13. De modo incessante as trevas se infiltram cada vez mais fundo na consciência humana

Quase toda a humanidade está sujeita a um grande equívoco. Ela acredita poder identificar as trevas no mal terrenamente reconhecível, e o luminoso no bem terrenamente reconhecível.

Ela também distingue entre seres humanos obscuros ou maus e seres humanos luminosos ou bons. No entanto, esta classificação já há muito tempo não é mais verdadeira na Terra. As trevas e seus guias garantiram a sua posição no cérebro humano de tal forma que eles conseguem fazer valer a sua influência em todo lugar onde parece vantajoso para o seu próprio interesse.

Em cada ação ou decisão humana, as trevas tentarão manipular de modo sustentável, conforme o seu sentido próprio. Aproveitam-se, nisso, das tendências e fraquezas pessoais daqueles que, no caso individual, estão no comando. Lamentavelmente, na Terra acontece de momento que as fraquezas – assim que se ceder a elas – exercem sobre o ser humano uma força de atração consideravelmente mais forte do que o bom querer. Por isso, as trevas conseguem tirar vantagens plenamente. Utilizam-se de todas as espécies de pendores e vícios ou também apenas de pequenas brincadeiras inofensivas. Provavelmente, todos esses defeitos humanos constituem o maior campo de ação para almas trevosas das mais profundas baixadas.

Aqui, as trevas não devem ser entendidas como sendo maldosas, mas sim, muito frequentemente, devido a uma máscara humanitária, até têm a aparência de bem.

Exatamente os seres humanos que desejam ajudar estão expostos a esse perigo e ilusão, tão logo nisso cedem espaço a algum pendor. Às trevas importa sempre manter a Terra para si, nessa condição e densidade estranha à Luz pelo maior tempo possível.

Com que habilidade as trevas agem nisso, já pode ser reconhecido até em ninharias.

Tomemos um exemplo a este respeito.

Um ser humano deseja aprofundar-se em sua intuição. Tão logo consegue isso, pode lhe acontecer que seja interrompido por alguém. Esse perturbador tem a sensação, como que vinda do nada, de querer comunicar-se com ele. Porém, se o primeiro não tem tempo para o outro, então recebe uma censura por indiferença ou algo parecido. Pode tratar-se de um colega de trabalho ou de um membro da família, como também de um amigo ou conhecido que no momento esteja acessível para as trevas. Neste exemplo, as trevas se aproveitam então, por insinuação, do pendor do perturbador para o egocentrismo ou para o ciúme.

Experimentai-o, ficareis surpresos que, de repente, tantas pessoas se preocupam convosco. Muitos seres humanos, devido a um pendor qualquer, se transformaram nos denominados “adormecidos”, dos quais as trevas apenas precisam servir-se em caso de necessidade. No mais, pode tratar-se dos melhores seres humanos.

Dessa maneira, as trevas perturbam e irritam muitas ações luminosas. No entanto, exatamente da mesma forma pode acontecer a vós que sejais aproveitados pelas trevas por algum momento. Basta que não estejais a postos por um único momento, ao ceder lugar a algum pendor em vosso sentimento. Seria interminável citar exemplos aqui.

Todas as formas de ambição, vaidade e ciúme sejam aqui mencionadas. Muitas vezes são as coisas mais inofensivas, porém, com enorme efeito. Especialmente ameaçados são os empreendimentos ou projetos que surgem do anseio pela Luz. Ambição errada ou teimosia permite que influências trevosas, despercebidamente, porém se infiltrando, desviam cada vez mais do objetivo. Muitas vezes é o desejo não reconhecido, porém ancorado fundo na presunção, de com isso erigir para si mesmo um monumento, o que se torna uma fatalidade. Muitas instituições e órgãos, bem como construções, igrejas e templos tornaram-se, desse modo, um âmbito de influência das trevas.

Um dos males principais nisso é que o ser humano perdeu completamente a visão de quando algo é influenciado pela Luz e quando é influenciado pelas trevas. O motivo é que o intelecto e o sentimento a esse acoplado analisam tudo para verificar se pode ser obtido um êxito terrenamente visível. Isso vale para as igrejas, a medicina, a política, mas também para todo o âmbito da atividade humana, como por exemplo os apelos às doações para auxílios em todo mundo.

