16. A irradiação da transformação

A transformação e o Círculo dos Primeiros

Onde a Luz se torna ativa, lá também as trevas penetram lentamente, mas com certeza. Elas fazem isso com a linguagem do ser humano. Elas utilizam uma lógica própria do intelecto, que, no entanto, por sua vez, está restrita ao mesmo. Elas se servem de todos os que creem estar servindo à Luz, mas agem com ambição errada, pois pela sua índole são os mais adequados para serem auxiliares das trevas.

Para as trevas, foi apenas necessário basear a Mensagem na linguagem, fazendo pela reflexão com que fosse dada a perspectiva de um reconhecimento que, porém, tem que permanecer no âmbito do intelecto. Quem reflete sobre algo, sempre o fará com as palavras da sua linguagem e estas palavras nunca são suficientes para abranger todo o valor da Mensagem, também quando o próprio autor tenha sido obrigado a expressar a sua Mensagem com estas palavras. De outra forma não foi possível ainda atingir o ser humano em sua queda. Porém, o que precisa ser apreendido pelo espírito não necessita mais de palavras, tão logo tiver surgido um quadro. Este, porém, não pode ser expresso por palavras, sem, ao mesmo tempo, ser novamente reduzido.

Com o apoio daqueles que alegavam ajudar, as trevas tentaram amarrar a “Palavra” – que nunca pode ser comparada com a linguagem do ser humano – à sua forma, de modo que ela não mais podia ser reconhecida como sendo a “Palavra”. No lugar disso, a forma que ela teve que assumir é agora considerada a própria Palavra e está sendo analisada pelo intelecto até os detalhes. Quantos enganos terríveis tiveram que surgir por causa disso, isso pode ser visto, hoje, muito bem em muitos leitores da Mensagem.

Nos Chamados já muitas vezes foi feita referência a este procedimento.

A crença de, com a Mensagem, já ter a própria “Palavra” corresponde ao mesmo erro fatídico, como também a doutrina de uma ressurreição física de Jesus, que é ancorada no cristianismo.

Somente quem consegue se desprender do invólucro externo da Palavra, compreenderá realmente a Palavra, mas isto nunca será possível na linguagem e no pensar.

Em sua Mensagem, Abd-ru-shin descreveu estes fatos muito insistentemente.

Dissertação “Peregrina uma alma”:

Citação:

“Vós, porém, procurastes comprimir a Criação e a vós próprios em formas rígidas e fixas através da linguagem, com a qual vós vos fazeis compreender. Jamais conseguireis isso, pois a Criação é móvel como também a vossa vida interior. Se, contudo, procurais meditar sobre isso, então pensais nas formas fixas das palavras de vossa linguagem.”

Mais abaixo está escrito:

“Por essa razão já clamei tantas vezes que deveis assimilar a minha Palavra, a Mensagem da Luz, de tal forma que, durante a leitura, vejais quadros surgindo diante de vós! Pois é somente em quadros que podereis compreendê-la, não com as fracas palavras destes seres humanos terrenos, das quais preciso fazer uso para falar disso a vós.”

Na dissertação “Almas torcidas”, está escrito:

“O aprender não ajuda a alma em nada, pois o aprendido fica então para trás, junto com o corpo, já no primeiro passo para fora desta Terra. É somente o vivenciado que a alma leva junto! Já falei isso muitas vezes e, mesmo assim, o ser humano sempre novamente se aproxima da Palavra Sagrada de modo errado! Nisso, ele não confia em mim e quer saber melhor ou não quer sair de sua maneira à qual se acostumou há muito tempo.”

Fim da citação.

Aqui pode ser lido bem claramente que, na Mensagem, a Verdade foi engastada na linguagem – ela descreve a Criação de modo lógico e incontestável – mas, o seu verdadeiro valor reside no caminho e no indicador do rumo que está oculto nela por detrás das palavras. Este valor, porém, só pode ser reconhecido pelo espírito, nunca pelo intelecto. Este caminho conduz para fora do ter-que-aprender do intelecto, leva para aquilo que na Mensagem é denominado de “Palavra Sagrada”.

Se na história da Criação está escrito “No início era a Palavra[1]“, então o espírito deve ser conduzido a esta “Palavra” por meio deste caminho oculto, somente assim ele irá pressentir “Deus”.

