sistema inteligentemente urdido, amarrado à Terra e, por decorrência, trevoso. Em algum momento, este sistema irá definhar por si mesmo, pois devido à multiplicidade de opiniões deverá transformar-se invariavelmente numa Torre de Babel. Porém até lá as trevas mantêm o predomínio, graças aos seres humanos que se denominam de nobres e humanos, e querem configurar o mundo com orgulho vaidoso de acordo com o parecer do intelecto e contra todas as leis da Criação. —

Tudo isso não é mais uma obra de Lúcifer. Ele foi manietado por mil anos, pois considerava a humanidade indigna e desejava conduzi-la à sua submersão. Agora ele olha para a Terra surpreso, mas também com a maior satisfação, e considera a humanidade agora mais do que nunca como indigna, pois vê que ela corre ao encontro da ruína, mesmo sem a sua ajuda. —

Mas porque fazem isso? Pois tudo foi feito para a sua salvação!

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Lúcifer está amarrado por 1.000 anos, seu poder lhe foi tomado. Teria sido tão fácil para eles se livrarem das trevas. Mas eles não queriam isso. Preferiram continuar a dar livre vazão aos seus vícios.

Os asseclas de Lúcifer

Hoje são os asseclas de Lúcifer que dão prosseguimento à sua obra, não porém para destruir a humanidade como ele havia planejado, mas para assegurar a própria sobrevivência. Isso é necessário pelo período até que Lúcifer esteja livre novamente. Então ele terminará sua obra em todos os espíritos humanos desenvolvidos que não quiseram se desprender. Os seus asseclas, porém, esses sobreviverão graças a ele. Eles são seres que se originam de planos acima da Criação posterior e não necessitavam de um desenvolvimento na Criação posterior, ou seja, que estavam imediatamente conscientes em seu plano. Eles seguiram o princípio de Lúcifer quando ele, em sua descida (queda) também passou pelos planos deles. Eles se tornaram seus acompanhantes e servos constantes e não conseguem mais existir sem ele, pois estando fora de seu plano necessitam da força dele, a qual ele tem devido à sua origem e sempre continuará tendo.

Mas, como a força de Lúcifer não pode mais sair de sua proximidade direta durante 1.000 anos, os seus asseclas teriam que ter sucumbido e assim também aconteceu, pois estavam morrendo e, retornar à sua origem, isso eles não podiam mais. Por este motivo, eles procuraram se utilizar dos seres humanos. Com astúcia começaram a sugar a força deles, a fim de sobreviver por meio deles, mas somente até que o seu senhor esteja livre novamente, e isso também não será impedido. Assim é a situação desde o agrilhoamento de Lúcifer que ocorreu entre os anos de 1923 a 1931. —

Da parte da Luz, nunca se contou com o fato de que, depois do agrilhoamento de Lúcifer – que foi a mola propulsora e a origem do princípio falso – quase toda a humanidade em sua incrível fraqueza deixaria se influenciar desta maneira por seus servos, que em si mesmos são fracos demais para isso. Como sua queda, causada por Lúcifer, ainda permitia de certa forma um perdão e uma salvação – pois ele podia atuar com incrível força – eles teriam podido se proteger facilmente contra seus asseclas. Não, dessa vez o ser humano teve que tomar espontaneamente o rumo falso, por desejo próprio. Esses servos não tinham condições de sobrevivência sem a alimentação de energia por meio de Lúcifer. No entanto, a humanidade decaída se ofereceu a estes seres como fonte de energia. Os primeiros a lhes estenderem a mão foram uma grande parte dos 144.000 convocados que não encontraram o caminho para a Palavra, mas que já estavam encarnados no tempo de vida de Abdruschin. Em vez de atentar ao chamado de Imanuel, cederam às pressões sutis dos asseclas, pois estes lhes deram a perspectiva de poder e influência. A partir de então, os asseclas se tornaram novamente mais poderosos e conseguiram cada vez mais obter acesso também aos convocados que já viviam nas proximidades de Abdruschin. Com sua astúcia e sistematicamente começaram a envenenar também estes, coisa que conseguiram visivelmente de modo crescente. Isso ocorreu entre 1936 e 1938. Um número cada vez maior caiu, e os que permaneceram não estavam a postos para manter o círculo. O que então aconteceu já é suficientemente conhecido e foi descrito diversas vezes nos Chamados.

Desde então, os servos de Lúcifer trabalham com afinco em seu plano de sobrevivência. O ser humano de hoje lhes alcança a mão, porque ele deseja continuar permanecendo como é, com todos os vícios e tendências afastadas da Luz.