Porém, a maior astúcia das trevas é instituir consequentemente o mal para, então, com astúcia do intelecto combatê-lo ao lado do ser humano. Assim elas se infiltram furtivamente na confiança da humanidade. Simultaneamente fazem parecer injustos os acontecimentos cármicos, tais como doenças e catástrofes, e insuflam, assim, ao mundo sentimental humano uma censura contra Deus com o objetivo de degradar o anseio pela fé para o reino das lendas e da fantasia.

Em vez disso, com a atual forma da tecnologia, fortalecem a confiança no intelecto. Dessa forma, as trevas colocam na mão da humanidade um poder, pelo qual a mesma humanidade acredita obter assim a única possibilidade de uma solução global para todos os problemas. Problemas que foram provocados unicamente por sugestão das trevas.

O transplante de órgãos, mas também a tentativa de eliminar doenças pré-natais com manipulação genética sejam apenas exemplos de como as trevas tornam totalmente impossível para a humanidade um reconhecimento das verdadeiras leis da Criação.

No entanto, a quem conhece essas leis, este desenvolvimento apenas ainda pode lhe causar pavor. Assim sucede que acontecimentos luminosos são amaldiçoados como sendo injustos e, por outro lado, algo influenciado pelas trevas seja considerado como bênção do céu.

No entanto, no fundo de sua alma, muitos já pressentem que exatamente com essa espécie de ciência e tecnologia em que eles mesmos querem fazer o papel de criador, o ser humano está cavando a sua própria sepultura.

As trevas aumentam sua influência cada vez mais obstinadamente, já que elas reconhecem que em algum momento, devido às leis na Criação, um processo reversivo não pode demorar, e que este levará tudo à destruição. Quanto mais demorar, tanto pior será o fim. Isso as trevas sabem muito bem, pois querem ver então toda a humanidade destruída junto.

Os objetivos são a manipulação e o poder do mundo do intelecto e dos sentimentos, para que a humanidade somente ainda consiga reconhecer o sentido da “existência” no sucesso materialmente visível.

A Mensagem e o sentimento humano

É uma tragédia ter que observar como até as palavras da Mensagem estão sendo interpretadas pelos seres humanos da Terra cada vez mais intensamente de forma diferente do que era desejado.

Como nessas palavras se trata da Palavra formada, portanto, inicialmente de formas vazias da matéria, certamente não é difícil compreender que um leitor possa preencher essa forma com um conteúdo diferente do que foi pensado na Origem.

A própria Palavra é viva.

Com a Mensagem, Imanuel instituiu um canal de cima para baixo, até o mundo material. Porém, esse canal poderá ser aberto somente pela intuição do espírito, de baixo para cima. Com isso, a Palavra viva pode atuar na materialidade grosseira através da Palavra formada. Assim, foi concedida à Terra uma ancoragem oriunda da Luz.

Somente esta concede a condição prévia de que a força para a ascensão ainda atinja o ser humano também na maior escuridão. Isso acontecerá assim que o espiritual humano e sua capacidade de intuir atraírem intensamente essa força mediante um ardente inflamar. Somente com isso a Palavra formada, o canal, torna-se para ele a Palavra viva.

No entanto, se acontecer de – em vez da intuição – o sentimento associado ao intelecto obter mais espaço durante a leitura, então a Palavra perderá a maior parte de seu efeito. Com isso, despercebidamente, o sentido também será transferido para uma espécie então dominada pelo sentimento. Porém, essa espécie necessita também do intelecto, pois nesse caso a base para a convicção, também no examinar, poderá ser somente a lógica das leis, mas nunca o vivenciar no intuir.

Contudo, o sentido do examinar não consiste por acaso no reconhecer a fria lógica na Palavra, mas, sim no vivenciar de uma consonância na alma. A esse processo está ligado o claro reconhecimento da Verdade viva. Contudo, a lógica está presente em toda parte, uma vez que não pode ser diferente, porém, ela serve especialmente ao intelecto, com o que este ao perguntar também encontra uma reposta. Embora continue sendo a mesma Palavra, considerando-se a forma, ela pode atuar tão diferentemente sobre o ser humano. Um encontra a convicção na lógica, o outro no vivenciar. Uma coisa pode ser facilmente imaginada em palavras, a outra só caberá dificilmente na forma da palavra. Qual delas auxilia o espírito para a ascensão, certamente não precisará ser explicado.