Se o ser humano não acolher e compreender a Palavra deste modo, então a ancoragem da Luz na Terra não poderá mais ser segurada na Palavra da Mensagem.

Mas, chegará a época em que um grupo de pessoas terá que começar a compreender a Palavra como deve ser.

Vós, que expressastes o desejo de continuar recebendo os chamados, vos declarastes como parte integrante de um círculo que pode ser denominado de o círculo interno. Vós seguistes um anseio que vos foi dado desde o nascimento. É de vossa responsabilidade como ireis lidar com o que vos é dado hoje. Levai-o adiante, onde a intuição vos impulsionar a isso, mas retende-o lá, onde fordes impedidos por ela. Vossa intuição vos guiará e dirá como tereis que agir. Não pergunteis ao vosso intelecto ou ao sentimento, pois ambos vos conduzirão à ruína. Vaidade, soberba, egoísmo, saber-melhor, mas também a moleza e a indulgência são as ciladas. Deveis examinar no espírito o que deveis fazer.

E também vós, que hoje recebeis o escrito, sois solicitados a decidir-vos, pois também vossos nomes estão escritos no círculo daqueles que devem estar em primeiro lugar, assim que a irradiação der o seu início. Esta responsabilidade corresponde a um feudo que vos foi concedido. Podeis recusá-lo, deixá-lo de lado ou aceitar, mas, observai, foi outrora vosso próprio desejo de pertencer ao primeiro círculo quando a hora da irradiação começar.

Agora ouvi o que vos é anunciado.

A irradiação da transformação

A humanidade se encontra no meio do acontecimento poderoso. Ele conduz à dissolução de tudo que ainda nada na corrente antiga. Quem não saltar com coragem para a correnteza do novo, mas, no lugar disso, ainda deseja seguir os hábitos antigos, ainda que seja apenas por comodismo, uma vez que sempre foi assim, irá submergir com a matéria.

Esta transformação acontece de modo quase imperceptível terrenamente. O que se torna visível para vós na Terra, ainda não tem nada a ver com a transformação propriamente dita, são apenas as últimas ramificações de uma execução, como efeito do Juízo final.

O novo tempo traz a transformação do ser humano intelectual para um ser humano terreno espiritualizado. Quem não for capaz de vibrar junto no raio desta transformação, entrará no redemoinho da decomposição da materialidade mais grosseira. Pelos cálculos do tempo terreno, este processo ainda pode perdurar por séculos. Mas será um tempo de um contínuo vegetar, em que tudo irá piorar alternadamente, de ano a ano, de mês a mês, de semana a semana e de dia a dia.

A Terra já entrou totalmente nesta influência. Porém, uma parte dela poderá ser libertada e salva, aquela parte que, ansiando pela Luz, já há tempo foi edificada pelos enteais. Ela será elevada porque foi ancorada na Luz. A densidade e a gravidade ainda a comprimem cada vez mais profundamente para dentro do funil. No entanto, com a transformação virá o desprendimento. Mas o intelecto não perceberá nada disso.

Em todos aqueles que já agora conseguem mergulhar na correnteza da transformação, a sua consciência espiritual irá se confrontar com o intelecto humano. Com pavor, estas pessoas irão se conscientizar plenamente da incapacidade de seu intelecto.

Porém, quem não conseguir vibrar no raio da transformação, quem negligenciar isso, permanecerá no sistema fechado do domínio dos sentimentos e do intelecto que se auto explica. Ele irá continuar pesquisando e procurando exclusivamente com a razão, a lógica ou com a indulgência dos sentimentos, acreditando firmemente ainda estar no caminho certo. Então, dois mundos estarão se defrontando sem compreensão. Mas, apenas uma das partes portará a Verdade em si, enquanto a outra estará sob a ameaça da submersão, a qual ainda irão considerar como sua salvação durante um determinado tempo, na arrogância de suas conquistas.

Com este processo, em milhões de pessoas, a luta até agora ainda silenciosa entre as pequeninas chamas espirituais ainda flamejantes e o poderoso intelecto começa a evoluir para uma batalha. A separação entre espírito e intelecto começa a se realizar.

Atentai bem onde o espírito e onde o intelecto conquista a vitória dentro do ser humano terreno. Com isso, o joio se separa do trigo.

Esta transformação não pode mais ser retida, se uma parte da Terra e da humanidade ainda deva ser salva.