Assim é o ser humano!

Mesmo depois da grande ajuda pela Luz, ele não se separou de sua postura de querer saber melhor, ele não segurou a mão estendida que queria ajudá-lo a se salvar de seus emaranhados, mas sim, preferiu ceder às pressões silenciosas e fracas dos asseclas que já estavam morrendo. As próprias fraquezas o induziram a isso, já que assim ele pode vivenciá-las até exauri-las em toda sua plenitude.

A Luz se retirou!

Um reconhecimento assustador! —

Também na antiguidade todos esses asseclas já eram conhecidos. Eles formavam a ligação com a Terra para Lúcifer, porque nenhum ser humano podia entrar em contato direito com ele. Já a sua origem divina impede isso. Ele precisava destes servos como ponte e como mensageiros. Entre outros, eles portaram os nomes de Baal, Ré, Balaão e Amon. Eles influenciaram os dirigentes da elite humana.

Reis, sacerdotes e estadistas eram muitas vezes submissos a eles. Por meio de Lúcifer, puderam se apresentar como majestosos e fazer crer aos seres humanos desatentos que eles eram deuses. Para isso, precisaram apenas adular o ser humano e continuar a lhe conceder poder e influência. Em honra a eles, foram construídos locais de culto durante milênios, que até hoje propagam o seu veneno de matéria fina, pois neles ainda se encontram os centros de poder e as ancoragens das trevas. De certa forma, estes mensageiros de Lúcifer também providenciaram uma prosperidade que, entretanto, custou muito caro. Isso sempre se deu em prejuízo de outros povos, grupos e do respectivo ambiente de matéria fina. As forças enteais benevolentes tiveram que se retirar ou foram obrigadas a fugir, pois o ser humano lhes serviu de ponte para a materialidade. Hoje estes asseclas usam outros nomes: progresso, crescimento, liberdade sexual, equiparação dos sexos ou a carreira como chave para o sucesso e, naturalmente, para o intelecto, que se encontra mais próximo do ser humano. São esses que dirigem as ciências atuais e quase todos os modelos da sociedade moderna.

A tão louvada conquista de natureza econômica, política e social das nações líderes também faz parte deste culto: a atual forma de democracia.

Pela distorção dos conceitos, a sociedade é conduzida para um desenvolvimento contrário às leis da Criação. Todavia nisso, o perigoso é que isso acontece, sem exceções, sob o selo de humanismo e sob o manto do direito e da liberdade. —

A Terra está em colapso e a humanidade junto com ela. Os sinais são demasiadamente nítidos. Porém, não são reconhecidos, pois os olhos não são dirigidos aos acontecimentos de matéria fina.

Observemos uma vez um acontecimento mundial atual, cuja importância certamente ninguém reconheceu corretamente. A destruição dos templos de Palmira com mais de 2.000 anos de idade. Na antiguidade, eles pertenceram aos templos mais influentes de Baal. Estes locais ainda hoje são ancoragens das trevas e foram protegidos por lá durante milênios. Agora estão sendo destruídos justamente por uma liga terrorista de nome Ísis. Isso faz parte da dissolução e da destruição, em que tudo o que é errado deve destruir-se a si mesmo. Quem vê estas correlações fino-materiais, este pode ter uma noção do que está vindo ao encontro da humanidade: a submersão autodestruidora.

Em contrapartida, parece haver esperança. Desde alguns anos, ao contrário de toda a historiografia, o verdadeiro surgimento da pirâmide de Quéops está sendo revelado de forma cada vez mais intensa – por influência de enteais. Este é um simbolismo que ainda permite conservar alguma esperança. Pois, se a humanidade realmente revelar este segredo sob a condução dos enteais, ela não deixará de se modificar e irá dirigir o seu olhar para o alto, pois então mesmo o mais tolo dos intelectivos fiéis deverá compreender que a humanidade se enganou completamente em tudo. Porém, aquilo que aí foi descoberto, não é reconhecido pelas ciências, e as mídias silenciam. O mundo não é mostrado ao ser humano como ele realmente é.

Por isso, clamo mais uma vez a todos os leitores: atentai em primeira linha à indicação “Estai mentalmente preparados”. Com isso, não devem ser entendidos os pensamentos que estão sob o domínio do intelecto. Estes apenas criam irritação. Não, o sentido é reconhecer os acontecimentos espirituais e de matéria fina e, de acordo com isso, dirigir então também os pensamentos e, principalmente, não deixar campo livre ao intelecto no pensar ou na avaliação dos conceitos. Acreditar que o intelecto pode ser bom, bastando querer, isso é um engano. Ele pode ser humanizado, porém, ser bom significa ansiar pela Luz. Desde que o intelecto, como assecla, conseguiu desenvolver vida própria, não estando mais atado ao cérebro, ele parou de ser neutro sem vontade própria. Ele sempre lutará contra o anseio pela Luz, pois este conduz para fora da matéria e, sem matéria, o intelecto nada é. Por isso, ele dirige tudo para a vida puramente humano-terrenal.