Ambas as espécies são alimentadas pela força viva, mas a orientada pelo sentimento consideravelmente menos, porém, mesmo assim o suficiente para formar a fantasia, que então também forma as suas próprias imagens. Nesse caso seria melhor se o intelecto mantivesse o predomínio, pois ele pelo menos causa um dano menor. O motivo para isso é que o sentimento tende para o incalculável fanatismo religioso, e este é bem mais perigoso do que a lógica fria do intelecto, pois essa é calculável evidentemente somente quando consegue dominar o sentimento. Mas, isso dificilmente ainda será possível por muito tempo, uma vez que ambos agem em conjunto, portanto, perseguem o mesmo objetivo.

Mesmo que o intelecto nunca possa reconhecer a Verdade como um todo, mas sim, apenas compreenderá os processos lógicos, ele é mais calculável do que o sentimento, pois este impele o ser humano para o mais profundo precipício de suas próprias fantasias, com o que se torna capaz das ações mais questionáveis que, de sua parte, sempre sabe justificar.

O espírito que permite isso não é apenas indolente, mas está pesadamente carregado com vaidade e vícios que não o deixam agir de outra forma, porque estes encontram nisso toda a sua realização.

Assim, acontece que com a leitura da Mensagem a força viva pode ser profanada. Mesmo se a força for utilizada deste modo em escala menor, será suficiente para conceder às trevas possibilidades de sobrevivência. Ao contrário, se a intuição estivesse viva, ela estaria em condições de destruir legiões de configurações trevosas e demônios com essa força.

O motivo para o fato de o ser humano conceder esse poder ao sentimento reside nas suas fraquezas, que ele permite se desafogarem na alma através dos pendores, vícios e más preferências.

Cada ser humano que anseia pela Luz e, com isso pode abrir o canal para a vida, torna-se imediatamente um ponto de ancoragem das trevas devido ao pendor a ele aderente.

Lamentavelmente, o estado da Terra é tal que atualmente não existe nenhum ser humano na Terra que não apresente alguma fraqueza. Por isso, as trevas deixam tais seres humanos viverem despreocupadamente. Elas apenas interferem lá, onde de momento for necessário. Para este fim utilizam-se então frequentemente, apenas por momentos, exatamente daquele ser humano que, devido ao seu pendor, for apropriado para isso. Naturalmente, este ser humano não reconhece isso, pois geralmente parte do princípio de com essa ação fazer o certo ou dá apenas pouca importância ao assunto.

Porém, aqui se confirma de maneira exemplar a frase proverbial: pequena causa, grande efeito.

Qual a motivação que dá impulso a muitas ações, isso quase não é observado quando a princípio parece ser útil à causa. Se esse ser humano atentasse a isso e enxergasse os acontecimentos fino-materiais, rapidamente iria mudar de opinião, pois deveria reconhecer que, através dele, o seu atuar recebe irradiação errada, mesmo que às vezes sirva a uma finalidade boa; muitas vezes ele então parte do princípio de que a finalidade justifica o meio.

Todos os líderes das trevas observam às escondidas e aguardam até que uma missão luminosa chegue ao seu fim. Eles observam todos os acontecimentos luminosos. Eles sabem exatamente que somente no momento decisivo precisam usar as fraquezas dos seres humanos para, então, desviar tudo para os seus próprios caminhos. Muitas vezes apenas incomodam com ninharias que fazem retardar muita coisa. Em caso de acontecimentos importantes utilizam-se das entidades oficiais com alto prestígio, porque a opinião deles tem muita influência.

Assim que os regentes das trevas conseguem algo devido às fraquezas dos seres humanos, deixam parecer que tudo corre no sentido anterior. No entanto, se existirem ainda espíritos despertos que ainda poderiam ameaçar a presa, então permitem atuação livre às suas tropas. Estas destruirão tudo. Raras vezes os espíritos despertos ainda conseguem atrair combatentes luminosos com seus pensamentos para escapar da destruição, porque reconheceram tarde demais o que aconteceu em seu ambiente. Eles foram mornos e não se encontraram em seu posto.