Deixai, pois, a batalha se inflamar, quando cada pessoa deverá tomar a decisão por si mesma. A decisão sobre à qual consciência ela pretende seguir.

Todos os que, em seu intuir, puderam conservar algo de vivo para si, estupefatos, reconhecerão a si mesmos no espírito, e usarão este como escudo e como arma para afugentar o poder do intelecto.

Então, quando a irradiação começar, cada um estará diante de sua escolha pela última vez. Quem, então, deseja deixar essa escolha para mais tarde, porque nada lhe falta de terreno, este perderá toda forma de sua consciência, pois com o início da irradiação, o espírito e o intelecto irão se excluir mutuamente, poderá sobreviver somente uma consciência na irradiação.

Por isso, não deis mais possibilidades ao intelecto de manter o domínio sobre vós, assim ele poderá ser facilmente dominado na irradiação.

Um novo mundo espera por vossa alma, o mundo que já está sendo mantido há muito tempo pelos enteais. A muitos espíritos, já hoje, é permitido peregrinar sobre ele. Ele abriga o Reino dos Mil Anos. Ele é a Terra, como ela deve ser.

Antes que o processo de transformação dê o seu início, este acontecimento deverá ser esclarecido a vós, mais uma vez, de modo claro e lógico, numa forma de linguagem compreensível para a época atual, para que também em uma parte do vosso cérebro desperte o reconhecimento do que irá acontecer agora.

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O cérebro humano e o intelecto

O computador é basicamente uma construção copiada do cérebro humano e também é utilizado como tal. Ele é operado por uma pessoa denominada de usuário. Este pode, por meio dele, imergir num mundo virtual e agir dentro deste mundo, fato que de outro modo teria que lhe ficar inacessível. Assim também acontece com o espírito humano. Ele necessita da função do cérebro e da função do intelecto para poder se manter no mundo material.

Agora, no computador, diferenciamos entre hardware e software. Assim também é com o cérebro. Como hardware, deve-se entender o cérebro propriamente dito, ao passo que o intelecto constitui uma parte essencial do software.

Mas ainda existem os processadores que formam o centro do computador. Este tipo de centro também existe no cérebro.

Exposto em palavras simples, o processador, na forma construtiva inicialmente prevista, está sediado no cérebro anterior. É lá que se encontra também a memória de trabalho e a memória temporária. Porém, o processador gráfico, que é o único que pode gerar imagens, e também a maior unidade de memória a ele integrada, situam-se no cérebro posterior, pois este era o mais apropriado, devido à sua espécie complexa de interconexão.

Impressões, vivências e informações correspondem a dados que também podem ser processados, formando programas. Além disso, ainda existem dados e programas (experiências e vivências) que já foram trazidos junto pelo usuário (a alma) e que podem ser ativados por nova alimentação no sistema. Estes formam todas as características negativas e positivas e também toda a forma de tendências e talentos.

O sistema operacional coordena todos os procedimentos. Ele é responsável pela administração. Este sistema operacional está interconectado com uma central compatível. Por meio dela podem ser acessadas todas as informações atuais ou programas, bem como executadas todas as atualizações. Desse modo, esta central determina as diretrizes para o sistema global.

Em todo este complexo, o intelecto humano constitui o sistema operacional atual. Assim é o processo, cuja imagem refletida pode ser muito bem reconhecida no computador.

E então aconteceu o seguinte:

O cérebro foi alterado em sua espécie original. Isso aconteceu porque o sistema operacional foi infectado por um vírus perigoso, a “insuflação de Lúcifer”. Porém, como o usuário (a alma) se agradou desta espécie alterada, já que esta assumiu alguns trabalhos que lhe desagradavam (indolência), ele deixou isso acontecer. É até mesmo assim que, somente pela tendência ao comodismo, este processo se tornou possível. O vírus conseguiu se propagar, penetrar cada vez mais profundamente e influenciar o sistema global como um Trojan. Com o passar do tempo, o sistema foi reprogramado em partes essenciais. O usuário caiu numa tentação, à qual ele cedeu de modo desatento. A tentação se configurava de modo que ele, baseado num pretenso saber, conseguiu adquirir uma espécie de reconhecimento e este formava uma boa base para a sua tendência à vaidade e poder (A maçã da árvore da ciência).