Com o intelecto desenvolveu-se uma fera muito perigosa que pode se mostrar amigável enquanto a pessoa se comporta de acordo com os desejos dela, mas esta cresce e cresce e logo irá requerer para si o espaço todo. Mais tarde então ela se tornará uma besta sedenta, pois necessita cada vez mais força para moldar e preservar a sua construção chamada crescimento. Justamente isso a humanidade já está sentindo hoje, porém, ela ainda não tem noção de onde vem o mal.

Por isso, atentai para ficardes fortes na intuição. Então podereis comandar os pensamentos, pois é somente a vossa intuição que tem condições de dar um basta ao intelecto. Mas para isso precisais desenvolver o vosso livre-arbítrio. Devereis aprender a reconhecer o que é da Luz e o que é comandado pelas trevas. —

Vamos usar um exemplo: a doença e a morte terrena. Neste caso, o mais importante não é apenas o que é terrenamente visível… Muito pelo contrário. Pode acontecer, por exemplo, que uma alma humana profundamente decaída, devido a uma mudança súbita, em vez de continuar caindo, repentinamente esforça-se para se erguer. Então os desprendimentos que ainda aguardam por ela, virão correndo ao seu encontro. Ela adoece para, por meio dessa doença, conscientizar-se ainda na matéria.

Vamos supor que a sua queda não tenha sido causada pelo fato de ter sido maldosa, mas, sim, que, ao modo humano muito condescendente e bondoso, favoreceu muitas coisas das trevas. Agora, o reconhecimento lhe sobrevém devido a uma grave vivência. Os seus sentidos se transformam e ela passa a ser valente, porém, agora seu corpo está muito fraco. Possivelmente a doença a levará embora. Os que ficam para trás têm a impressão de que, justamente devido a esta transformação dos sentidos, a respectiva alma deve ter cometido um erro grave, pois antes disso, ela sempre esteve preservada.

Assim já aconteceu tantas vezes com seres humanos que no despertar espiritual passaram por uma transformação, mas que mesmo assim tiveram que passar para o além em meio a sofrimentos. A causa disso é que eles ainda tinham que resgatar os últimos resquícios deste carma antes de poder iniciar a sua ascensão.

Para muitas almas também pode ser uma bênção poder abandonar a materialidade em seu estado atual. Nenhum espírito humano se encontra na Terra para ter que vivenciar todo o errado –entenda-se com isso a Terra como ela se encontra hoje – se isso não fosse necessário para o seu desenvolvimento ou para o resgate de uma encarnação passada. Também nenhum ser humano se encontra na Terra para proteger ou salvar tudo o que está errado.

Se ele, em seu caminho, naturalmente, atrair e espalhar algo luminoso com o seu ser, isso certamente será de ajuda, desde que isso ocorra de modo abnegado. —

Não tenho como dizer hoje se a Terra se dissolverá ou se será elevada, porém, uma coisa é certa: cada indivíduo deveria se desprender mentalmente e aguardar calmamente pelo carma que virá ao seu encontro durante a sua ascensão. Ele deve então aceitá-lo com gratidão, pois mostra seu caminho para o alto. Como o estado da Terra ainda não é como deveria ser, pelo contrário, desde 1941 tem piorado nitidamente, vós deveríeis observar um mandamento, que vos é dado com os Chamados:

Mantende a vossa intuição desperta, para que não vos coloqueis contra as leis da Criação na crença de estar agindo humanamente. Atentai à distorção dos conceitos e agi de acordo com o seu verdadeiro significado, ainda que o mundo inteiro pareça estar contra vós. Se vós atuardes por convicção e não por querer saber melhor, os seres humanos que se encontrarem convosco irão respeitar-vos muito ou sair do vosso caminho, dependendo do senhor ao qual estão servindo de momento.”

Mas não espereis encontrar alegria, pois o caminho para a Luz poderá se tornar muito solitário partindo da Terra atual. Mas justamente esta solidão irá fornecer-vos uma riqueza interior, que vos fortalecerá durante a ascensão, ainda que tudo em vossa volta vire escombros.

9 de janeiro de 2017

Ass. Simon