Talvez a maior influência das trevas resida sempre de novo nas estreitas ligações familiares bem como nos nepotismos e no esclarecimento de uma sucessão. As trevas se agarram não menos à toda forma de hierarquia. Em todo lugar, onde prestígio, dinheiro e poder chegam a se manifestar e são admitidos, também as trevas exercem toda a sua influência. Aqui a Luz retrocede, se o espiritual humano não possibilitar o caminho para a intervenção dos combatentes luminosos mediante bom querer altruísta.

Encontramos um dos exemplos mais fatais para isso na antiguidade. Quem já leu a série de livros “Histórias de Tempos Passados”, conhece o drama de Aquenáton (Chu-em-Aton) e de sua filha Nefertiti.

Outrora, Aquenáton erigiu um reino luminoso no Egito atual. Ele viveu por muitos anos no cumprimento dessa missão. O reino parecia um Paraíso na Terra. Porém, um defeito encontrava-se no fundo de sua alma. Somente na terça parte de sua vida essa fraqueza tomou conta dele cada vez mais.

Era a ambição de encontrar um sucessor para si. Ele queria manter o reino que ele criara para a posterioridade, conforme o seu sentido. Em vez de pesquisar o que tinha sido planejado pela Luz, preferiu, nessa questão, deixar atuar o seu intelecto. Era a sua opinião que se tratava de um problema terreno, que também somente podia ser solucionado terrenamente. Assim aconteceu que ele mesmo determinou o seu sucessor. Acreditou tê-lo encontrado em Tutancâmon (Tut-ench-Amon).

Não deu atenção a nenhuma advertência, nem à de sua filha Nefertiti. Com isso, o destino desse reino luminoso estava decidido.

Quando Aquenáton reconheceu o erro fatal que tinha cometido, já era tarde demais.

Tutancâmon não permitiu mais que o poder lhe fosse tomado e destruiu Aquenáton e seu reino luminoso. Ele o conduziu então sob o domínio babilônico e, com isso, para o seu senhor Amon, por trás de quem se encontrava Lúcifer. A partir daí, o Egito foi o reino no qual reinava Lúcifer. Primeiramente, ele cuidou da prosperidade, de modo que no país tudo estivesse bem, porém, essa prosperidade era forçada por opressão e segregação racial e construída à custa da pobreza e do sofrimento de outros povos.

Com esta história, a humanidade apenas pode aprender como até elevados convocados com missões importantes ainda podem ser manipulados pelas trevas no momento decisivo, devido a um único defeito a eles aderente.

O problema não foi Tutancâmon, mas sim, o defeito humano de Aquenáton que consistiu na ambição de ele mesmo querer encontrar um sucessor.

O QUE NÃO FOI OUTRA COISA SENÃO UMA FORMA DE VAIDADE.

E assim como com Aquenáton, acontecerá hoje, com cada espírito humano que anseia pela Luz, se continuar dando alimento ao seu pendor. Ele deve rejeitar tudo que de alguma forma possa alimentar este pendor. Se não o fizer, algum dia as trevas o agarrarão, porque com isso elas sempre o seguram na corda comprida, sem que ele o perceba. Acreditando estar atuando sempre ainda na Luz, ele conduzirá tudo para as trevas ou ao afundamento certo.

As trevas reconhecem imediatamente cada pequena fraqueza que pelo ser humano é frequentemente considerada inofensiva e não é levada a sério. Elas aguardam até chegar a hora para, então, aproveitarem para dar este golpe mediante insinuações. Nisso, as trevas cuidam muito para que este pendor de alguma forma encontre regularmente o seu alimento.

MUITAS VEZES TRATA-SE APENAS DAS MAIS INOFENSIVAS BRINCADEIRAS

No entanto, exatamente aqui se encontra também a mais segura possibilidade de defesa. Pois se o espírito não permitir isso, então esse pendor terá de secar algum dia e não mais poderá molestar o seu atual hospedeiro; a não ser que este lhe ceda novamente espaço em seu ignorante mundo de sentimentos. Esta é a luta que o ser humano terá de travar consigo mesmo, ao não dar espaço às próprias fraquezas, mesmo que sejam as mais insignificantes. No entanto, nisso ele nunca deve observar a si mesmo, assim como é descrito na dissertação “Cismadores”. Por conseguinte, o objetivo não é combater o próprio pendor, mas sim, não querer fazer nada que possa turvar a própria irradiação e, simultaneamente, no reconhecimento pesquisar o que poderia turvar.