Porém, como a unidade de memória bem mais eficiente do cérebro posterior – com o processador gráfico – dispunha de uma espécie de vigia (programa antivírus) graças à sua espécie mais fina, todos os dados processados a partir deste momento não podiam mais ser salvos ou processados lá, sem passar simultaneamente por uma limpeza. Mas, isso o sistema operacional contaminado não permitia, já que ele mesmo só podia trabalhar no nível de reconhecimento do qual havia se apropriado. Como, a partir de então, não mais podiam ser trocadas informações entre os cérebros (processadores), também não havia mais imagens espiritualmente vivas, exatamente como num computador, cuja comunicação com o processador gráfico está danificada. A partir deste momento, o cérebro anterior podia gerar, na melhor das hipóteses, uma fraca reprodução de uma imagem, pois o cérebro posterior não participava mais. A memória de trabalho e as memórias temporárias do cérebro posterior foram consideradas então como memórias terminais, fato que, devido à sobrecarga, causou uma mutação desta parte do cérebro.

A esta circunstância também devemos o fato de que, hoje, temos que aprender tudo arduamente, pois é característica da memória de trabalho salvar os dados apenas por curto tempo. Exclusivamente por meio da repetição constante no processo de aprendizagem

tornou-se possível um armazenamento por longo tempo. Pelo fato de que as memórias temporárias atuam junto auxiliando, para salvar dados temporariamente em segundo plano, o cérebro anterior se encontra, de certa forma, funcionalmente hábil nessas condições. Todavia, a excelente unidade de memória fotográfica do cérebro posterior não é utilizada, pois esta área não é mais apoiada pelo sistema operacional atual.

Pela reprogramação do sistema operacional, formando o “intelecto atual”, a compatibilidade entre as duas partes do cérebro foi perdida com o tempo. O cérebro anterior teve que assumir todos os trabalhos, ao passo que o cérebro posterior se mantinha parado, exceto uma pequena parte do processador que ainda comanda automaticamente determinados processos. Porém, pela sobrecarga do cérebro anterior, foi retirada do cérebro posterior também a maior parte da energia.

No processo inverso, isso também significa que, quanto mais pronunciada for a formação do cérebro anterior, e quanto mais ativamente este opera, tanto menos o cérebro posterior tem condições de ele mesmo se tornar ativo. Devido a estas duas circunstâncias, o cérebro não consegue trabalhar como deveria. A percepção do espiritual, do anímico e até mesmo de acontecimentos de matéria fina é possível exclusivamente através do cérebro posterior, que a transmite em forma de imagens vivas. O cérebro anterior, por sua vez, reconhece somente esclarecimentos lógicos e correlações, bem como caracteres, tais como números e letras, ou seja, tudo estático. Em menor proporção também desenhos e imagens simples, porém, sem vida.

Desse modo, o acesso a tudo que se encontra fora da materialidade grosseira se tornou impossível.

Quando isso ainda acontece, e isso apenas em momentos em que o cérebro anterior está cansado ou dormindo o seu sono necessário, o cérebro posterior tem condições de transmitir impulsos. Isso se manifesta em sonhos ou no subconsciente. Este não deve ser confundido com o subconsciente do sentimento que, muitas vezes, ainda permanece ativo durante o sono em memórias temporárias do cérebro anterior como arquivo temporário.

Quando a memória de trabalho desperta novamente, os impulsos do cérebro posterior raramente são aceitos, ou então, são excluídos ou sobrescritos pelo sistema operacional, pois este não vibra de modo compatível com os impulsos.

Devido a isso, o sistema operacional infectado (o intelecto dominado pelas trevas) adquiriu cada vez mais importância para o desenvolvimento posterior do usuário (o ser humano terreno).

Devido a essa conversão, o sistema global também foi separado de sua central propriamente dita (a Luz). Esta ligação somente poderia ter sido conservada pelo cérebro posterior com o sistema operacional original.

Como substituto, foi escolhida outra central, as “trevas”. A partir dessa central, que neste meio tempo formou uma rede própria, complexa e fechada em si mesma, à qual, condicionada ao sistema operacional, todos os usuários tiveram que se conectar, a rede completa está sendo suprida com atualizações. Estas abrem cada vez mais o abismo que existe entre os dois cérebros, de modo que uma ajuda prevista para uma nova reprogramação se tornou totalmente impossível.

Isso também é atribuído, entre outros, à pressão obstinada do próprio usuário de ampliar o leque de saber de seu sistema interno. Ele não quer se desfazer deste saber ˗ que na verdade para ele é inútil e que o amarra em suas possibilidades em vez de impulsioná-lo para diante – pois é demasiadamente orgulhoso de suas conquistas. Entretanto, este saber está sujeito à transitoriedade. Do que o usuário (a alma) também não tem noção é qual é a tarefa mais importante que o atual sistema operacional assumiu neste meio tempo: impedir sob todas as circunstâncias que ele (a alma) tentasse entrar em contato com a central autêntica, com o objetivo de carregar novamente o sistema operacional original, pois com isso ele teria a possibilidade de obter um novo saber autêntico.

Com este saber, todo o desenvolvimento da humanidade teria tomado um rumo totalmente diferente. A medicina estaria sobre bases bem diferentes. De acordo com as acepções atuais, o ser humano teria justamente aqui possibilidades utópicas que somente alguns xamãs ainda conhecem em suas bases. Mas, também a comunicação à distância seria possível sem recursos auxiliares, de cérebro a cérebro.

Seres enteais poderiam transmitir mensagens e também imagens.

Também o desenvolvimento tecnológico teria tomado um rumo totalmente diferente. A energia, por exemplo: ela não precisaria ser gerada, pois está sempre disponível, ela nos cerca, ela não pode ser consumida. Por isso, o consumo constante só é necessário com o tipo de máquinas que o homem utiliza hoje.

Por este motivo, a maior parte das conquistas tecnológicas atuais terão que perecer em algum momento.

Nicola Tesla, que viveu entre 1856 a1943, ou seja, justamente na época em que Abd-ru-shin atuou, tinha a missão de iniciar uma benéfica revolução tecnológica. Mas, com a falha da humanidade, também este desenvolvimento foi interrompido. Quem conhece toda a história, sabe quais as descobertas que estavam prestes a explodir, mas que foram impedidas. No lugar disso, desenvolveu-se uma tecnologia com a qual a humanidade se destruirá. Está certo que Nicola Tesla ainda hoje é considerado um inventor importante, porém, suas pesquisas mais importantes nunca foram aproveitadas, pois pareciam utópicas demais para o ser humano intelectivo da época. Ele era considerado um gênio maluco.

Tudo o que hoje seria possível e o que é possível em substituição disso, isso nenhum ser humano pode imaginar hoje.

Mas, voltemos ao exemplo do computador. O fato é que este sistema global não tem vida própria e necessita de um suprimento de energia constante. O suprimento de energia, porém, se origina sempre do construtor original. Este poderia desligar a energia a qualquer momento, mas isso faria com que todos os usuários (almas), presos nesta rede, estariam sem qualquer possibilidade de uma nova ligação com o sistema antigo e, devido a isso, se perderiam.

Mas, como alguns poucos usuários (almas) repetidamente enviam impulsos com o forte desejo de pertencer novamente ao sistema antigo e de ativá-lo, foram procurados para estes, no passado, caminhos de salvação.

Naturalmente, não podia ser evitado que os operadores da rede infectada (as trevas) fizessem de tudo para impedir isso. Portanto, eles mantiveram o usuário cada vez mais ocupado com tarefas e problemas complexos que, no entanto, fazem sentido somente dentro dessa rede e também só lá podem ser solucionados. Eles sugerem que fora disso nada existe que pudesse ser mais importante. Assim, o usuário se concentra totalmente no sistema para preservá-lo, já que o considera como base de sua existência.

É uma ironia que, devido a isso, todas as tentativas de salvação falham por causa do próprio usuário, pois ele sempre foi novamente estimulado a cooperar com o sistema operacional infectado e, com isso, a tomar decisões erradas.

Do ponto de vista atual, não existe mais nenhuma alternativa para evitar a tragédia humana.

Mas, “QUANDO A AFLIÇÃO ESTÁ NO AUGE, O AUXÍLIO DE DEUS ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE VÓS!”

A intervenção

O espiritual humano se equipara hoje a um usuário que recebeu um computador com o software necessário, através do qual ele pode se desenvolver. Assim que ele atingisse determinado grau de amadurecimento, ele deveria se desprender novamente do computador para então atuar no mundo real. Mas como ele, apesar de inúmeras advertências, deu ao computador demasiada importância, e até começou a se identificar com ele, tornou-se dependente do mesmo. Por fim, esqueceu-se quem ele mesmo realmente é. Foi um oponente que se ocupou disso. Ele infectou o sistema com um vírus, pelo qual o software completo foi alterado sistematicamente.