Nós sabemos que o ser humano, geralmente, tem somente uma fraqueza, a qual porém se mostra sempre em novas formas. De nada adianta querer livrar-se de uma fraqueza depois da outra e continuar consentindo outras, pois exatamente isso é o acesso garantido das trevas. Existe apenas uma única chance de escapar disso: não conceder nenhum espaço às próprias fraquezas, principalmente quando influenciam o sentimento.

De nada adianta ao ser humano ter servido à Luz por toda a sua vida se, no final, devido ao seu defeito pessoal, tiver dado a mão às trevas.

É indizivelmente triste e ao mesmo tempo assustador, e não desejaríamos acreditar ter que vivenciar esta queda, porém, nada podemos mudar, uma vez que somente o próprio ser humano pode livrar-se disso em si mesmo.

Porém, muito mais assustador é presenciar como, neste meio tempo, devido a uma dessas desgraças humanas – isto é, do presunçoso querer-saber do intelecto – as trevas atacam cada vez mais atrevidamente a Palavra da Mensagem e a analisam com uma fria objetividade.

Nisso, elas se utilizam da clara lógica. Assim, as trevas de certo modo tentam ainda aproveitar para si a forma da Mensagem, ao procurar ensinar ao intelecto, através da lógica da regularidade das leis, a compreender essas leis da melhor forma, assim como se fosse possível estudar a Palavra como uma matéria das ciências. Por isso, Ela está sendo muito bem fragmentada e analisada, assim como também um cirurgião pode dissecar habilmente o corpo e nele descobrir tudo, porém ele nunca reconhecerá nele o espírito, ao contrário, ele afirmará que este não existe, uma vez que não o encontrou.

Assim acontece também com aquele ser humano que divide a Mensagem em partes individuais para então citá-la. Ele sabe exatamente onde cada palavra pode ser encontrada e pode, com o intelecto, esclarecer de modo brilhante estes enormes campos de atuação da lógica. Contudo, não tardará que ele, como também um patologista, não encontrará o espírito no corpo, porque dessa forma ele aviltou a Palavra de tal maneira que provavelmente não consegue mais avançar até a intuição. Pois o intelecto nunca pode acompanhar o reconhecimento do espírito na vivência. Portanto, quem ceder ao intelecto o papel principal na compreensão da Mensagem nunca reconhecerá o seu real valor. Unicamente a intuição ainda pode interferir aqui exortando, se ela não estiver firmemente murada na abóbada do intelecto; pois nesse caso anunciar-se-á o sentimento humano no querer-saber do intelecto para aplicar o seu carimbo da convicção.

A Mensagem como esclarecimento

A Mensagem como Cumprimento

Quem ler atentamente a Mensagem do Graal, a este se revelará em breve que Abd-ru-shin utilizou duas formas para escrever a sua Mensagem. Primeiro, a forma do esclarecimento e, segundo, a forma do Cumprimento. A forma esclarecedora refere-se primeiramente à lógica das leis e, com isso, ela fala claramente também ao intelecto, o que era necessário na vida terrena e ainda hoje o é.

Ao contrário, a forma do Cumprimento referiu-se, além de a outros desencadeamentos, ao despertar do espírito. Abd-ru-shin redigiu muitos escritos que nunca se referiram ao intelecto, mas sim, foram escritos somente para o Cumprimento. Substancialmente, esses textos são os mais importantes, pois eles desencadeiam todos os processos necessários. Trata-se de textos que não podem ser assimilados pelo intelecto, mesmo se este o reivindicar para si. A maioria deles surgiu sob a influência de “Imanuel”. Isso teve início com a transição universal em 1929 e atingiu o seu ápice em 1931 com o término da Mensagem do Graal e o início das Ressonâncias.

Após isso, os anos de 1935 – 1939 foram certamente os mais difíceis para Abd-ru-shin na Terra, porque aí ele começou a reconhecer lentamente que a humanidade iria falhar.

No entanto, o que mais lhe causou dor foi que os seus mais próximos, o “Anel”, não estavam a postos. Quanta força eles haviam recebido e como foram presenteados e abençoados, como então foi possível que falhassem tão rapidamente? Ele se encontrava, sem compreender, diante da terrível fraqueza e mornidão desses espíritos. Porém, aos poucos tornou-se a ele firmemente certeza de que, no caminho previsto, essa humanidade não mais poderia ser salva. Nem mesmo 10 por cento dos convocados haviam encontrado o caminho até ele e desses alguns o haviam deixado novamente, e outros até o traíram. Para alguns, o tempo ainda não  havia chegado, isso se referiu principalmente àqueles vindos para o campo das ciências, que aguardavam o Chamado. Porém, estes não tiveram mais a oportunidade.

Imanuel se retirou e a Abd-ru-shin restaram ainda alguns anos terrenos difíceis e tristes do aguardar em que sentido o espiritual humano se desenvolveria agora.

No ano de 1939, tornou-se claro a ele que o Anel estava rompido: Abd-ru-shin foi preso. Agora a Terra não mais podia ser salva. Devia ser enveredado um novo caminho, se ao menos uma parte dessa humanidade não tivesse que se perder.

Para alguns poucos, Abd-ru-shin construiu um novo caminho de salvação, no qual cada um ainda podia salvar-se. Restou uma pequena esperança, talvez a humanidade refletisse ainda sobre o tempo vindouro. Deste caminho fazia parte também a desaceleração da matéria grosseira. Para isso, tornou-se necessário atenuar também a forma da Palavra.

Com a Mensagem de última mão, entre 1939 e 1941, Abd-ru-shin separou, em grande parte, textos e partes de textos que se referiam à parte esclarecedora. Abd-ru-shin usou também uma sequência diferente, uma vez que UMA MENSAGEM AGORA PRINCIPALMENTE ESCLARECEDORA necessitava também de outra estrutura.

No entanto, ele deixou constar alguns importantes Cumprimentos para que também a alma fosse tocada aqui de maneira misteriosa. Para esse fim são as palavras: “Sagrada é a Palavra”, bem como as dissertações “O Estranho”, “Era uma vez” e a “Guardiã da Chama” que parecem ser as mais importantes na nova versão. Em algumas dissertações, especialmente nas primeiras 22 (Exortações), é reconhecível também uma mistura de esclarecimento e Cumprimento. Isso, porém, aconteceu somente na medida necessária para que a parte esclarecedora não fosse esmagada pela parte cumpridora. Nisso, o mais importante foi retirar todas as indicações diretas a “Imanuel”. A Mensagem de última mão foi, com isso, edificada principalmente de forma objetiva e lógica para que servisse à sua finalidade principal de esclarecer o mundo, também como base para a pesquisa.

Se tudo tivesse transcorrido assim como era previsto pela Luz, e a humanidade tivesse reconhecido “Imanuel” em Abd-ru-shin, então o Filho do Homem teria se tornado sem dúvida o guia dos cientistas.

Já naquela época foram encarnados espíritos humanos que estavam dedicados às ciências, mas também já eram ligados com a Palavra. Estes deveriam ter formado a ponte para as ciências, naquela época, ainda através da Mensagem Original. Com Einstein, seja aqui citado apenas um. Ele devia ser uma das mais importantes figuras-chave, mas também Oppenheimer e Werner von Braun pertencem a eles. Contudo, o tempo deles ainda não havia chegado, porque eles deviam ter se aprofundado ainda mais nas ciências, para ganhar em influência e popularidade.

Devido ao desenvolvimento errado na Alemanha, eles não mais encontraram o caminho até a Mensagem depois de 1939 e se perderam em suas próprias pesquisas. Assim, reconheceu-se logo que, devido à queda profunda da Terra e ao intelecto por isso inflexível, a ponte das ciências até a Verdade não era possível, porque o intelecto dos cientistas estava tão impregnado que era necessário conduzi-los primeiramente mais pela lógica até a Mensagem. Para o desenvolvimento da humanidade, porém, era absolutamente necessário que essa ponte entre as ciências e a Mensagem fosse construída.

Através dela, a humanidade teria prestado atenção. Contudo, esses convocados elevados estavam presos nas ciências e não encontraram a Mensagem.