Sendo assim, o usuário dispunha somente ainda do sistema infectado, fato que se tornou para ele a única realidade. Mas, com isso, ele se tornou prisioneiro de si mesmo. Pode-se dizer que a humanidade opera com um sistema operacional errado, o intelecto atual.

A única esperança reside apenas ainda numa intervenção. Uma remoção do sistema operacional atual. Com isso, todas as memórias do cérebro anterior também terão que ser esvaziadas. De acordo com todas as probabilidades, o sistema global será desligado, a fim de instalar novamente os programas originais. Na linguagem da computação, isso também poderia ser comparado a uma reformatação.

Para o ser humano, isso significa que – durante o período em que tudo será limpo e novamente instalado – ele terá que sobreviver sem intelecto (sem sistema operacional). Porém, com isso ele estaria terrenamente sem recursos e perdido. Neste período ele necessita da ajuda daqueles que ajudaram a construir esse mundo terreno, dos enteais. Só eles poderão transmitir-lhe, mais uma vez, as leis do mundo material e também alertá-los diante de perigos.

Porém, se o ser humano tiver se tornado dependente do sistema contaminado (intelecto) e de seus programas, de modo que toda sua consciência esteja fundamentada somente sobre este, ele estará incapacitado para reconhecer os enteais. Deste modo, ele estará sem ajuda na materialidade. Ele se compara a um bebê que cai bem no meio do oceano. De qualquer forma, é de se admitir que com o processo de apagamento da memória também a consciência de seu eu tenha se perdido.

Não tenho como dizer como tudo isso finalmente irá ocorrer visivelmente na Terra, mas uma coisa é certa: será ativado por meio de irradiações cósmicas, em combinação com o campo magnético da Terra.

Também o processo, que na Mensagem é descrito como decomposição, faz parte desse acontecimento. Com a irradiação, tudo o que se tornou muito pesado será repelido e deixado cair no abismo do funil da decomposição. O que de material tiver se tornado denso demais não irá mais conseguir manter-se na entealidade devido ao seu peso e será separado. A Terra, que no anel da materialidade já há muito tempo havia perdido o apoio, devido à sua densidade, tendo se aproximado cada vez mais do centro do funil, terá sua densidade rompida com o início da irradiação e a parte leve será elevada acima disso. Porém, tudo o que for pesado demais e estiver preso nela, será aspirado definitivamente para dentro do funil. Fazem parte disso, em primeiro lugar, todas as conquistas do intelecto.

O tempo virá – e não está longe – em que poderá ser dada perspectiva a uma vida somente àquele ser humano que permaneceu desperto em sua intuição.

Ireis comunicar-vos novamente com os enteais, pois sem ajuda deles não podereis existir no novo mundo.

Terá que se desenvolver um novo intelecto, que possa manter conservada a ligação com os enteais e que não possa mais ser desatrelado do cérebro posterior.

Esta época está cada vez mais próxima. Como uma parede invisível de irradiações, os acontecimentos da matéria fina empurram e juntam tudo cada vez mais, de modo que em algum momento isso terá que se tornar reconhecível terrenamente.

Paralelamente ao ponto culminante e ao final do juízo, processa-se também lentamente a transformação.

Nisso, os cérebros serão os primeiros a serem atingidos.

A doença de Alzheimer provavelmente já é uma espécie de estágio preliminar deste acontecimento. Crianças pequenas, que ainda não aprenderam a se utilizar do intelecto e da linguagem, automaticamente ainda salvam tudo no cérebro posterior e também agem a partir deste. Elas também ainda enxergam os enteais. Somente com a formação do intelecto tudo isso se apaga novamente. Por este motivo, pessoas idosas, cuja atuação do cérebro anterior diminui, geralmente só se lembram ainda de sua infância. Frequentemente, as unidades de memória do cérebro posterior ficam liberadas com a redução do atuar do intelecto. Porém, o ser humano terreno parte do princípio de que estas pessoas estão perturbadas. Mas, elas estão perturbadas somente de modo limitado para o mundo do intelecto, pois nele não conseguem se harmonizar nunca com seu cérebro posterior que fracamente desperta. Dependendo da vida anímica, elas começam a viver no mundo que permanecerá mantido depois da intervenção.