Mais tarde, no entanto, também houve alguns que para isso foram convocados. Também eles deveriam encontrar a Mensagem, depois de terem estudado as ciências. Eles logo teriam reconhecido os esclarecimentos como certos, pois devido ao seu pesquisar já tinham informação a respeito da regularidade das leis. Assim, tudo estava preparado para que a Palavra da Verdade ainda pudesse alcançar toda a humanidade.

Aqui seja mencionado apenas um nome: Hoimar von Ditfurth. Quem conhece os seus livros e observou as suas transmissões sabe que espírito maduro estava nele ancorado. Porém, ele não encontrou a Mensagem pelo motivo já descrito na Anunciação.

Tudo estava tão claro e simples, mesmo depois do falhar, se o intelecto dos responsáveis pelo movimento do Graal na Terra não tivesse estabelecido a sua própria lógica. Assim como todas as leis da Criação não podem ser separadas da lógica, assim a mesma lógica pode se tornar uma fatalidade devido ao intelecto. A lógica tem que ser um meio para o fim, mas nunca deve se tornar uma finalidade em si, pois então, ela será dominada exclusivamente pelo intelecto.

A versão de 1941 da Mensagem foi um ato de desespero do autor, que ele, em agonia – por queimar por dentro, fato que durou meses – ainda queria lançar como boia de salvação para toda a Terra. Essa forma era a mais acessível ao frio intelecto, ao qual a Terra então foi entregue. Os Cumprimentos que permaneceram na Mensagem, porém, mantiveram o seu efeito sobre o espírito, total e independentemente.

Contudo, a Mensagem Original com todos os Cumprimentos e a estrutura diferente vai muito além do intelectivamente compreensível. Ela leva o espírito para um voo à grande altura. Somente com a Mensagem Original pode ser realmente aberto o canal mencionado na primeira parte deste escrito, para ligar então o espírito com a Vida. Por isso, somente a Mensagem Original pode ser denominada a Palavra Viva. Somente com a ligação a essa Palavra Viva a Terra pode, sob influência da irradiação de “Imanuel”, ser elevada no circular das irradiações.

A pergunta, se para isso o Filho do Homem deve estar fisicamente presente, tem que permanecer aberta aqui. Até que ponto as leis tornam isso necessário, não se revela ao meu espírito, mesmo que o intelecto gostaria muito de tê-lo esclarecido assim.

Nós sabemos que Abd-ru-shin teve que viver por muito tempo entre os seres humanos para reconhecer os caminhos humanos errados e, com isso, encontrar o caminho novamente para fora. Com base nessa experiência, ele pôde escrever uma parte de sua Mensagem, isto é, as dissertações nas quais se trata exatamente da parte esclarecedora.

Para colher essa experiência foi necessário que fosse encarnado num corpo humano. No entanto, também foi dito que, para o Juízo, ele viria nas nuvens. Uma peregrinação na matéria grosseira parece não ser necessária para o Juízo. Aparentemente apenas um atuar até a matéria grosseira, pois chegando das nuvens, assim me parece, poderia ser uma indicação de sua presença numa materialidade mais leve, para a qual a Terra ainda deverá ser elevada.

Eu considero como grande perigo e como armadilha das trevas, quando o ser humano ouve dizer agora que isso seria possível unicamente para a Luz e que somente o Filho do Homem poderia elevar a Terra. Assim, pode acontecer muito rápido de as almas em sua indolência cruzarem os braços e simplesmente deixarem acontecer para, então, no momento certo, simplesmente pularem no trem andando. Mesmo assim, já muitos portadores da Cruz acreditam que a leitura obediente da Mensagem do Graal e de se orientar também por ela – possivelmente de modo não muito alheado do mundo – bem como a visita regular às devoções e solenidades seriam por enquanto o suficiente para não se perder.

Sobre isso, não se pode advertir o suficiente, o quanto nisso é indispensável a colaboração do ser humano. Assemelha-se ao quadro de alguém se afogando, ao qual se joga uma boia de salvação. Se ele não a agarrar, por acreditar que a boia o salve SEM O SEU ATUAR CONJUNTO, então ele se afogará.

Por isso, hoje mais uma vez vos é dito:

“Se vós falhardes, sucumbirá o mundo.”

e continua ressoando pelo universo:

“Procurai, seres humanos, procurai pela Palavra do Cumprimento, uma vez que somente esta pode vos conduzir ao caminho seguro da salvação.”

Ass. Simon