Somente quando na matéria grosseira tudo se manifestar tão nitidamente, mesmo o ser humano mais ignorante, fiel ao intelecto, reconhecerá que construiu sobre areia, mas então será tarde demais para ele. Uma mudança da consciência não mais será possível, uma vez que, quando o intelecto definhar, o espírito já terá que ter despertado de sua inércia.

Para este despertar ajuda o sofrimento cada vez mais intenso, mas também a alegria contagiante. Isso significa alegria no espírito, que não deve ser confundida com a alegria de um alívio e da fantasmagoria dos sentimentos. A alegria no espírito se manifesta de modo bem diferente daquilo que é compreendido hoje por alegria. Trata-se de um júbilo, o qual o ser humano quase não é mais capaz de sentir. Por isso, do ponto de vista atual, em quase todas as pessoas resta somente ainda o sofrimento como meio para o despertar. Com isso, o sofrimento se tornará a última possibilidade de salvação para aquela parte da humanidade que ainda pode ser salva. Quem acredita reconhecer uma bênção pelo fato de ainda se encontrar incólume, perceberá, muitas vezes somente ao despertar, o quanto se enganou.

Somente ao espiritualmente desperto resta a esperança de ainda continuar a fazer parte da Vida.

Quem, com o intelecto atual, ainda acredita poder compreender Verdade espiritual por meio da análise e do pensamento, será aprisionado, querendo ou não, forçosamente na rede das trevas. Ele irá ver somente a verdade terrena reconhecível pelo intelecto, mesmo que muito disso tenha a aparência de conter ricas bênçãos.

As trevas aprenderam e sabem como podem ludibriar sempre de novo o anseio pela Luz dos espíritos humanos demasiadamente fracos para um analisar autêntico.

Estaríeis todos perdidos se não viesse uma intervenção e, com isso, a transformação.

Assim que a intervenção com a irradiação atingir o seu auge, necessitareis do apoio de auxiliadores luminosos.

Por isso, mais uma vez é clamado a vós: “Estai a postos em pensamento”.Mas, compreendei isso corretamente. Com os pensamentos guiados por vossa intuição podereis portar uma lança para destruir trevas. Mas não tenteis reconhecer o espiritual com os pensamentos, deixai isso para a intuição. Pelo contrário, formai com eles os canais pelos quais os guerreiros da Luz possam vir ao vosso auxílio. Sem a sua ajuda, não mais podereis ganhar a batalha para a Terra, pois mais de 90 por cento da humanidade utiliza os seus pensamentos para a submersão, inclusive muitos leitores da “Mensagem do Graal”. —————

Por este motivo, devereis, com este saber, tornar-vos o círculo interno.

Por isso, vos é clamado mais uma vez da Criação Primordial: Estai a postos em pensamentos e formai, com isso, os canais, caso contrário, os guerreiros da Luz terão que assistir como as trevas vos atropelarão.

Hoje já estais em condições de dar a direção certa aos pensamentos com a vossa intuição, que pode e deve exercer forte influência sobre todos os acontecimentos terrenos. Assim que abrirdes estes portões aos guerreiros, ireis receber através deles forças nunca imaginadas.

Um ser humano individual que se encontra dentro da Verdade e porta este saber pode produzir milhões de vezes mais do que aqueles que, apenas confusos, indecisos, pensam na direção errada.

Justamente agora, com toda a confusão de pensamentos, quando tudo o que está errado aparece de modo cada vez mais nítido e quando mesmo as mentes mais inteligentes vivem pensativas na esperança de que tudo isso já tenha sido assim uma vez e que outrora tudo progrediu novamente, podereis dar início a coisas poderosas. Por isso, não desperdiceis vossos pensamentos para que não precisem sucumbir como fumaça e sons ao mais leve vento contrário.

A Terra está se destroçando, o errado será arrancado como uma crosta ressequida e, debaixo disso, aparece o mundo tal como ele sempre deveria ter se desenvolvido. No funil da decomposição cai o invólucro vazio desprendido com todas as obras do intelecto e tudo o que a ele pertence. Lá, tudo isso poderá então vagar ainda por séculos, mas estará separado da Vida.

Atentai a isso, pois a decisão sobre para onde vos leva vossa viagem, isso cabe unicamente a vós.

Estai a postos em pensamentos…, pois, se vós falhardes, sucumbirá o mundo.

Recebido entre maio e setembro de 2015.

Ass. Simon


[1] [TN: O Verbo]